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Logo PPGBQHá mais de meio século, pesquisadores da área de bioquímica espalhados pela UFMG já se reuniam na Faculdade de Medicina, de maneira informal, sob a coordenação do professor José Baeta Vianna. Quando eles precisaram aglutinar-se em um departamento, por determinação da reforma universitária de 1968, o processo se deu sem traumas. E, junto com o departamento, surgiu também um dos primeiros programas de pós-graduação nesse campo, no Brasil. Neste ano, prestes a somar mil defesas de teses e dissertações, o Programa de Pós-graduação em Bioquímica e Imunologia, classificado desde o início com nota máxima pela Capes, comemora 50 anos.

Seminários, minicursos e outros eventos, com participação de pesquisadores do Brasil e do exterior, serão promovidos para celebrar o aniversário. A programação terá início no dia 10 de abril, quando o professor Helder Nakaya, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, ministrará conferência sobre o tema Biologia de sistemas para quem não é bioinformata. O calendário de atividades estará disponível em breve no site (http://www.pgbioquimica.icb.ufmg.br/) do programa.

Uma das principais marcas do programa é a integração com os cursos de graduação. Hoje, 118 bolsistas de iniciação científica convivem com mestrandos e doutorandos. Desde a década de 1980, aulas práticas são orientadas por professores e estudantes da pós-graduação, o que tem incrementado a integração de ensino e pesquisa, pavimentando, assim, o caminho dos alunos para a pós-graduação. “A experiência gerou trabalhos sobre o ensino de bioquímica publicados em revistas importantes de alcance internacional”, relata a professora Leda Quercia Vieira, coordenadora do Programa de Pós-graduação em Bioquímica e Imunologia.

Biotecnologia
Outra característica forte é a incubação de empresas. O caso pioneiro foi a criação da Biobrás, gestada pelos professores Marcos dos Mares Guia e Carlos Ribeiro Diniz, mais tarde vendida para uma multinacional. A Katal Biotecnológica e a Ampligenix Biotech, originadas intelectualmente na pós-graduação, desenvolveram dezenas de produtos. Outra história emblemática é a do Laboratório Gene – fundado pelo geneticista Sergio Pena, orientador do programa –, que interage com os pesquisadores da UFMG.

Na pesquisa realizada em seus laboratórios, predomina a dimensão básica, mas sempre em sintonia com os problemas do país, sobretudo os relacionados à saúde humana. “Temos focado diferentes aspectos das doenças parasitárias que afetam a população brasileira. Os estudos utilizam como modelos infecções com parasitas, visando a um melhor entendimento da fisiologia do sistema imunológico”, explica Leda Vieira.

Perguntas básicas têm levado a descobertas importantes. Maria Elena Perez García encontrou no veneno de aranha um peptídeo com propriedades contra a disfunção erétil que foi isolado e reproduzido sinteticamente para produção de medicamento; investigações de Ricardo Gazzinelli sobre a resposta imune inata conduziram à vacina contra a leishmaniose. Carlos Chaves descobriu proteína que neutraliza o veneno da serpente, mas não faz mal ao cavalo, animal que recebe a substância para produção do soro; Helton Santiago e Mauro Teixeira coordenam testes da vacina contra dengue em Minas Gerais. Em 2017, foram depositadas três patentes originadas de pesquisas do programa.

União e confiança
Integrante da primeira turma de docentes da pós em Bioquímica e Imunologia, o professor Enio Cardilo Vieira lembra com entusiasmo o entrosamento do grupo de pesquisa que formou o departamento e o programa. “Éramos um grupo unido, coeso, em que predominava a confiança mútua”, diz o professor, aposentado em 1999.

A professora Ana Caetano de Faria destaca que o programa viveu todas as etapas da evolução da pós-graduação no país, atento ao desenvolvimento da relação entre ensino e pesquisa. “Desde os anos 80, os professores interagem intensamente com seus pares estrangeiros”, salienta.

No ano em que comemora meio século de existência, além de histórias para contar, o programa tem novos projetos. “Começamos a produzir filmes em que os orientadores, sobretudo os mais jovens, apresentam suas linhas de pesquisa para atrair novos orientandos. Pretendemos que, por meio de vídeos, os estudantes que recentemente defenderam teses ou dissertações apresentem seus trabalhos para o público leigo”, revela Leda Vieira. Ela também cita esforços de aproximação com o ensino fundamental e médio: por meio do Programa UFMG e Escolas, pós-graduandos, orientados por docentes, estimulam jovens estudantes a formular perguntas e a fazer experimentos para responder a elas. A próxima edição, que será realizada em julho, vai mostrar a interface de ciência e cozinha.

A coordenadora destaca outra marca do Programa: a ousadia. E dá exemplos: “O professor que chega ao departamento é imediatamente credenciado para orientar. Recebemos alunos da Federal do Espírito Santo, instituição que ainda não oferece o doutorado. Eles são orientados por docente da Ufes e coorientados por um professor daqui. Além disso, temos duas teses sendo produzidas sobre ensino superior em bioquímica e imunologia, o que alimenta ainda mais a integração com a graduação”, afirma Leda Quercia Vieira.

(Redação Itamar Rigueira Jr. / Boletim 2011)

 

DSC 0128Com 90% dos votos válidos, a comunidade do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG elegeu Carlos Augusto Rosa, professor titular do Departamento de Microbiologia, e Élida Mara Leite Rabelo, professora titular do Departamento de Parasitologia, como os novos diretor e vice-diretora, respectivamente. Foram registrados também 7% de votos brancos e 2,5% de votos nulos.

Sob a presidência da professora Gerluza aparecida Borges Silva, a junta apuradora foi composta ainda pelos professors Flávio Henrique Guimarães Rodrigues, Giliane de Souza Trindade e Geovanni Cassali. A eleição, como um todo ocorreu dentro da mais perfeita ordem e valores democráticos.

Veja tabela abaixo com os votos apurados, por seguimento.

A posse será marcada pelo gabinete da Reitora Sandra Goulart Almeida, devendo, possivelmente, ocorrer ainda em maio.

Apuração dos votos de eleição Diretoria do ICB UFMG – 2018-2020

Segmento

Nº  Votantes

Número de votos

Fator de Ponderação

Total

Válidos

Brancos

Nulos

Docentes

199

171

22

6

0,7

119,7

TAE’s

123

114

6

3

0,15

17,1

Discentes

117

112

3

2

0,15

16,8

 

           

Total

439

397

31

11

1

153,6

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abc carlos diniz

A Fundação Ezequiel Dias (Funed) realiza, de 3 a 5 de abril, das 8h30 às 17h, o 11º Seminário do Prêmio Carlos Ribeiro Diniz. São diversos projetos - desenvolvidos no âmbito da divulgação científica - por estudantes bolsistas Bic-Jr e PIBIC, alunos de nível médio e superior. Além de palestras, o evento prevê a apresentação de trabalhos e entrega de prêmios. Somente nesta edição foram inscritos 43 projetos, sendo 11 de alunos de Ensino Médio e 32, de graduação, alguns deles do ICB. A ideia é reconhecer trabalhos que abranjam temas relacionados às atividades de pesquisa desenvolvidas nas diretorias da Funed em 2017.

Os melhores trabalhos apresentados durante o seminário,serão escolhidos nas categorias Ensino Médio, para o Programa de Bolsa de Iniciação Científica Júnior (Bic-Júnior); graduação, para o Programa de Bolsa Institucional Científica (PIBIC) e estagiário na Funed.

Os três primeiros colocados de cada categoria serão premiados. Além dessas premiações, os classificados em 4º e 5º lugares receberão menção honrosa e todos os estudantes receberão certificado de participação.

Programação

A primeira palestra do Seminário será proferida pela professora Rejâne Maria Lira da Silva, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), com o tema "Ciência humanitária". Rejane é doutora em Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas, com pós-doutorado no Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa. Também é editora-chefe da Revista Jovens Cientistas de Divulgação Científica (ISSN 2318-9770); voluntária da Organização das Nações Unidas (ONU) I desde 2014 e membro titular da Academia de Ciências da Bahia, desde 2016.

Rolf Elias Gaspar, da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG apresentará o tema "Da Ciência ao Empreendedorismo". Rolf é Jornalista, Relações Públicas e Publicitário pela UFMG. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Relações Públicas e Propaganda.

Letícia da Conceição Braga, da OncoTag/Funed, fará a palestra de encerramento, com o tema "Funed e OncoTag: buscando soluções para o tratamento do câncer". Letícia é bióloga, Doutora em Ciências da Saúde com ênfase em Oncologia Molecular pela UNESP/Faculdade de Medicina de Botucatu e mestre em Genética pela UFMG. Pós-doutora em Saúde da Mulher, área de concentração patologia ginecológica pela Faculdade de Medicina da UFMG e ensaios pré-clínicos in vitro pela Fundação Ezequiel Dias. Atualmente, é pesquisadora visitante do Serviço de Biologia Celular da Funed, sócia-fundadora e CEO da Startup OncoTag.

Os banners com os trabalhos apresentados serão avaliados por uma comissão científica, que decidirá quais propostas seguirão para a apresentação oral. Os estudantes premiados serão conhecidos e receberão o prêmio no dia 5 de abril às 15h.

Homenagem

O Seminário de Incentivo à pesquisa é uma homenagem ao professor Carlos Ribeiro Diniz: cientista, médico e professor, reconhecido internacionalmente por seus trabalhos com animais peçonhentos. Ele participou da formação do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), da UFMG, onde também atuou de forma decisiva na instalação da pós-graduação em bioquímica (Saiba mais: http://dbiq.icb.ufmg.br/historico.php). Sua trajetória também inclui uma marcante atuação na Funed, onde atuou entre 1983 e 2002. ambém foi o responsável pela criação da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento na Fundação.

Saiba mais
Carlos Ribeiro Diniz - (1919 - 2002)

Entrevista concedida a Ângelo Machado (Instituto de Ciências Biológicas, UFMG) e Roberto Barros de Carvalho (Ciência Hoje).
http://www.canalciencia.ibict.br/notaveis/livros/carlos_ribeiro_diniz_12.html

PROGRAMAÇÃO

Confira programação Prêmio Carlos Ribeiro Diniz e a relação com os temas dos trabalhos que serão apresentados clicando aqui (http://www.funed.mg.gov.br/wp-content/uploads/2018/04/programa%C3%A7%C3%A3o-Premiom-Carlos-Ribeiro-Diniz.pdf).

Trabalhos que concorrerão ao Prêmio Carlos Ribeiro Diniz - Para ver a relação de trabalhos e autores, clique neste link (http://www.funed.mg.gov.br/wp-content/uploads/2018/04/Rela%C3%A7%C3%A3o-Trabalhos-e-Autores.pdf)

(Com Vivian Teixeira, Assessoria de Comunicação da Funed)

Foto: www.canalciencia.ibict.br

Grupo do ICBUma proteína-chave na sobrevivência do parasito Schistosoma mansoni deu origem a uma molécula ­recombinante que exerce atuação terapêutica promissora contra doenças inflamatórias. O estudo, desenvolvido por equipe multidisciplinar do Instituto de ­Ciências Biológicas (ICB), sob a coordenação do professor Sérgio Costa Oliveira, foi tema de artigo publicado em fevereiro na revista Plos Pathogens, de alto impacto na área. A pesquisa, tema da reportagem de capa da edição 2011 do Boletim UFMG, é parte do trabalho de doutorado de Suellen Morais e de pós-doutorado de Barbara Pimentel de Figueiredo.

Após identificar o domínio da molécula com propriedade anti-inflamatória, o grupo testou sua atuação, em modelo animal, em três doenças que acometem humanos: lesão estéril hepática por paracetamol, artrite (ou gota) induzida por ácido úrico e pleurisia – inflamação da pleura pulmonar. O excelente desempenho alcançado em todos os testes sugere potencial produção de biofármacos. O grupo também está testando modelo de vacina capaz de induzir proteção contra o Schistosoma mansoni, que é agente da esquistossomose, infecção helmíntica humana mais importante em termos de morbidade e mortalidade global.

Resposta exacerbada
Na última década, pesquisadores de todo o mundo têm trabalhado na identificação de moléculas do agente que exerçam papel importante no processo de modulação da resposta imune. Sabe-se que esse parasito produz moléculas para bloquear a resposta imunológica, pois desenvolveu a capacidade de viver por décadas nos vasos sanguíneos do hospedeiro humano, sem causar dano. “Temos buscado formas de usar essas moléculas no desenvolvimento de potenciais bioprodutos para combater doenças inflamatórias”, explica Sérgio Costa, que é professor do Departamento de Bioquímica e Imunologia.

No trabalho, foi identificada a molécula SmKI-1, que atua como inibidora de serino-protease, enzima com forte capacidade de interferir na migração e na ativação de neutrófilos, células que combatem patógenos, mas também podem causar reações negativas ao organismo, quando ativadas de forma exacerbada. “Nos três modelos, observamos a capacidade da SmKI-1 de inibir a migração e a função dos neutrófilos, regulando a inflamação”, resume Sérgio Costa.

O primeiro estudo, realizado em colaboração com o professor Gustavo Menezes, do Departamento de Morfologia, analisou a atividade da molécula em lesão estéril hepática provocada pelo paracetamol, medicamento que, em doses altas, provoca lesões no fígado. Além de reduzir em 50% a atividade da enzima elastase, a SmKI-1 inibiu em 72% a migração de ­neutrófilos, diminuindo, assim, a patologia.

Com o suporte da professora Angélica Tomaz, do Departamento de Bioquímica e Imunologia, foram realizadas as análises no modelo de gota induzida por ácido úrico. “Utilizando essa molécula, bloqueamos, de forma muito eficiente, os efeitos da doença”, conta Sérgio Costa. De acordo com ele, foi registrada redução superior a 90% do número de neutrófilos na cavidade articular. Também caiu a produção de Interleucina-1 beta, citocina que, quando produzida em grandes quantidades, induz o processo inflamatório.

No estudo sobre pleurisia induzida pela molécula carreginina, a equipe também observou o bloqueio de mais de 50% do efeito inflamatório, devido à redução da migração e da ativação de células, principalmente neutrófilos, na região da pleura pulmonar.

Acoplamento
Uma das etapas da pesquisa foi a identificação do setor da molécula que tem o efeito anti-inflamatório. “Mostramos que o domínio Kunitz é o responsável por essa resposta. Essa parte de biologia estrutural foi feita aqui, no ICB, pela pesquisadora Mariana Quezado de Magalhães”, diz Costa. A equipe, em colaboração com a professora Rafaela Ferreira, também demonstrou que a molécula recombinante se liga de modo seguro pela porção P1 desse domínio, em um bolsão da enzima elastase neutrofílica, que causa o processo inflamatório. “De forma muito eficiente, ela bloqueia o sítio ativo da região de atividade da enzima”, completa.

Imagem mostra o modo de ligação do domínio Kunitz da molécula SmKI-1 (roxo) à elastase de neutrófilos (cinza)Revista Plos PathogensO grupo coordenado por Costa também inativou o gene do parasito e demonstrou que a expressão gênica do SmKI-1 é importante para o desenvolvimento do Schistosoma mansoni, o que favorece estudos para desenvolvimento de vacina. “Nesse caso, o alvo já não é o domínio Kunitz, mas outra parte da molécula, a região C-terminal”, esclarece.

A pesquisa integra a Rede Mineira de Imunobiológicos, recentemente aprovada pela Fapemig, e aguarda liberação de recursos para prosseguir. “Queremos desenvolver um fármaco para aliviar muitos problemas de pessoas acometidas por doenças inflamatórias e testar essa molécula em pacientes com lesão cutânea causada pela leishmaniose. Constatamos o potencial dessa pesquisa, que vai além do trabalho de ciência básica para o entendimento de como a SmKI-1 funciona em modelos anti-inflamatórios”, informa o professor Sérgio Costa.

Artigo: Schistosoma mansoni SmKI-1 serine protease inhibitor binds to elastase and impairs neutrophil function and inflammation
Publicação: Revista Plos Pathogens (edição de fevereiro)
Autores: Suellen Morais, Barbara Figueiredo, Natan Assis, Débora Alvarenga, Mariana de Magalhães, Rafaela Ferreira, Angélica Vieira, Gustavo Menezes e Sergio Costa Oliveira
Acoplamento

(Redação: Ana Rita Araújo / Boletim 2011)

No domingo professores do ICB e entidades voltadas à conscientização sobre a epilepsia se reuniram no parque municipal em Belo Horizonte. Veja como foi.

 

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