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pimentel“Saia do laboratório!” Com esta motivação, o advogado Daniel Pimentel, mestre em modelagem de sistemas complexos e estudioso das relações entre ciência e indústria, encorajou os participantes a responder a questão-tema do Conexão.Lab da noite desta quinta-feira (4/11): “Como minha pesquisa pode resolver um problema de mercado?”.

Clique aqui para assistir a palestra gravada no Canal Youtube do ICB

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O evento, atividade de extensão para fomentar a cultura empreendedora e estreitar a parceria entre academia e iniciativa privada, foi apresentado pela Gerente de Projetos e Negócios doICB UFMG, Milena Rosado da Costa, a qual coordena a iniciativa com apoio ativo do servidor Ricardo FOT.

Em sua palestra on-line, transmitida pelo canal do ICB no Youtube, o advogado, diretor de Universidades e Transferência de Tecnologia na Emerge, falou sobre a transferência de tecnologia dos centros de pesquisa para as indústrias e como os pesquisadores podem atender aos interesses das empresas, sem comprometer os objetivos científicos.

Para Daniel Pimentel, um dos passos mais importantes para que os cientistas possam descobrir e endereçar suas tecnologias aos desafios de mercado, inovando a partir da ciência, é usar as ferramentas do próprio mercado. “Inovação não é sorte. E ela não surge em momentos de genialidade”, afirmou. Ele explicou que, “assim como no processo de fazer ciência, ela surge com quem está processualmente testando, metrificando e estudando”. Para ele, do modelo mental de fazer ciência é muito positivo para empreender e criar negócios bem-sucedidos.

TRÊS FERRAMENTAS

Entre as três ferramentas referidas por Pimentel estão o TRL (Technology Readness Level), que descreve o grau de maturidade da tecnologia; o (TRC) Technology Roadmap Canvas, voltado para inovação a partir da ciência; e o Customer Development, que orienta os cientistas a saírem do laboratório e descobrir o mercado.

A primeira é uma metodologia, desenvolvida pela Nasa e utilizada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, que alinha o entendimento do pesquisador ao do investidor ou parceiro comercial, porque “coloca em uma mesma régua o estágio de desenvolvimento da tecnologia”, tornando cada vez mais claro o objetivo final. Ela auxilia na tomada de decisões e contribui para uma boa gestão. A segunda, ajuda na estruturação de projetos, de forma multidisciplinar, pensando nas peculiaridades dos que tem base em ciência.

A última, e mais importante na opinião do especialista é uma metodologia para treinar cientistas a desenvolverem negócios encorajando-os a saírem do laboratório e a entrevistarem pessoas da indústria para procurar as respostas para os problemas do mercado. “Muitas vezes, o problema que você acha que está resolvendo não é o problema”, argumentou.

Daniel Pimentel ressaltou que cientistas são empreendedores naturais, “pois são otimistas e gostam de pensar grande. Acreditam que vão mudar o mundo com a própria descoberta e não têm medo de falhar. São multitarefas, sobrevivem com poucos investimentos e não têm medo de mudar de rota”. Apesar disso, o advogado vê como um entrave à tentativa de empreender o fato de, de maneira geral, os pesquisadores desenvolverem uma tecnologia primeiro e só depois ir saber se há interesse por aquilo no mercado. "Acontece, mas é mais difícil do que se fosse feito ao contrário!", orienta, com visão empresarial, que o melhor é partir dos grandes problemas da sociedade ou da indústria.

Inverter essa lógica pode ser muito relevante para quem se interessar em seguir esse caminho, recomenda. “Os cientistas sabem falar muito bem de suas tecnologias, mas não sabem falar quem são seus clientes e qual é o seu modelo de receita”, exemplificou, recomendando encarar o processo de inovar com o mesmo profissionalismo e farmalização de processos que os cientistas seguem os procedimentos científicos.

SAIBA MAIS

Conexão.Lab  www.icb.ufmg.br/conexaolab

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Redação: Dayse Lacerda. Fotos: Reprodução da internet - Marcus Vinicius Santos - ACBio ICB UFMG

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