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marques joao 600x500 2A forma como se monitora hoje a população do mosquito Aedes aegypti no Brasil não é tão eficaz para o controle da dengue. Essa é uma das conclusões a qual chegou pesquisa desenvolvida no ICB e que reforça um ponto que os pesquisadores já tinham observado em estudos anteriores.

Atualmente esse cálculo é feito principalmente considerando a densidade de ovos ou de larvas. "O que nós temos hoje é uma política com muitas lacunas", afirma o professor do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, João Trindade Marques, co-autor de pesquisa publicada na revista internacional Acta Tropica, edição de agosto de 2020.

Ele conta que os dados da pesquisa foram coletados no município mineiro de Caratinga nos anos de 2010 e 2011, com a colaboração da professora Erna Kroon, do Departamento de Microbiologia do ICB e do professor Alvaro Eiras, do Departamento de Parasitologia.

Determinar quais áreas têm maior risco de transmissão é importante para combater a doença, que ainda não conta com uma vacina eficaz, destaca João Marques. Ainda em sua avaliação, ele avalia que a pesquisa quebra paradigmas ao mostrar que a variação do número de mosquitos em um momento e em uma região pode ser um indicador mais preciso do aparecimento da doença do que o número absoluto de insetos. "Por exemplo, em uma região onde há um número absurdo de mosquitos, mas que permanece constante, existe uma chance menor de transmissão do que em uma região com poucos mosquitos que, de repente, passa a ter uma quantidade média", explica.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mesmo em meio à pandemia da Covid-19, países como o Brasil devem reforçar os controles contra as doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti, que tendem a aumentar nos próximos meses. Ainda segundo a OMS, cerca de 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo convivem com o risco de contrair dengue. Só em Minas Gerais, foram registrados neste ano cerca de 43 mil casos da doença, segundo o último Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde, divulgado no dia 19 de junho.

Ouça a reportagem de Alicianne Gonçalves  (Clique no texto ao lado para abrir o Link da Rádio UFMG Educativa)

O ARTIGO

Using the intrinsic growth rate of the mosquito population improves spatio-temporal dengue risk estimation
Luigi Sedda, Benjamín M.Taylor, Alvaro E. Eiras, João Trindade Marques, Rod J.Dillonf
https://doi.org/10.1016/j.actatropica.2020.105519
Revista Acta Tropica

(Com informações da Agência de Notícias UFMG)

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