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Lucas Kangussu, Laura Amado e Laura Beatris. Créditos: Pedro FigueiredoLaura Amado, Lucas Kangussu e Laura Amaral. Créditos: Pedro FigueiredoExperimentos com animais mostram que peptídeo estudado pelo grupo produz efeitos ansiolíticos e antidepressivos

O sistema renina-angiotensina (SRA) é um sistema biológico muito complexo, formado por peptídeos, enzimas e receptores, presente em todos os tecidos do corpo humano. Em geral, o SRA é conhecido pelo seu papel regulador no sistema cardiovascular e renal. Além disso, o SRA também desempenha importantes ações fisiológicas no sistema nervoso central e, nos últimos anos, vem sendo muito estudado em doenças neurológicas, cerebrovasculares, neurodegenerativas e em transtornos neuropsiquiátricos.

A Alamandina, peptídeo do SRA, descoberto em 2013 pelo grupo de pesquisa liderado pelo professor do Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biológicas, Robson Santos, é um alvo farmacológico potencial para o tratamento de transtornos neuropsiquiátricos, demonstra pesquisa desenvolvida pelo grupo de pesquisa liderado pelo professor Lucas M. Kangussu, do Departamento de Morfologia do Instituto de Ciências Biológicas.

Os resultados publicados pelo grupo no periódico da Society for Behavioral Neuroendocrinology, Hormone and Behavior, em 2024, complementam outro estudo publicado no mesmo periódico em 2021. Juntos os dois estudos mostram que a Alamandina, um peptídeo do SRA, através do receptor MrgD, atenua comportamentos tipo-ansioso e depressivo em ratos transgênicos.

A relevância desse estudo é particularmente significativa no contexto dos transtornos de ansiedade e depressão, que afetam milhões de pessoas no Brasil e em todo o mundo (aproximadamente 10% da população mundial), impactam os serviços de saúde e causam importantes repercussões sociais e econômicas. Apesar dos avanços em relação aos medicamentos para o tratamento desses transtornos, uma parcela significativa de pacientes é resistente/refratária às medicações disponíveis. Assim, existe uma busca contínua e incessante de novas moléculas para ampliar o arsenal farmacológico para o tratamento da ansiedade e depressão.

A pesquisa conduzida no ICB pelo grupo de pesquisa liderado pelo professor Lucas Kangussu, destaca-se por apresentar uma abordagem farmacológica nova e promissora na busca de novos alvos para o tratamento de transtornos neuropsiquiátricos direcionados para o SRA. As próximas etapas estão concentradas no entendimento dos mecanismos celulares e moleculares envolvidos nos efeitos ansiolíticos e antidepressivos da Alamandina.

Além disso, os pesquisadores também estão investigando se medicamentos já amplamente utilizados para tratar doenças cardiovasculares, como a hipertensão arterial, aumentam os níveis de Alamandina. Dessa forma, podem identificar novas possibilidades potenciais para o tratamento de transtornos de ansiedade e depressão com o reposicionamento de fármacos, ou seja, descobrir novos usos para remédios já usados para tratar outras doenças.

Os trabalhos citados acima foram desenvolvidos pelas alunas Laura Amado Costa e Laura Beatriz Oliveira Amaral, mestrandas do Programa de Pós-Graduação em Neurociências da UFMG, em parceria com os professores Robson Santos e Maria José Campagnole-Santos do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanobiofarmacêutica (INCT-Nanobiofar) e com financiamento da Fapemig, CNPq e CAPES.

Para acessar a pesquisa completa, clique aqui.

Grupo de pesquisa em Biologia do Sistema Renina-Angiotensina liderado pelo Prof. Lucas Kangussu. . Créditos: Pedro FigueiredoGrupo de pesquisa em Biologia do Sistema Renina-Angiotensina liderado pelo Prof. Lucas Kangussu. Créditos: Pedro Figueiredo

 

 

 

 

 

 

 

 Redação: Gabriel Martins e Lucas Kangussu

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