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artigorevisaoA partir de novos dados, estudo ressalta potencial desses microrganismos como fonte de bioinovação

Os conhecimentos mais importantes sobre a biodiversidade de leveduras em florestas tropicais, elaborados ao longo dos anos, agora estão reunidos em um único estudo. Um artigo de revisão em que especialistas do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Leveduras (INCT Leveduras) apresentam dados inéditos e discutem o potencial desses microrganismos como fonte de bioinovação acaba de ser publicado pela Yeast, revista científica que publica trabalhos sobre os desenvolvimentos mais significativos da pesquisa com fungos unicelulares.

“As florestas tropicais fornecem uma abundância de substratos para a colonização de leveduras, e os estudos destes ecossistemas são essenciais para compreender a diversidade genética desses microrganismos, a biogeografia, as interações com outros organismos e o papel ecológico, bem como o potencial biotecnológico”, afirma o professor Carlos Rosa, coordenador do INCT Leveduras. “Ainda assim”, lamenta, “os biomas florestais tropicais da África e da Australásia, por exemplo, continuam a ser uma fonte muito pouco explorada quanto à biodiversidade destes microrganismos”.

No artigo “Leveduras de florestas tropicais: Biodiversidade, interações ecológicas e como fontes de bioinovação”, os cientistas apresentam o estado da arte dos estudos sobre a biodiversidade destes microrganismos em ecossistemas florestais da América do Sul, América Central e Ásia, com base em trabalhos publicados e também em dados ainda não publicados. O artigo apresenta também uma visão geral das espécies descritas em florestas tropicais nos últimos 30 anos.


As florestas tropicais e biomas relacionados são encontrados na Ásia, Austrália, África, América Central e do Sul, México e muitas ilhas do Pacífico. De acordo com o estudo, “esses biomas abrangem menos de 20% da área terrestre da Terra, podem conter cerca de 50% da biodiversidade do planeta e são regiões ameaçadas e vulneráveis ​​ao desmatamento”.

A publicação ressalta que “as florestas tropicais possuem uma grande diversidade de substratos que podem ser colonizados por leveduras, fungos unicelulares que contribuem para a reciclagem da matéria orgânica, e podem servir como fonte de alimento para outros organismos ou ter interações ecológicas que beneficiam ou prejudicam plantas, animais e outros fungos”. Esses microrganismos têm sido cada vez mais utilizados em aplicações biotecnológicas como a produção de alimentos, bebidas, biocombustíveis e medicamentos.

Os cientistas consideram existir várias lacunas no conhecimento sobre a biodiversidade de leveduras nos biomas de florestas tropicais. “Esperamos que a leitura do artigo possa incentivar novos pesquisadores a estudar leveduras em habitats inexplorados, com foco na descoberta de novas espécies e seu papel nos ecossistemas, nos fatores que influenciam a estrutura das comunidades de leveduras e na exploração desses microrganismos para fins de bioinovação.”

O INCT LEVEDURAS

O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - Leveduras: Biodiversidade, preservação e inovações biotecnológicas (INCT Leveduras) é uma rede de pesquisa com sede no Instituto de Ciências Biológicas da UFMG. Seu principal objetivo é gerar conhecimento sobre as leveduras da biodiversidade brasileira e, a partir do estudo desses microrganismos, promover inovações biotecnológicas consideradas estratégicas para o desenvolvimento sustentável.

A YEAST

Yeast é uma revista de microbiologia publica artigos e revisões sobre os desenvolvimentos mais significativos em fungos unicelulares, incluindo métodos inovadores de ampla aplicabilidade. Os tópicos incluem bioquímica, biologia molecular, taxonomia, biotecnologia, desenvolvimento, genética, patobiologia e muito mais.

ARTIGO

Leveduras de florestas tropicais: Biodiversidade, interações ecológicas e como fontes de bioinovação
Carlos A. Rosa, Marc-André Lachance, Savitree Limtong, Ana RO Santos, Melissa F. Landell, Andreas K. Gombert, Paula B Morais, José P. Sampaio, Carla Gonçalves, Paula Gonçalves, Aristóteles Góes-Neto, Rosângela Santa Brígida, Marlúcia B. Martins, Daniel H. Janzen, Winnie Hallwachs
3 de novembro de 2023 https://doi.org/10.1002/yea.3903

Redação: Dayse Lacerda - jornalista na ACBio

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