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levedura predadoraImagens microscópicas da cepa Saccharomycopsis praedatoria UFMG-CM-Y6632 em meio malte 2%, após 4 dias de incubação a 25°C. ( a ) Os ascos eram esferoidais e geralmente surgiam lateralmente ou terminalmente nas hifas. ( b, c ) Os ascósporos eram esferoidais ou ovóides, com borda equatorial. Apenas um esporo por asco foi observado. Barra de escala, 10 μm.Espécie pode, entre outras aplicações, ser testada para controle biológico na agricultura

Cientistas do Instituto de Ciências Biológicas (ICB UFMG) que integram o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Leveduras (INCT Leveduras) descobriram, na floresta amazônica, mais uma espécie nova para a ciência. Após o sequenciamento genético, os pesquisadores concluíram se tratar de uma nova representante do gênero Saccharomycopsis.

Ela foi capaz de matar as células de outra espécie de levedura, a Saccharomyces cerevisiae, revelando seu potencial para uso biotecnológico no controle de microrganismos, principalmente na agricultura. De acordo com o biólogo Carlos Augusto Rosa, coordenador do INCT Leveduras, o grupo de pesquisadores não chegou a testar a amplitude da nova espécie, mas concluíram que a Saccharomycopsis praedatoria tem potencial para ser usada no controle biológico em agricultura, como infecções fúngicas que causam o apodrecimento de laranjas pós-colheita, por exemplo.

predadorapredandoImagens de microscópio mostrando predação de Saccharomycopsis praedatoria contra Saccharomyces cerevisiae . ( a ) Em meio líquido foi observado crescimento filamentoso, sem evidência de predação após 18 h de incubação. ( b ) Em meio sólido, após 18 h, várias células de presas colapsadas são observadas ligadas ao talo do predador. ( c, d ) Em detalhes, a infecção se fixa dentro das células da presa após 18 horas de incubação. ( e, f, g, h ) Mistura predador-presa após 44 h de interação mostrando abundantes células de presa colapsadas e predação ativa. As setas pretas mostram células de presas colapsadas. As setas brancas mostram pinos de infecção dentro das células da presa.Os cientistas obtiveram três isolados a partir de amostras de solo e madeira em decomposição coletadas em dois locais de um bioma de floresta amazônica, especificamente no município de Itacoatiara, localizado no estado do Amazonas, norte do Brasil. “Após o sequenciamento do genoma completo e testes em laboratório, observamos que a nova espécie era capaz de matar células de Saccharomyces cerevisiae por meio de apêndices de infecção que penetram a célula hospedeira para sugar nutrientes, uma característica comum à maioria das espécies do gênero Saccharomycopsis”, relatou o professor titular do Departamento de Microbiologia do ICB UFMG.

Em artigo publicado recentemente no International Journal Of Systematic and Evolutionary Microbiology, da Microbiology Society, os estudiosos descrevem a nova espécie e relatam sua capacidade de predar células de Saccharomyces cerevisiae.

CONTROLE BIOTECNOLÓGICO DE PRAGAS

Entre os principais benefícios do controle biológico de pragas na agricultura, em comparação ao controle químico, estão a redução da exposição dos produtores rurais aos pesticidas, a diminuição do risco de poluição ambiental, de contaminação de alimentos e de desenvolvimento de pragas mais resistentes.

 

 

 

 

 

ARTIGO

Saccharomycopsis praedatoria sp. nov., uma levedura predadora isolada do solo e de madeira podre em um bioma de floresta amazônica
Ana Raquel O. Santos, Katharina O. Barros, Thiago Batista , Gisele F.L. Souza, Flávia B.M. Alvarenga, Maxwel A. Abegg, Trey K. Sato, Chris Todd Hittinger, Marc-André Lachance, Carlos A. Rosa
31 de outubro de 2023 https://doi.org/10.1099/ijsem.0.006125

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Redação: Dayse Lacerda – jornalista

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