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premioteses1Fábio Delolo, Priscila Musa e Guilherme Miranda ganharam o Grande Prêmio em suas respectivas áreas Foto: Foca Lisboa | UFMGFábio Delolo, Priscila Musa e Guilherme Miranda ganharam o Grande Prêmio em suas respectivas áreas Foto: Foca Lisboa | UFMG

Guilherme Miranda (na foto, à direita) venceu na área de Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde, dentre 27 concorrentes na mesma categoria

O pesquisador Guilherme Miranda, do Programa de Pós-graduação em Parasitologia, do Instituto de Ciências Biológicas, recebeu o Grande Prêmio de Teses da UFMG 2023, na área de "Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde".

A cerimônia de revelação dos premiados foi realizada na noite desta quarta-feira, 25 de outubro, no auditório da Reitoria, como parte das atividades da 32ª Semana do Conhecimento.

Além do trabalho do ICB, foram selecionados também, em duas outras categorias, Fábio Godoy Delolo, do curso de Química, na área de "Ciências Exatas e da Terra e Engenharias", e Priscila Mesquita Musa, do curso de Arquitetura e Urbanismo, na área de "Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas, Linguística, Letras". Este ano foram indicadas 62 pesquisas de doutorado, por seus respectivos programas de pós-graduação. A seleção dos vencedores, em cada uma das grandes áreas do conhecimento, foi feita por Comissão instituída pela Câmara de Pós-graduação da UFMG.

AVANÇO NO COMBATE À ESQUISTOSSOMOSE

Orientado pela professora Deborah Aparecida Negrão-Corrêa, “Caracterização morfológica, genética, parasitológica e imunopatológica de um isolado de Schistosoma mansoni obtido do roedor silvestre Holochilus sciureus", descreve o processo de isolamento da linhagem HS do parasito Schistosoma mansoni, o agente etiológico da esquistossomose, doença parasitária responsável por elevadas taxas de mortalidade e morbidade em humanos.

De forma comparativa o pesquisador avaliou aspectos morfológicos e genéticos do parasito isolado, além da cinética parasitária e da resposta imunopatológica induzida pela linhagem HS e pela linhagem LE (originalmente isolada de humano) durante infecções experimentais em camundongos BALB/c e caramujos Biomphalaria glabrata. Os dados da pesquisa demonstraram que esses camundongos e caramujos suportam a manutenção de S. mansoni isolado de H. sciureus em condições de laboratório.

Além do ser humano, algumas espécies de roedores silvestres também são suscetíveis ao parasito, e as sucessivas infecções nesses animais podem favorecer a seleção de novas linhagens de S. mansoni, cujo impacto na morbidade, transmissão e controle da esquistossomose ainda é desconhecido. “A partir desse conhecimento, foi possível caracterizar o perfil genético da linhagem HS e demonstrar que ela apresenta características morfológicas próprias e padrões parasitológicos e imunopatológicos diferenciados que podem favorecer sua transmissão e induzir maior gravidade da esquistossomose”, explica o pesquisador na sinopse do trabalho.

HOMENAGENS

O evento foi marcado por homenagens, como a que foi feita pela professora Isabela Pordeus, pró-reitora de Pós-graduação, ao egresso Gustavo Henrique de Matos Pereira, doutor em Odontologia pela UFMG. Outro destaque foi a homenagem à servidora Zélia Pires da Silveira, da área administrativa da Pró-reitoria de Pós-graduação, que se aposentou depois de 35 anos de dedicação à UFMG.

Na ocasião, a pró-reitora Isabela Pordeus traçou um breve diagnóstico da pós-graduação da UFMG, composta por 90 programas - 11 na modalidade profissional e 79, na acadêmica. Ela destacou que na última avaliação da Capes, a UFMG teve 75% de seus programas (mestrado e doutorado) considerados de excelência. “Isso distingue a UFMG de outras instituições”, afirmou, destacando a “relevância, o impacto e o conhecimento gerado por elas”.

Para mostrar o quanto o conjunto dos trabalhos está sintonizado com as questões contemporâneas, Pordeus leu alguns títulos de teses premiadas em áreas como ciências de alimentos, saneamento e recursos hídricos, economia e ciência política, afeitos ao tema da Semana do Conhecimento – Desenvolvimento sustentável e democracia na era na Inteligência Artificial.

RESPONSABILIDADE DE CADA UM

premioteses2Sandra Goulart - Em seu discurso, Sandra Goulart estendeu a homenagem às gerações que construíram a pós-graduação na UFMG - Foto: Foca Lisboa/UFMGPresidindo a mesa de honra, a reitora Sandra Regina Goulart Almeida lembrou que, por trás da concepção do prêmio, criado em 2006, “reside um histórico, uma herança institucional, que remonta a sucessivas gerações", afirmou, lembrando ainda que essas gerações se empenharam em construir a pós-graduação na UFMG e “consolidar os vários programas nas mais diversas áreas do conhecimento”.

Ainda na visão da reitora, a homenagem aos autores das melhores teses defendidas em 2022 deve ser estendida a “todos e todas que construíram esta história e este legado do qual tanto nos orgulhamos”. Ela chamou a atenção para a responsabilidade de toda a comunidade da UFMG – servidores docentes, técnico-administrativos e estudantes – pela construção de “uma universidade pública de qualidade e de relevância, respeitada por seus pares, pela seriedade, compromisso e dedicação ao ensino e à produção, divulgação, transmissão de conhecimentos e pela interação com outros saberes, sempre de forma diversa e cada vez mais relevante para a sociedade”.

Ao se dirigir aos agraciados com o Prêmio UFMG de Teses, Sandra Goulart os qualificou como “modelos de dedicação, tenacidade e superação”, “exemplos significativos das possibilidades oferecidas pela Universidade e de seu compromisso com uma educação pública e gratuita, de qualidade e de relevância, em sintonia com os desafios do nosso tempo”, afirmou.

Ela também lembrou os desafios, voltando a citar os recorrentes cortes de recursos que atingem não só as universidades públicas, mas também as agências de fomento. A reitora classificou a luta por recursos para as universidades públicas e para a área de pós-graduação e pesquisa como incansável: “Investimentos! Não gastos!”, salientou.

 

Redação: Marcus Vinicius dos Santos, exclusivamente com informações da Agência de Notícias da UFMG e fotos de Foca Lisboa - UFMG.

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