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Imagem do WhatsApp de 2023 07 05 às 17.21.08 301e748aProposta de cientistas do ICB UFMG é desenvolver um protótipo de medicamento para covid-19 a partir da associação de dois mucolíticos cuja segurança já estão consolidadas pelo uso

A Unidade de Inovação em Fármacos e Vacinas (Farmavax), uma das três iniciativas da UFMG junto a Embrapii - Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial -, já está pronta para iniciar as pesquisas clínicas, voltadas para avaliar segurança e eficácia, de um potencial novo medicamento contra covid-19.

Os princípios e evidências científicas que demonstram o uso associado de dois mucolíticos - bromelina e acetilcisteína - como possível medicamento contra doenças respiratórias graves, estão descritos no artigo “Atividade mucolítica e anti-inflamatória ex-vivo de BromAc em aspirados traqueais de covid-19”, publicado na revista Biomedicine and Pharmacotherapy, em abril do ano passado.

O trabalho demonstra que, juntos, os dois medicamentos apresentam atividade anti-inflamatória e antiviral, com fortes indícios pré-clínicos de se tornar alternativa farmacológica inovadora.

Liderado pela pesquisadora Jordana Coelho dos Reis, o projeto é desenvolvido pela equipe do Laboratório de Virologia Básica e Aplicada do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG (parcialmente na foto, ao lado), junto ao Centro de Tecnologia em Terapias Avançadas e Inovadoras (CT Terapias), sendo este, por sua vez, coordenado pelo professor Mauro Martins Teixeira, do departamento de Bioquímica e Imunologia do ICB. O foco das investigações está voltado para identificar novas moléculas e seus mecanismos de ação; veiculação de fármacos, ácidos nucleicos e vacinas; ensaios pré-clínicos e clínicos iniciais em condições de boas práticas de laboratório e pesquisa clínica.

Segundo Jordana Reis, foram cerca de 12 meses para análise e aprovação do projeto pela Embrapii, uma iniciativa voltada para “a inovação nas empresas por meio do apoio à pesquisa e à transferência de tecnologias em altos graus de maturidade”. A partir da formalização do apoio da Empresa, a pesquisa pode ser cofinanciada pela Mucpharm, empresa da Austrália, representada no Brasil pela indústria farmacêutica Hipolabor, além de Sebrae e a startup 4WBiotech. O valor necessário estimado é de cerca de R$ 2,5 milhões.

Executadas as fases de tramitação dos processos necessários, incluindo a liberação dos recursos iniciais e as autorizações dos órgãos de regulação ética de pesquisa, os próximos passos envolvem autorizações da Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil, para o início da cooperação com o Hospital das Clínicas da UFMG, ainda sem datas definidas.

MULHERES NA CIÊNCIA X RECURSOS

Jordana Reis, alerta também para a importância de considerar a Embrapii no processo - necessário - de translação do conhecimento científico como parceira do processo de inovação. Para ela, “mulher cientista, formadora de outras pesquisadoras”, ainda há poucas pesquisadoras em posição de liderança quando comparadas como número de homens.

“Parcerias público-privadas são uma possibilidade para o fomento e o avanço da ciência básica e aplicada no Brasil, especialmente após o difícil período pelo qual passou a pesquisa brasileira nos últimos anos”, afirma a cientista, reconhecendo ainda como fundamental ao seu projeto o apoio recebido da coordenação do CT Terapias Avançadas e Inovadoras, e do coordenador da FarmaVax – Unidade Embrapii Inovação em Fármacos e Vacinas, professor Rubén Dario Sinisterra Millán, do departamento de Química do Instituto de Ciências Exatas (ICEX) da UFMG.

Para Rubén Millán, a Embrapii-Farmavax busca oferecer apoio a empresas na área da saúde para o desenvolvimento de novas terapias, sistemas de liberação de fármacos e vacinas destinados à prevenção e tratamento de doenças antigas e novas, por meio da transferência do conhecimento da bancada dos laboratórios para o mercado. Além do CT Terapias, a Farmavax é constituída também por outros três Centros Institucionais de Tecnologia e Inovação: CT Vacinas, CT Medicina Molecular e CT Nanobiomateriais.

BREVE HISTÓRICO DA EMBRAPII NA UFMG

A Embrapii - Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, é uma iniciativa - do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do governo brasileiro - voltada para promover a inovação nas empresas por meio do apoio à pesquisa e à transferência de tecnologias em altos graus de maturidade. Sua missão é realizar atividades de pesquisa, desenvolvimento e extensão, aliando tecnologia e inovação, promovendo a transferência dos resultados das pesquisas para a sociedade.

Na UFMG, a primeira Unidade Embrapii foi criada em 2016 por um grupo de professores do Departamento de Ciências da Computação: Unidade DCC – UFMG Software para Sistemas Ciber-físico. Atualmente já existem cerca de uma dúzia de Unidades, sendo que a anterior foi criada no final de 2021, a Unidade Embrapii-UFMG Inovação de Fármacos e Vacinas, ou Farmavax, que reúne pesquisadores, além do ICEx e do ICB, também da Escola de Engenharia e das faculdades de Medicina, de Odontologia e de Farmácia, é coordenado pelo professor Rubén Dario Sinisterra Millán, um pioneiro nesse caminho.

 

Redação: Marcus Vinicius dos Santos - Jornalista ICB UFMG

 

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