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 1 1024x591Em visita ao Labin, em dezembro, a economista da Codemge Júlia Schmidt Comitti (2ª à direita) conheceu o protótipo do teste rápido para diagnóstico de covid-19, tendo sido recebida pelo professor Rodolfo Giunchetti, à esquerda, e pelos pesquisadores Reysla Mariano e Daniel Lair. Integra a equipe também os professores Ronaldo Nagem, da UFMG, e Alexsandro Galdino, Mariana Campos da Paz e Laís Moreira Nogueira, da federal de São João del-Rei - Crédito: Suellen Almeida/Codemge CLIQUE PARA AMPLIARCom investimentos da estatal Codemge, kit tem preço de produção de menos de R$ 1 e usa tecnologia e insumos nacionais


Uma tecnologia desenvolvida e patenteada pela UFMG, em parceria com a Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), para o diagnóstico rápido do coronavírus, pode se tornar um novo produto em alguns meses. Um acordo com empresa privada interessada em produzir o novo teste, logo deve viabilizar a transferência de tecnologia Universidade-Empresa.

Segundo o professor e pesquisador Rodolfo Giunchetti, do Laboratório de Biologia das Interações Celulares (Labic), do Departamento de Morfologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, idealizador e líder do projeto, a pesquisa começou ainda tímida, em março de 2020, com o intuito de resolver um problema mundial: desenvolver métodos diagnósticos da covid-19 que possam garantir eficiência e agilidade, com o menor custo de produção possível.

O teste, desenvolvido pela UFMG -- em parceria com o laboratório do professor Alexsandro Sobreira Galdino da UFSJ, identifica anticorpos produzidos no sangue contra o vírus da covid-19 e permite identificar se o indivíduo desenvolveu uma resposta imunológica em função da exposição ao coronavírus.

Foi comprovado um alto grau de sensibilidade do teste da UFMG, superior a 95%, compatível e até superior aos testes existentes. Isso faz com que ele possa ser indicado a gestantes, entre outros públicos. A contaminação por coronavírus no período gestacional é muitas vezes de difícil detecção e o diagnóstico precoce para essas pacientes pode ser decisivo.

TRABALHO HERCÚLEO

 3O teste tem sensibilidade superior a 95%, custa barato e apresenta mais de 90% de nacionalizaçãoO processo começou com o teste ELISA, do tipo imunoenzimático, para uso em escala. A partir dele foi possível identificar qual parte do vírus funcionaria melhor para realizar o diagnóstico. A prova de conceito do teste rápido foi desenvolvida em seguida e seu protótipo, apresentado em dezembro de 2022, tema da dissertação do Daniel Lair, do Programa de Pós-graduação em Biologia Celular, do ICB UFMG.

As proteínas e alvos triados pelo prof. Ronaldo Nagem, da UFMG, foram analisados novamente pela equipe da UFSJ, formada pelos professores Galdino e Mariana Campos da Paz, e pela pesquisadora Laís Moreira Nogueira, que confirmaram os achados e tornaram o trabalho possível.

Galdino faz questão de destacar o empenho e a dedicação de alunos e professores, mesmo ainda durante a pandemia. “No início, éramos uma força tarefa de seis pessoas, unidas pela vontade de fazer acontecer. Alguns eram voluntários, trabalhando várias horas por dia, inclusive nos finais de semana”, reforça Giunchetti. Assim que as pesquisas amadureceram mais, o apoio da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) trouxe um aporte de R$ 750 mil e acelerou o projeto.

Este recurso permitiu a aquisição de equipamentos e insumos, além de custear o pagamento de bolsas para os pesquisadores. Como contrapartida, a empresa estatal tem participação na propriedade intelectual do novo teste.

NACIONALIZAÇÃO

O uso de insumos produzidos no Brasil é outro ponto muito valorizado pelos pesquisadores. Segundo eles, isso fortalece toda a cadeia produtiva impulsionada pela pesquisa científica. “Apoiar empresas e projetos nacionais para que sejam conhecidos aumenta o portfólio de produtos, desenvolve e consolida toda uma cadeia que nos abastece e promove o desenvolvimento econômico, social e científico regional. Isso é relevante para todos que trabalham com ciência e tecnologia no país, em especial com o diagnóstico de doenças”, considera.

“O baixo custo de produção -- menos de R$ 1 por teste --, a fabricação em larga escala, a alta sensibilidade e o desempenho diagnóstico, além da aplicação de insumos brasileiros são alguns dos diferenciais do processo desenvolvido na UFMG”, afirma Giunchetti.

Galdino também considera o enorme aprendizado que o processo trouxe, para todos os envolvidos. “Esse aprendizado foi intenso. Desde o princípio, quando havia pouca informação e muita insegurança sobre a doença”, diz. “Nosso foco - sempre - foi o de contribuir para um bem maior. E, mesmo com todas as dificuldades, a equipe perseverou e encontrou solução para uma série de questões, que nos permitiu todo o progresso que este esforço obteve. Isso é muito gratificante”, comemora o líder da pesquisa.

CODEMGE

A Codemge é uma empresa estatal, integrante da administração pública indireta do estado de Minas Gerais, organizada sob a forma de sociedade por ações. Tem como missão contribuir para o desenvolvimento de Minas Gerais, impulsionando estrategicamente a economia mineira. Integrante do Grupo Codemge, do qual a Codemig faz parte, a Companhia é responsável por diversos ativos econômicos, em várias frentes de atuação, enquanto a Codemig se dedica ao nióbio.

 

 

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