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Enio.Cardillo.Jacques Nicoli Enio Cardillo, ao lado de Pierre Raibaud, Jean Dabard e Jacques Nicoli, durante o 11º Simpósio Internacional de Gnotobiologia, realizado em Belo Horizonte, entre 6 e 10 de junho de 1993 - Acervo pessoalFoi devastador para mim ser informado do falecimento do professor Enio Cardillo Vieira, durante minha viagem à França. E foi também muito difícil não poder estar neste triste momento no Brasil, em particular para estar perto da Leda, sua filha, a quem sempre considerei muito, quase como uma irmã.

Muito mais frustrante ainda foi não poder relatar, à época, toda a minha admiração e gratidão pelo professor Enio, construída nos 40 anos que passei perto dele no laboratório.

Felizmente, a professora Jacqueline Alvarez descreveu muito bem quem foi Enio Cardillo Vieira. Contudo, na minha volta ao Brasil, acho importante acrescentar alguns aspectos mais pessoais da personalidade dele.

Encontrei o professor Enio em março de 1977, no aeroporto da Pampulha, quando ele me convidou para ingressar no Departamento de Bioquímica e Imunologia. Ali, também tive a honra, dada por ele, de conviver com um grupo de profissionais excepcionais, como os professores Giovanni Gazzinelli, Carlos Diniz, Luiz dos Mares Guia, entre outros.

Todos os meus conhecimentos em bioquímica foram adquiridos com os ensinamentos do professor Enio. Da mesma forma, vários comportamentos na minha vida profissional. Além da ética no trabalho e no relacionamento pessoal, três características dele tinham minha admiração, por incomuns que eram.

Ele sempre demostrou desinteresse total pelo dinheiro. Durante a nossa luta conjunta pela manutenção da colônia de animais isentos de germes, por várias vezes ele pagou do próprio bolso pela importação de camundongos.

Já no relacionamento pessoal, sempre mostrou uma imensa compreensão e atenção com os subordinados. Mas não era tão flexível com os erros de iguais ou superiores, em particular quando se tratava de ética. Com ele aprendi também a desprezar os feriados, que passávamos no laboratório.

Quando tive a possibilidade de voltar para a França, não tive um momento de dúvida para escolher permanecer com o professor Enio, a quem tanto devo. Como para muitos colegas, estudantes e técnicos, o professor Enio será para mim sempre uma pessoa inesquecível, à qual, quero reiterar, sempre terei por ele uma gratidão infinita.

Adeus meu professor, meu amigo, meu colega. Muito obrigado.

 

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