Uma pesquisa experimental do ICB confirmou o uso da capsaicina, uma substância encontrada na pimenta, como possível caminho para a prevenção da aterosclerose. A aterosclerose é uma inflamação causada pelo acúmulo de células espumosas carregadas de gordura nas paredes das artérias, tornando-as estreitas e duras. Muitas vezes de evolução silenciosa, é a principal causa de doenças cardiovasculares, principal causa de morte ao redor do mundo.
A capsaicina foi escolhida por possuir efeitos anti-inflamatórios, que podem agir tanto na prevenção da doença quanto na redução da lesão aterosclerótica já instalada como ficou demonstrado pela pesquisa. Além disso, o composto natural já é muito usado na culinária, “atribuindo maior segurança no seu uso”, explica Danielle de Lima Ávila, autora do trabalho, orientada pela professora Jacqueline I. Alvarez Leite. Ela estudou os efeitos da capsaicina em camundongos (in vivo) e nas células espumosas que se depositam nas paredes das artérias (in vitro).
Dentre os principais resultados encontrados por Danielle está que a lesão aterosclerótica foi reduzida nos animais tratados com a substância extraída da pimenta em comparação com aqueles que não receberam o mesmo tratamento. O colesterol total e os triglicerídeos dos animais, indicadores da doença, foram reduzidos. In vitro, as células espumosas envolvidas no processo também foram reduzidas.
O estudo também permitiu descobrir exatamente qual o comportamento das células envolvidas na aterosclerose e quais os mecanismos envolvidos, possibilitando a identificação de novos alvos para o tratamento da aterosclerose.
A pesquisadora faz questão de ressaltar que a pesquisa ainda está em fase de testes em animais e que restam questões a serem esclarecidas a respeito do uso desse composto como antiaterogênico. “Ainda não há resultados em humanos e, portanto, não se pode afirmar ainda que o uso desse composto seja indicado para prevenir ou combater a aterosclerose, adverte, declarando, porém, entender que se trata de um campo de estudo promissor.
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Autora: Danielle de Lima Ávila - Nutricionista, mestre Bioquímica/Fisiologia, doutora em Bioquímica/Imunologia - ICB/UFMG
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Orientadora: Professora Jacqueline Isaura Alvarez Leite
Departamento de Bioquímica e Imunologia
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