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Alice Moreira Machado - Bolsista PROEX

Animais silvestres, como os micos, são cada vez mais vistos pelos corredores do ICB. Há relatos da presença deles em laboratórios e até mesmo do ataque de um mico a uma estudante, que foi mordida por ele. Gambás e pombos também têm sido vistos. Mas, nessa história toda, os “vilões” não são os animais.

O comportamento humano, que faz com que eles percam o medo e se aproximem, é o que gera grandes riscos. Além dos problemas à saúde desses animais, já que eles podem ser infectados por nós, também eles podem transmitir zoonoses.

Foto: Marcus Vinicius dos Santos - Assessoria de Comunicação Social e Divulgação Científica do ICB/UFMG“Os micos podem ser hospedeiros de protozoários como o Trypanosoma cruzi, da Doença de Chagas; podem transmitir raiva, febre amarela, o herpesvírus”, exemplifica a bióloga Daniela Reis, técnica do laboratório de Citometria de Fluxo. Ela ensina que a transmissão pode acontecer por contatos diretos com saliva e sangue, podendo ocorrer por um simples arranhão, por exemplo.

No ICB, além da foto que circula por aí mostrando um mico tomando água no bebedouro, é comum ver gente alimentando os bichinhos. Essas pessoas acreditam que estão ajudando a proteger os animais. Mas, na verdade, não estão.

Thaís Maia, bióloga e assistente de laboratório, e que tem experiência na proteção dos animais, observa que eles não precisam ser ajudados na natureza dessa forma. Aqui no ICB, ela já presenciou situações em que foram servidos até biscoitos recheados aos animais. “Se isso faz mal pra gente, imagina pra eles?”, comenta.

Mesmo alimentos que consideramos saudáveis podem acabar sendo nocivos aos animais. Isso porque podem conter conservantes ou ter passado por condições desconhecidas de armazenamento ou transporte. Além disso, podemos transmitir doenças humanas para os bichinhos quando oferecemos restos de nossos alimentos. E, ainda, esses alimentos oferecidos acabam sendo iscas para que os animais se aproximem.

Riscos agravados

A aproximação dos animais em busca de comida em um Instituto de ensino e pesquisas pode levá-los a locais de risco, como laboratórios que lidam com agentes infecciosos, ou lixeiras com restos de alimentos, por exemplo. Assim, ao acessar esses lugares, eles podem se intoxicar ou se contaminar. Há, ainda, riscos de invasão e de contaminação a áreas restritas, como biotérios, por esses animais, alerta a bióloga Daniela Reis.

Instinto para a caça

Considerando todos os riscos trazidos pela proximidade entre nós e animais silvestres como os micos, fica evidente que é preciso parar de alimentá-los e que devemos evitar o contato com eles. Micos são muito habilidosos na caça e se alimentam de ovos, filhotes de passarinhos, minhocas, frutas, sementes, besouros e resina de árvores. O motivo por que aceitam os alimentos oferecidos por nós “não é pela falta de comida, mas pela disponibilidade”, alerta Daniela Reis.

Ainda segundo ela, quanto mais alimentos são disponibilizados, mais esses animais ficam favoráveis para a reprodução. Se possuem comida e abrigo fácil, vão se reproduzir em uma frequência muito maior, porque " não vão ser predados por outros animais aqui no ICB, logo acabam colonizando realmente o ambiente”.

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