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unnamed 3Evento busca divulgação atividades desenvolvidas no âmbito da formação de professores

Estudantes do curso de Ciências Biológicas do ICB UFMG participam, nos dias 10 a 12 de abril, do “4º Seminário de Práticas Docentes Vivenciadas nas Licenciaturas da UFMG”, na condição de residentes do núcleo de Biologia do Programa Residência Pedagógica da Capes-UFMG, coordenado pela bióloga Adlane Vilas-Boas Ferreira, professora titular do Departamento de Genética, Ecologia e Evolução e coordenadora da rede nacional do Mestrado Profissional em Ensino de Biologia (Profbio).

O evento tem como objetivo promover o debate e a divulgação das atividades que vêm sendo desenvolvidas no âmbito da formação de professores, além de oportunizar a reflexão sobre os estágios curriculares, a integração UFMG e redes de educação básica, assim como a formação inicial e continuada de professores que ocorrem nesses contextos. Na edição de 2024 também serão realizados os seminários de encerramento dos projetos institucionais do Pibid e Programa Residência Pedagógica.

O seminário será presencial com oficinas, palestras e mesa redonda. A temática do evento será “Formação e prática docente na articulação universidade-escola”. Todos os estudantes das licenciaturas, juntamente com seus coordenadores, orientadores, preceptores e supervisores poderão fazer propostas de oficinas assim como participar das oficinas ofertadas.

As inscrições estarão abertas até a próxima segunda-feira, dia 1º/04, e podem ser feitas pelo link https://www.even3.com.br/4comfic/ Haverá emissão de certificado de participação .

WhatsApp Image 2024 03 27 at 11.12.09Stephanie Lauar: “Nunca deixe alguém dizer que você não pode, ou que você não é capaz de fazer algo”

Uma pesquisadora de Belo Horizonte formada nos laboratórios do Instituto de Ciências Biológicas (ICB UFMG) acaba de receber um prêmico de instituições norte-americanas em colaboração com as embaixadas do Brasil em Washington, Nova Iorque, Boston e São Francisco. A biomédica Stephanie Stransky Lauar, atualmente no Albert Einstein College of Medicine, investiga alterações moleculares desencadeadas por drogas anti-envelhecimento, e foi agraciada com o Prêmio ScientistA 2024 (https://dimensionssciences.org/scientista-award), concedido a mulheres cientistas que desenvolvem o seu trabalho nos EUA.

Stephanie Lauar cursou mestrado em Neurociências e doutorado e pós doutorado em Bioquímica e Imunologia no ICB UFMG. Seu trabalho com modelo de cultura de células tridimensionais (3D) no Albert Einstein tem como objetivo contribuir, a longo prazo, com um envelhecimento mais saudável. O prêmio recebido no início de março não é o primeiro. “Ao final da graduação recebi um prêmio como reconhecimento por ter sido a terceira melhor aluna do curso de Biomedicina”, relembra.

O gosto pela carreira de pesquisadora começou no mestrado no ICB UFMG. Mas foi durante do doutorado, ao trabalhar com modelos de cultura celular com o objetivo de reduzir o número de animais experimentais, que a decisão se consolidou. Parte do estágio pós doutoral aconteceu no Imperial College London, em Londres, onde deu continuidade a essa linha de pesquisa. “Depois vim para o Albert Einstein College of Medicine, em Nova Iorque, para estabeler um modelo inovador de cultura de células tridimensionais (3D) para o estudo do envelhecimento”, conta.

No ScientistA, Stephanie Lauar concorreu com outras pesquisadoras brasileiras, que residem em diferentes cidades dos EUA. “Esse prêmio é o reconhecimento de todo o trabalho que venho desenvolvendo há mais de 10 anos. E veio para mostrar que, apesar de todas as dificuldades, eu estou no caminho certo”, reflete. “Me sinto agraciada triplamente por esse prêmio; por ser mulher, cientista e imigrante”, comemora. Ela destaca que o fato de ter sido mãe em 2023 a obrigou a reajustar a nova rotina com duas jornadas, a de cientista e a de mãe. “Esse prêmio significa que apesar de todos os desafios, eu consegui!”, comemora.

Para quem está começando na carreira científica, Stephanie Lauar recomenda determinação. “Dê o primeiro passo e a vida se encarregará de fazer dar certo”, afirma.

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Estudo conduzido por doutorando do ICB apresenta resultados promissores

Uma pesquisa conduzida pelo doutorando Walison Nunes, do Departamento de Fisiologia e Biofísica, desenvolveu uma nanopartícula capaz de induzir as células tumorais de câncer colorretal à morte através de uma imunoterapia, o que pode melhorar bastante o processo de tratamento do paciente. Além disso, o estudo também criou técnicas que podem normalizar o ambiente em que o tumor está estabelecido, como a abertura dos vasos sanguíneos, potencializando a eficiência de terapias voltadas ao tratamento da doença.

Segundo Walison, “o nosso estudo revelou que tivemos uma redução tumoral de cerca de mais de 80% em grupos tratados com a imunoterapia associado a terapia de normalização do microambiente tumoral”. Esses resultados da pesquisa, coordenada pelo professor Pedro Guimarães, indicam uma melhora significativa para a saúde do paciente de câncer colorretal, como o aumento da expectativa de vida e a possibilidade de cura dessa doença.

Março é o mês da campanha de conscientização da prevenção e combate ao câncer colorretal, sendo considerado o Março Azul-Marinho. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o número estimado de casos novos de câncer de colorretal para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 45.630 casos, correspondendo a um risco estimado de 21,10 casos por 100 mil habitantes.

Walison Nunes alerta para a conscientização do diagnóstico para essa doença: “é importante falarmos sobre o câncer de colo do intestino, porque é uma doença que existe, possui sintomas e tratamentos. Então, o quanto antes os pacientes souberem dos seus sintomas, mais rápido vão procurar o atendimento e nós poderemos com mais facilidade tratar a doença antes que se instale completamente e não tenha mais nada que possa ser feito”. O dia 27 de março se propõe a reforçar essa campanha e incentivar a população a procurar meios de identificar sintomas que possam levar a um diagnóstico.

Redação: Gabriel Martins - Estagiário SIGEPE

Estudo pioneiro decifra a diversidade em habitats desse ambiente raro que abriga espécies ameaçadas de extinção
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Encontrada nas serras do Espinhaço, em Minas Gerais, e dos Carajás, no Pará, a canga reúne espécies endêmicas que desenvolveram adaptações para sobreviver
Foto: LEEB/ICB
Um ambiente com condições extremas de temperatura, solos rasos e pobres em nutrientes e com elevada concentração de ferro. Parece hostil, mas abriga muitas espécies raras e endêmicas que desenvolveram inúmeras adaptações para sobreviver aos rigores impostos pelo solo e pelo clima. Com plantas de pequeno porte que mais parecem bonsais, esse ecossistema tem elevada capacidade de retenção de água entre os poros e canais nas rochas, de onde surgem nascentes que abastecem grandes cidades, como Belo Horizonte.

Essas são algumas das características únicas da canga, ecossistema encontrado particularmente na Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, e na Serra dos Carajás, no Pará. Nesse ambiente, estão as principais áreas de exploração de minério de ferro do país.

O estudo inédito, desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Ecologia Evolutiva e Biodiversidade (LEEB) do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, por meio de parceria com a Anglo American, determinou os ecossistemas-modelo que servem de referência para três dos principais tipos de habitats que existem na canga: a canga nodular e a couraçada, as lagoas temporárias e o candeal.

As conclusões da pesquisa, liderada pelo professor Geraldo Wilson Fernandes, estão em artigo que ganhou a capa de uma importante revista internacional, o Journal of Mountain Science, que publica estudos desenvolvidos em áreas de montanhas ao redor do mundo, sobretudo relacionados a mudanças climáticas.

Áreas testemunhas
Os pesquisadores avaliaram as espécies de plantas existentes nesses três habitats e a relação delas com os solos, revelando as singularidades existentes em cada ambiente e as espécies que os caracterizam. Ao compreender as espécies prevalentes nos diferentes tipos de habitat, o estudo dá o primeiro passo na construção de modelos para a restauração ecológica para mitigar os efeitos da fragmentação desse ambiente raro e de extrema relevância para a conservação da biodiversidade.

Os resultados possibilitaram avaliar a estreita e frágil relação solo/planta de forma integrada. Isso significa entender os tipos de estratégias que cada espécie utiliza nos diferentes habitats para sobreviver. Com esses dados, é possível identificar as espécies mais adaptadas a cada característica do solo ou habitat e traçar modelos de restauração com mais chances de sucesso. A publicação apresenta ainda um banco de dados que destaca as espécies que mais contribuem para a organização e construção das comunidades nesse ambiente extremo e complexo.

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'Justicia riparia', espécie endêmica da canga
'Justicia riparia', espécie endêmica da canga
Foto: Geraldo Wilson Fernandes | UFMG
Espécies endêmicas ameaçadas
A pesquisa foi realizada na porção sul da Serra do Espinhaço, nos municípios mineiros de Catas Altas, Morro do Pilar e Conceição do Mato Dentro. Cerca de nove mil metros quadrados de área de canga foram mapeados.

Em todos os habitats avaliados, foi identificada uma elevada diversidade de espécies de plantas, muitas delas endêmicas (que só ocorrem naquele lugar). É o caso da Lychnophora pinaster, também conhecida como arnica do cerrado ou pau de candeia. Também foram descritas espécies que estão ameaçadas de extinção, como a Vellozia subalata e a Myrsine villosissima.

Relevância e ineditismo
Presente em áreas com alta relevância econômica, a canga tem sofrido crescente pressão da expansão imobiliária e da mineração. A supressão de habitats e a ocupação desordenada de áreas nativas constituem fortes estressores que podem conduzir as espécies raras à extinção e causar desequilíbrio no funcionamento do ecossistema.

Além disso, essas pressões têm sido a causa principal da invasão por espécies exóticas, que aumentam as chances de extinção e perda de propriedades do ecossistema que resultam na produção de água. Por esse motivo, os cientistas explicam que é urgente definir ambientes-modelo e protegê-los para servirem de base a projetos de conservação e restauração das áreas de canga degradadas.

Os resultados do estudo confirmaram que o campo rupestre é composto de grande mosaico de tipos de vegetação e habitats moldados por condições locais intrínsecas, sendo essencial que projetos de restauração ecológica contemplem esse conhecimento.

As propostas de restauração devem respeitar as características distintas de cada habitat para obter ganhos em biodiversidade. Não considerar essas especificidades pode levar à homogeneização dos ecossistemas, resultar em mais perdas de biodiversidade e de serviços ecossistêmicos e favorecer o estabelecimento de espécies invasoras.

Para os pesquisadores, as atuais políticas ambientais precisam considerar os avanços da ciência produzidos no ecossistema e alterar urgentemente procedimentos e orientações gerais. Caso contrário, fornecerão base legal para práticas enganosas de restauração e perda de biodiversidade no ecossistema brasileiro que é considerado o mais ameaçado.

“O estudo claramente mostra que estamos no caminho errado na restauração de ambientes de canga. Se não utilizamos espécies nativas e não restauramos com foco nos diferentes 'habitats-espelho', estamos apenas brincando de restaurar. Esse trabalho reforça que precisamos informar melhor o tomador de decisão sobre as estratégias mais adequadas de restauração em áreas impactadas”, alerta Geraldo Fernandes, autor principal do artigo.

Década da restauração
A pesquisa está alinhada com iniciativas globais em biodiversidade, como os esforços da Década da Restauração (2020-2030), na qual os países se propuseram a restaurar e diminuir as emissões de carbono, e os Objetivos de Desenvolvimentos Sustentáveis da ONU, relacionados à garantia da saúde e do bem-estar (ODS 3), ao acesso a água potável e saneamento (ODS 6), mitigação das alterações climáticas globais (ODS 13) e preservação da vida terrestre (ODS 15).

(Portal UFMG)

WhatsApp Image 2024 03 20 at 14.38.42Em estudo com resultados inéditos cientistas mostram que o comportamento das Treg se assemelha ao de pacientes que morrem de covid-19

Pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB UFMG) encontraram células do sistema imunológico que marcam a evolução grave da dengue. As chamadas T reguladoras (Treg), que controlam o processo inflamatório e impedem que a inflamação saia do controle, apresentam disfunções importantes e se tornam deficientes em pacientes com quadros severos. Ocorrência semelhante foi identificada pela mesma equipe em pacientes que morreram de covid-19 e foi descrita em artigo publicado no ano passado.

O estudo, cujos resultados estão prestes a ser publicados, foi realizado com 123 pacientes, entre voluntários saudáveis que nunca tiveram dengue, pacientes com dengue clássica ou leve (tratamento realizado em casa) e pacientes com dengue com sinais de alarme, grave ou hemorrágica. Eles foram avaliados durante a fase febril, 3 a 4 dias após o início dos sintomas, e, em seguida, após sete e 30 dias do início dos sintomas.

WhatsApp Image 2024 03 20 at 14.55.22De acordo com a biomédica Marcela Gonçalves, as pesquisas sobre os mecanismos de regulação da resposta imune na dengue humana vem sendo realizadas desde 2013, quando o foco era o processo de defesa natural que nasce conosco, chamado inato, e uma visão geral das populações de células do sistema imunológico.

Na sequência, os cientistas se detiveram no que chamam de resposta imune adaptativa ou adquirida, com foco nas células T, que é quando o organismo reconhece um agente causador de determinada doença e age de maneira específica para combatê-lo. "Fiz uma análise mais profunda e detalhada de cada uma das células e suas funções", explica a pesquisadora, que está em residência pós-doutoral sob supervisão do médico Helton Santiago, professor do Departamento de Bioquímica e Imunologia do ICB e diretor clínico do Centro de Tecnologia de Vacinas da UFMG.

Nas investigações mais recentes, os pesquisadores avaliaram a produção de várias citocinas identificando que os pacientes com quadros leves de dengue têm células T reguladoras especificas ao vírus da doença com capacidade de produzir IL-10, um fator importante para sua função de controlar a inflamação.

Em sua superfície essas Tregs também expressam GITR e CD200, moléculas que contribuem para a diminuição de respostas inflamatórias. As mesmas células não estão presentes em pacientes com dengue grave. "Neste trabalho", enfatiza Marcela Gonçalves, "observamos uma população de Tregs funcionais específicas ao vírus da dengue, presente apenas em voluntários com dengue leve. O grupo grave não tem esta população funcional".

 

Para Marcela Gonçalves, os mecanismos que estariam impedindo a ativação das Tregs em dengue grave precisam ser melhor estudados. "Parece que a indução da resposta reguladora mediada por Tregs dependerá de vários contextos, mas todos eles levariam ao impedimento de ativação funcional das Tregs, muito provavelmente por conta da força da inflamação inicial", explica.

 

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Os resultados da pesquisa sugerem a necessidade de investigar se, além de anticorpos, as vacinas que estão surgindo para combate à dengue estão induzindo a presença de mecanismos reguladores mediados pelas Tregs para diminuir a inflamação. "Além disso, sabemos que muitas pessoas não terão acesso às vacinas em pouco tempo, então, seria importante o desenvolvimento de fármacos que estimulassem a atividade de T reguladoras no organismo para combater o processo de hiperinflamação que leva à complicação dos quadros de dengue", defende.

De acordo com a pesquisadora, especialista em imunologia celular, também existem relatos de que se pode usar as próprias T reguladoras de um paciente para tratá-lo. "Você retira o sangue do doente, isola as células, faz o enriquecimento do sangue com as T reguladoras do próprio paciente e depois retorna com o sangue para ele. E assim consegue diminuir a inflamação. Mas, embora eficiente, é um tratamento individualizado e, por isso, caro", contrapõe.

Redação: Dayse Lacerda

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