O Conjunto Felicidade se formou em 1987 no loteamento construído sob o terreno da antiga Fazenda Tamboril, desapropriada pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) em 1986. Está localizado na região norte de Belo Horizonte, área que concentra vários conjuntos habitacionais para a população de baixa renda de BH. O assentamento foi promovido pela Secretaria Municipal de Ação Comunitária (SMAC), na Administração Sérgio Ferrara, com recursos da Secretaria Nacional de Ação Comunitária (SEAC).

 

De acordo com lideranças comunitárias, a ocupação foi motivada por reivindicação da Associação de Moradores de Aluguel de Belo Horizonte (AMABEL). Os lotes foram doados à população inscrita e distribuídos através de um sorteio feito pela AMABEL, com a ajuda do Padre Piggi, que também atuava na região do 1º de Maio. Ocuparam o local famílias dos bairros dos 1º de Maio, Arão Reis, Suzana, Floramar, São Bernardo, Lagoa e região, indicadas pela AMABEL e pelo Padre Piggi. Moradores do Conjunto contam que Padre Piggi teve papel fundamental, na atuação junto AMABEL e a PBH, desde a desapropriação do terreno até à formação do loteamento. Na época, a atuação da AMABEL na área fez com que o Conjunto fosse apelidado de MABEL.

 

Os primeiros moradores do local conseguiram materiais de construção doados pela PBH e pelo Governo Federal, através da atuação da Associação dos Moradores do Bairro Felicidade (ABAFE), criada em 16 de março de 1987, a partir do desejo de 30 famílias em manter o apadrinhamento de seus filhos pelo Fundo Cristão. As moradias foram construídas em regime de semi-multirão, juntamente com dois galpões, conhecidos popularmente como galpões azuis, que serviam para estoque dos materiais de construção. Atualmente, funcionam nesses locais duas entidades, o Núcleo de Apoio à Família (NAF/PBH) e a ABAFE.

 

De acordo com a URBEL o loteamento iniciou com cerca de 3.000 habitações, instaladas em lotes de 160 m2. A ocupação foi dividida em quatro setores, sendo que o primeiro abarcava as ruas de um a dez, o segundo da rua 11 a aproximadamente 35 e os setores três e quatro até a rua 68. Após a implantação, o Conjunto Felicidade sofreu ocupação desordenada, inclusive com expansão e invasões em áreas verdes e institucionais. Em conseqüência, até hoje as escrituras não foram repassadas para os moradores, porém de acordo a URBEL o processo está em fase de regularização fundiária, tendo sido aprovado o parcelamento em 24 de Agosto de 2005, com o nome de Bairro Jardim Felicidade.

 

Dados Demográficos

 

Área: 793.641 m²
Localização: Regional Norte, junto aos bairros Tupi e Floramar
Número de domicílios: 4516
Domicílios não residenciais: 206
População total residente: 17052
Taxa de alfabetização: 83%
Esgotamento sanitário: 94% ligados à rede geral de esgoto ou pluvial
Abastecimento de água: 92,7% abastecidos através de rede geral da Copasa
Coleta de lixo: 98,7% coletados por serviço de limpeza hurbana.

 

Índices

 

IQVU – Índice de Qualidade de Vida Urbana (varia entre 0 e 1): 0,340
O IQVU mede a qualidade de vida da população, considerando a oferta e demanda de serviços como saúde, educação, moradia, saneamento, assistência social, cultura, dentre outros. Quanto maior o índice, melhor a qualidade de vida na comunidade.

 

IVS – Índice de Vulnerabilidade Social (varia entre 0 e 1): 0,78
O IVS considera as cinco variáveis essenciais para o exercício da cidadania, são elas as dimensões: ambiental, cultural, econômica, jurídica e segurança de sobrevivência. A Dimensão Ambiental abrange o acesso a moradia com qualidade. A Dimensão Cultural refere-se ao acesso à educação formal que permita inserção em processos políticos, sociais e econômicos de caráter global. A Dimensão Econômica considera o acesso à ocupação, preferencialmente formal, e a um nível de renda. A dimensão jurídica é referente ao acesso à assistência jurídica de qualidade. A Dimensão Segurança e Sobrevivência, diz respeito ao acesso a serviços de saúde, garantia de segurança alimentar e aos benefícios da previdência social. Quanto maior o índice, pior a condição social na área.

 

IAS – Índice de Assistência Social (varia entre 0 e 1): 0,01
O IAS avalia os serviços de proteção social, que abrangem atendimento individual, familiar e comunitário, de caráter preventivo e corretivo, oferecidos pelo poder público e pela sociedade. Quanto maior o índice, melhor é a assistência social na comunidade.
Veja os índices das demais áreas de Belo Horizonte em www.pbh.gov.br

 

Gráficos:

População total residente, segundo faixa etária (%), 2000.

Domicílios particulares permanentes
Total Classes de rendimento nominal mensal da pessoa responsável pelo domicílio (salário mínimo) %
Até 1 Entre 1 e 3 Entre 3 e 5 Acima de 5 Sem Rendimento
296 1,9 46,7 20,5 30,9

IBGE, Censo Demográfico, 2000.
URBEL, Plano Global Específico, 2002.
IQVU: PBH, 1994.
IVS e IAS: PBH, 1999.
Conceituações: Bases Teóricas, Metodologia de Elaboração e Aplicabilidade de indicadores intra-urbanos na gestão de qualidade de vida Urbana em grandes cidades: O caso de Belo Horizonte. MARIA INÊS PEDROSA NAHAS.

 

 

 II RUA EDUCATIVA