O Santa Maria é o primeiro conjunto habitacional popular construído na capital. Ele decorreu de decisão do prefeito Celso Melo de Azevedo com o objetivo de abrigar a população da favela Cerâmica Santa Maria, também conhecido como Barragem Santa Lúcia, que sofria com as enchentes periódicas.

 

A construção do conjunto teve início por volta de 1952 e1953. Os blocos 1 a 6 foram concluídos no período compreendido entre 1956 e 1958. Os demais blocos de moradias foram finalizados nos anos de 1962 e1963.

 

Até os apartamentos ficarem prontos os moradores da favela Cerâmica foram alojados nas chamadas “casinhas”, construídas provisoriamente em madeira, no local delimitado pelas ruas Pastor Benjamin Maia, Quatro e Gentios. A seleção das famílias para ocupar os apartamentos foi precedida de exaustivas reuniões entre a Prefeitura e o Centro de Defesa Coletiva, este representando os moradores. 

 

A edificação do conjunto começou pelos blocos nº 1 ao nº 6. O de nº 6 – o menor deles – foi construído primeiro para servir de modelo aos futuros moradores. Cada apartamento foi vendido por “cem mil réis” e financiado em prestações mensais pela Prefeitura, por intermédio do extinto Departamento Municipal de Habitação e Bairros Populares (DPB). 

 

As chamadas “casinhas” de madeira, que deveriam ser provisórias, acabaram se tornando definitivas. Muitas famílias permaneceram nelas por não terem qualquer tipo de despesa relacionada com a moradia. Pois se mudassem para o apartamento, além da prestação teriam a obrigação de pagar a água e a luz. No caso dos moradores que preferiram ir para os apartamentos, suas “casinhas” foram repassadas a parentes e amigos, e aos poucos os barracos em madeira substituídos por alvenaria, provocando um maior adensamento da área. 

 

Os blocos de apartamentos dispunham de água, esgoto e energia elétrica. No entanto, a água era captada numa mina próxima. A rede da Copasa só chegou após a mobilização da comunidade. Já a energia elétrica, por ser medida coletivamente em cada bloco, era sempre alvo de reclamações dos moradores. Já as “casinhas” não dispunham de infra estrutura, com a água sendo distribuída em um chafariz, enquanto um curso de água natural, que corria próximo, era utilizado para lavar roupa. 

 

Em 1965 o conjunto já contava com escola, igreja, posto de saúde, campo de futebol e rede de esgoto. Este último, somente nos blocos de apartamentos. Nesta época não havia comércio local e os moradores eram obrigados a fazer compras na vila Antenas que fica nas proximidades. O deslocamento também era muito difícil, pois o transporte coletivo não chegava ao Conjunto Santa Maria devido à topografia íngreme. 

 

A pavimentação das primeiras vias ocorre na segunda metade dos anos 60.

 

A Associação dos Moradores do Conjunto Santa Maria, que foi fundada em 1982, teve papel atuante em dois episódios. Um, quando da invasão de terreno de propriedade particular, atrás da igreja, em 1986/1987. Os ocupantes foram retirados pela polícia, mas a entidade conseguiu junto à Prefeitura que algumas das famílias fossem reassentadas no Conjunto Mariano de Abreu. O outro, em 1995, ao organizar o ato de abraço dos moradores em volta da Policlínica para impedir seu fechamento, no que teve êxito. 

 

Dados Gerais do Conjunto Santa Maria

 

Área: 64.927 m2

População: 3.225 habitantes

Número de domicílios: 733

Fonte: site PBH em 20/03/2010

 

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