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Uma grande pesquisa, liderada pela professora Ana Lúcia Brunialti, do laboratório de Genética Animal e Humana do ICB, identificou o gene leucine-rich repeat kinase 2 (LRRK2) como responsável pelo comportamento de consumo compulsivo de álcool e sem controle. Até então relacionado à doença de Parkinson familiar, esse gene também passa a ser uma nova via biológica para a abordagem do alcoolismo.

Com o objetivo de tentar elucidar os fatores genéticos que podem predispor ou contribuir para o desenvolvimento do comportamento de consumo compulsivo e sem controle do álcool, a equipe de cientistas do ICB analisou frações do DNA de rato, o transcriptoma estriatal, usando um modelo de consumo crônico e por livre escolha do animal. Mesmo a água estando com sabor desagradável um grupo deles continuou a bebê-la.

“Nós identificamos uma quantidade muito maior do gene LRRK2 nos indivíduos que perderam o controle sobre o álcool”, explica a pesquisadora. Segundo ela, mesmo em condições negativas os animais não eram capazes de parar sozinhos. O processo é semelhante ao que acontece com seres humanos, mas ainda é cedo para se fazer testes em pessoas, o que faz parte da pesquisa maior.

Segundo o biólogo Daniel Almeida da Silva e Silva, principal autor do estudo, a análise do transcriptoma cerebral permite que sejam estabelecidas correlações entre as alterações genéticas e os diferentes padrões de consumo de etanol exibidos pelos animais nesse modelo de estudo.

“O levantamento de genes candidatos envolvidos se revela de extrema importância, pois o conhecimento gerado pode ser aplicado em estudos posteriores que venham a identificar os marcadores biológicos para o diagnóstico do alcoolismo ou alvos para o desenvolvimento de fármacos para o tratamento do alcoolismo”, avalia.

O Boletim da UFMG desta semana (Clique para ler na Edição 1951) traz uma grande reportagem de Hugo Rafael, sobre a pesquisa.

Alcoolismo

Nos últimos 20 anos, essa desordem passou de oitavo para quinto principal fator de risco para a mortalidade precoce e incapacidade na população mundial, sendo responsável por 2,5 milhões de mortes em todo o mundo no ano de 2010. Clinicamente, o consumo ocasional e controlado de uma droga psicotrópica é distinto do seu uso escalonado e sem controle.
Segundo Ana Lúcia Brunialti, o álcool é uma das poucas drogas que, apesar de alterar as funções do cérebro e de seu potencial para levar o indivíduo ao abuso ou dependência, tem seu consumo admitido e até incentivado. A progressão do uso controlado à adição é influenciada por muitos fatores, entre eles, a droga por si, fatores psicológicos, influências ambientais e fatores genéticos.

A principal característica do alcoolismo, ou “Desordem no uso de álcool”, como dizem os especialistas, é o consumo excessivo e descontrolado de bebidas álcoolicas, mesmo considerando as consequências legais, econômicas ou sociais a que esse abuso pode levar.

Reconhecimento

Durante a Semana de Combate ao Uso de Drogas e Álcool do estado, em junho, o projeto Marcadores Genéticos do Alcoolismo, coordenado pela professora Ana Lúcia Brunialti, recebeu da Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais Diploma de Mérito em Ações de Prevenção do Uso e Abuso de Drogas, na categoria Pesquisa, pelo artigo Inflexible ethanol intake: A putative link with the Lrrk2 pathway, do doutorado Daniel Almeida da Silva.

SERVIÇO
Título: "Gene LRRK2 e seu papel no controle do consumo compulsivo de etanol: Da abordagem transcriptômica ao isolamento de um gene candidato."
Orientador(a): Ana Lúcia Brunialti Godard (Lattes)
Autor: Daniel Almeida da Silva e Silva (Lattes)


CONTATOS PARA A IMPRENSA
Profª Ana Lúcia Brunialti Godard
Lab. Genética Animal e Humana
Depto Biologia Geral - ICB- UFMG
Fone: (31) 3409 2594 ou 3409 2583

 

Ilustração: Criação do Cedecom/UFMG para o Boletim da UFMG.

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