2.3) Interações psicossomáticas e vice-versa na vida
A maioria de nossas tensões e frustrações derivam da necessidade compulsiva de desempenhar o papel
do que não somos. Em se tratando de doenças de adaptação, nossa dificuldade em ajustarmos corretamente
às situações diversas da vida constitui a própria base dos conflitos causadores de doenças.
O terapeuta auxilia o paciente a compreender como experiências prévias podem causar doenças mentais
e mesmo físicas. Todos os médicos sabem o quanto pode beneficiar o paciente com a simples explicação do
mecanismo de seus sintomas. A maioria das pessoas deixa de compreender que "conhecer o corpo" tem um
valor curativo inerente. Às vezes, quando sofremos de alergias cutâneas, distúrbios intestinais ou
palpitações
cardíacas, sem maior importância, pode ser o prenúncio de doenças graves através do
agravamento de
reações psicossomáticas, somente porque ficamos preocupados com o fato de não
sabermos o que vai mal e
como?
Uma melhor compreensão desse triplo mecanismo de produção de desequilíbrio que perturba a mente ou
o corpo, pode auxiliar-nos a restabelecer o equilíbrio, mesmo sem a assistência do médico. Freqüentemente
podemos eliminar o agente do estresse, desde que reconheçamos a sua natureza, nos ajustando na defesa
ativa e evitando medidas de rendição, procurando melhor manutenção de nosso equilíbrio.
Há fortes ligações entre as alterações corporais, somáticas, e atitudes mentais e psíquicas. Uma úlcera
do estômago ou elevação da pressão arterial, causadas por perturbações emocionais, são exemplos do
caso.
Pouca pesquisa sistemática tem sido feita para estudar o efeito das alterações físicas sobre a mente,
sobre o fato de a aparência de equilíbrio facilitar a manutenção do próprio equilíbrio. Um mendigo resistiria
melhor ao desgaste do seu dia a dia, ao estresse físico e mental, após tomar um banho, fazer a barba e vestir
roupas novas, que facilitariam a reabilitação de sua aparência externa.
As Interações entre reações somáticas e psíquicas, assim como a importância das respostas de
adaptação defensiva, foram pouco a pouco reconhecidas antes da descoberta formal. O universo obedecia as
leis da relatividade antes de Einstein nos revelá-la, a evolução antes de Darwin, a existência do estresse físico
e mental antes de Seyle. O estresse não se tornou significativo após ser dissecado por métodos de pesquisa
modernos e seus componentes individuais da resposta ao estresse serem identificados em termos físicos e
químicos, mas na medida que a qualidade de vida das populações foi afetada por ele. Isso permitiu usar o
conceito de estresse não somente para a solução de problemas médicos, mas ainda como guia para a
solução natural de muitos problemas apresentados pela vida cotidiana.
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