Revista de Psicofisiologia, 3(1), 1999

O estresse forte e o desgaste geral

5.3) A fadiga com depressão mascarada, distimia

    Embora, na maioria das vezes, a pessoa deprimida preencha o perfil traçado acima, há casos em que a depressão é mascarada, isto é, apresenta-se sob a forma de um sintoma físico mitigado, sem que a pessoa pareça ou se reconheça triste ou deprimida. Uma maneira, razoavelmente freqüente, de depressão "mascarada" é a da fadiga de um conflito emocional não resolvido, equivalente a uma forma menor de depressão. Usa-se uma expressão suave para formas atenuadas de depressão: distimia.

    Os psiquiatras sugerem que em sua gênese, além de uma certo envolvimento interno do indivíduo, existe um componente social externo que o pressiona e com o qual ele interage. O provável, na maior parte dos casos, é queixa de fadiga de uma manifestação neurótica, tendo como via de escape sentimentos não muito conscientes de agressão e de culpa, cuja intensidade é insuportável para o indivíduo. As causas externas atuariam então apenas como fatores desencadeantes ou coadjuvantes.

    Apesar da depressão ser um fato comum na vida do ser humano, há ainda um preconceito em relação a ela, muitas pessoas não aceitam o fato de possui-la, e a falta de esclarecimento faz com que a busca de ajuda ocorra somente quando o sintoma se torna insuportável. Dessa forma, a depressão não resolvida pode resultar, além de várias doenças orgânicas, podendo chegar ao suicídio, ou se persistir, implicando graus variáveis de incapacitação do indivíduo, mas abalando sempre sua alegria de viver