Revista de Psicofisiologia, 3(1), 1999 |
5.2) Os sintomas da depressão
Didaticamente, os sintomas da depressão (quadro 1) podem assim se
agrupar: alterações do humor, lentificação das ações e reações psíquicas
e de movimentação e os sintomas físicos propriamente ditos.
Um segundo grupo do primeiro quadro, apresenta as tentativas frustradas da lentificação psicomotora, como a própria denominação informa, marcado por um amortecimento generalizado nas atitudes, na capacidade de raciocínio, nas reações emocionais, no andar, gesticular etc. Do ponto de vista psíquico, o deprimido caracteriza-se por enorme falta de raciocínio e concentração. O indivíduo também sente-se incapacitado para o intercâmbio afetivo ou emocional com outras pessoas. Instala-se uma certa indiferença para com os outros e o mundo em relação ao futuro. Outros três distúrbios orgânicos podem aparecer no quadro 1, mais significativos do deprimido: distúrbios do sono, a falta de apetite e o mau funcionamento do intestino. O sono é, talvez, o mais precoce e intensamente atingido, a tal ponto que se deve colocar em dúvida o diagnóstico de depressão se a pessoa estiver dormindo bem. A insônia do deprimido é, na maioria das vezes, do tipo clássico: dificuldade de conciliar o sono ao se deitar. Também o apetite fica perturbado. Na maioria das vezes o que há é a inapetência. Mais raramente pode ocorrer a bulimia. Embora possa haver diarréia, mas o mais comum é que haja constipação intestinal. O
aprofundamento do casuístico (quadro 2) pode levar ao suicídio, cujo
risco de sucesso é aumentado quando já ocorreram ou ocorrem sintomas da
depressão (quadro 1). Quem cerca ou trata o paciente deve ter uma atenção
especial a isto (Mendels, 1972).
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