Revista de Psicofisiologia, 3(1), 1999

O estresse forte e o desgaste geral

3.2) As fases fisiológicas do estresse  
    As áreas límbicas, que controlam a atividade do hipotálamo, responsável pela homeostase, parecem ser ativadas pelo estímulo discriminativo da dor ou por outras formas de estresse; qualquer sinal de agressão ambiental ou tensão psicológica, dispara um sistema de alarme. O tálamo capta estes sinais e leva informações para o córtex, que codifica esta mensagem, e o núcleo amigdalóide, que desencadeia o comando da reação chegando no hipotálamo, este libera a corticotropina, que estimula a descarga do hormônio adrenocorticotrópico, (ACTH), pela glândula pituitária na corrente sanguínea, por onde é levada até a supra-renal, iniciando o estresse. Esse é dividido em três fases distintas:
 
1) Fase de choque ou de alarme: caracterizada por taquicardia, diminuição do tônus muscular e de temperatura corporal, formação de úlceras gástricas e intestinais, hiperglicemia seguida de diminuição do açúcar no sangue com predomínio da ação do SNAS.

2) Fase contra-choque: ocorre o aumento da resistência corporal, como um meio para se adaptar, caso o dano não seja muito grave, o córtex supra-renal e os órgãos linfáticos hipertrofiam.

3) Fase de resistência: Se há persistência do agente estressor, o organismo desenvolve uma resistência ao estímulo contínuo e atinge um ponto máximo levando à exaustão. Há predomínio da ação do GC. Quando isto ocorre, as lesões características da reação de alarme reaparecem e pode-se seguir a morte. Doenças de adaptação como a hipertensão, esclerose do rim, lesões miocárdicas, artrites etc, são devido aos excessos de hormônio da hipófise anterior e adreno-corticais, produzidos para aumentar a resistência. Os próprios mecanismos de defesa danificam o organismo.