Revista de Psicofisiologia, 2(1), 1998

Reações autonômicas e hormonais

8) REFLEXÕES FINAIS

O estresse é uma palavra usada muito freqüentemente, porém, a maioria das pessoas não reconhece o estresse como ele realmente é. Em pequenas doses pode ser benéfico porque ativa o SNA simpático, que aumenta a atenção pelo alerta. Quando frequente ou muito forte torna-se uma doença emocional visceral grave, um conjunto de sintomas que demonstra o estado de vulnerabilidade do organismo, de tal modo que o indivíduo pode desenvolver várias doenças, e mesmo que não termine em conseqüências tão sérias, reduz muito a qualidade de vida do ser humano.

Alguns pesquisadores conscientes suspeitam há bastante tempo que é: a principal causa de mortalidade e não é captado pelas estatísticas. A causa mortis é apontada por doenças específicas como infarto do miocárdio, hipertensão arterial, insuficiência respiratória, porém, subjacente a estas causas está o estresse.

Diante das pressões do mundo moderno, os indivíduos são obrigados a conter suas emoções, submetendo-se a regras que não levam em conta sua capacidade de adaptação. As pessoas estão constantemente em estado de alerta mas não conseguem diferenciar as situações em que precisam estar realmente em alerta e as situações em que podem ficar relaxadas.

O desequilíbrio emocional está aumentando e as pessoas não percebem, e, se percebem não sabem o que fazer. Segundo Daniel Goleman (1995), "o objetivo é o equilíbrio e não a supressão das emoções: cada sentimento tem o seu objetivo e significado".

Para simbolizar a situação atual, podemos utilizar uma metáfora utilizada pelo professor Fernando Pimentel de Souza, em que as pessoas diante das agressões se portam como "coelhos" ou como "leões". No início da vida secretamos mais noradrenalina, como o leão. À medida que o tempo passa, somos amansados e passamos a liberar mais adrenalina, como o coelho. O "leão" simboliza as pessoas que não têm um autocontrole, extremamente agressivas, e funcionam com predominância noradrenérgica. Já o "coelho" simboliza as apáticas e alienadas da situação opressora do dia-a-dia e fundamentalmente adrenérgicas. As pessoas não sabem, então, equilibrar sua vida em quando devem ser "leões" e quando devem ser "coelhos", sendo que a arte de viver se fundamenta na capacidade de situar harmonicamente os dois extremos, quando necessário, e restaurar o equilíbrio logo que possível, evitando as situações ameaçadoras.

Assim, faz-se o desenvolvimento de uma "Inteligência Emocional" para que as pessoas tenham mais autocontrole, melhorando a qualidade de vida. Cabe aos médicos, psicólogos e profissionais afins, auxiliar na busca de meios que permitam aos homens uma melhor qualidade de vida, com alimentação básica adequada, sono tranqüilo, atividades de lazer e trabalho condizentes com suas afinidades, entre outros.