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Biólogos de diferentes gerações falam de suas impressões do que representa ser biólogo

Desafiar-se. Talvez seja esta a principal tarefa de um cientista que se dedique a estudar a vida e conhecer a natureza. Além da condição desfiadora de buscar avançar o conhecimento sobre questões relacionadas a Meio Ambiente e Biodiversidade; Saúde; Biotecnologia e Produção – as grandes áreas da Biologia –, até o final dos anos 1970 os biólogos também se sentiam desafiados pela necessidade de definir legalmente os contornos do exercício de sua profissão.

E a luta não foi fácil. Segundo o Conselho Federal de Biologia, “foram quase 40 anos de clandestinidade”. A situação foi corrigida apenas em 3 de setembro de 1979, com a sonhada regulamentação, que, por sinal, ainda não tem 40 anos. Por seu simbolismo a data foi escolhida para comemorar o dia do Biólogo.

Na UFMG, essa “história” começou muito antes. Entre 1942 e 1971, ainda na Faculdade de Filosofia, funcionava o curso de História Natural da UFMG. Com duração de três anos, apesar de conferir o título de bacharel em Biologia, além das disciplinas dessa área os alunos também estudavam disciplinas das Geociências, como Mineralogia e Paleontologia.

A primeira pessoa a se formar em Biologia pela UFMG, em 1945, foi Lea Nilce Nogueira Motta; única da “turma”. O Instituto de Ciências Biológicas, com este nome, foi criado formalmente em 1968. Desde seus primórdios até o primeiro semestre de 2015 já foram formados 3872 biólogos: 474, só no período do curso de História Natural. Pós-criação do ICB foram formados 2795, no período diurno; 467 no horário noturno, e, iniciada no ano passado, 136 via Educação a Distância.

Mas, seja em sala de aula, em campo ou em laboratório, o que é ser biólogo? Nós fomos atrás das respostas.

“De uma forma mais romântica ser biólogo é estudar a nossa existência! Por que a gente existe? Como mantemos nossa existência? De uma forma prática, é estudar uma parte do sistema físico, entendendo como é a interação entre um organismo e outros sistemas, sejam eles orgânicos ou inorgânicos”, afirma Bruno Rezende de Souza (foto 1), biólogo e professor recente do Departamento de Fisiologia e Biofísica da UFMG.

“É preciso ter um compromisso com a vida e com o planeta, de um modo geral, lutando para que condições melhores de desenvolvimento e preservação sejam estabelecidas”, afirma a professora associada da Microbiologia, bióloga formada pela UFMG em 1976, filha do professor emérito do ICB e ex-reitor da UFMG Eduardo Osório Cisalpino.

Há também quem suspire e diga que a escolha da profissão apareceu bem lá atrás, ainda na infância. “Desde pequena sempre fui muito curiosa com ciência e a biologia me dá esse prazer de ter um contato com um pouco de tudo. Não só com bicho e planta, mas com o ser humano, em si”, conta a recém-formada em Ciências Biológicas na UFMG, Patrícia Carvalho (foto 2).

Para outra Patrícia, Silva Cisalpino (foto 3), que já trilhou um caminho mais longo pela biologia, pela sala de aula e pelo ICB, ser biólogo vai além da profissão.

Bruno se lembra da necessidade de se ter em mente que não é possível encontrar as soluções e as respostas para tudo. “A busca pelo conhecimento é incessante e infinita. Nós nunca vamos entender todo o sistema biológico, justamente por fazermos parte dele. É um paradoxo”, pondera, e alivia.
 


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Redação: Sarah Dutra Menezes – Estudante do curso de Comunicação Social da UFMG
Edição: Marcus Vinicius dos Santos – Jornalista, assessor de Comunicação Social do ICB

 

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