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Sem títuloNovos institutos nacionais de ciência e tecnologia vão promover o avanço da pesquisa e da tecnologia nos campos da Biodiversidade, Poxvírus e Nanobiofarmacêutica. Atividades iniciam em 2023

Dentre centenas de projetos avaliados, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq MCTI) escolheu três projetos sediados no Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG para integrar o Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT). Segundo o CNPq, o objetivo do Programa é articular e agregar os melhores grupos de pesquisa do Brasil em áreas de fronteira da ciência e em campos estratégicos para o desenvolvimento sustentável do país, em nível competitivo internacionalmente.

Também se pretende estimular o desenvolvimento da ciência e da tecnologia de ponta “associada a aplicações, promovendo a inovação e o espírito empreendedor, em articulação com empresas inovadoras, nas áreas do Sistema Brasileiro de Tecnologia”.

Coordenados pelos professores Erna Kroon (Depto. Microbiologia), Geraldo Wilson Fernandes (Depto. Genética, Ecologia e Evolução) e Robson Santos (Depto. Fisiologia e Biofísica), os - agora - INCT do ICB, vão receber recursos necessários para seu desenvolvimento. O início das atividades está previsto já para 2023.

Conheça um pouco de cada iniciativa.

INCT POX

Foto1 INCT POXEquipe diversa e competente, impaciente para iniciar as atividades de pesquisa, ensino e extensão do INCT-POX - Crédito: Marcus Vinicius dos Santos/Comunicação ICB UFMG -- CLIQUE PARA AMPLIAR A FOTOCoordenado por duas mulheres cientistas, as professoras Erna Geessien Kroon e Giliane de Souza Trindade (na foto, respectivamente, de blusa rosa e de blusa cor de laranja), ambas do Laboratório de Vírus, do departamento de Microbiologia do ICB UFMG, o novo INCT POX tem o objetivo de estudar os poxvírus, uma família de vírus que tem a capacidade de infectar animais vertebrados e invertebrados. Neste grupo de vírus se enquadram tanto o da varíola, hoje erradicado no mundo, quanto o monkeypox vírus, causador de recente epidemia, e o vaccínia vírus, que desde 1999 causa doença no meio rural brasileiro.

O projeto propõe avaliar os dados epidemiológicos, virológicos, imunopatológicos e clínicos em pacientes com mpox e outras poxviroses, fazendo-se a vigilância sorológica e genômica. Estudos serão desenvolvidos em diversos biomas, regiões geográficas, regiões urbanas, rurais e silvestres para o desenvolvimento de diagnóstico, vacinas e substâncias antivirais.

“Além das contribuições para a ciência básica, também agregamos potencial de inovação e desenvolvimento biotecnológico. A prevenção e divulgação dos resultados para a sociedade civil terá também um papel preponderante no projeto”, adianta a cientista. Com este projeto pretende-se, ainda, avançar para o preparo do país para o combate a potenciais epidemias, buscando contribuir nas áreas da Saúde Humana e Animal e no Meio Ambiente.

A equipe do projeto é composta por 25 docentes e mais 180 colaboradores, docentes, bolsistas e técnicos. Os pesquisadores integram os quadros de 14 instituições, de norte a sul do Brasil, além de colaboradores internacionais. “Com esta equipe tão diversa e competente, estamos muito felizes em iniciar as atividades do nosso INCT, na pesquisa, no ensino e na extensão”, afirma Erna Kroon, do Laboratório de Vírus do ICB UFMG, que se dedica à pesquisa com poxvírus desde a década de 1989. Hoje, com reconhecida relevância nacional e internacional, o laboratório foi pioneiro em estudar e descrever os diversos aspectos que permeiam a emergência dos poxvírus no Brasil.

INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS NO INCT POX
Executora/Sede
Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, MG, Brasil

Laboratórios Associados
Universidade Federal do Pará - UFPA, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM, Instituto Oswaldo Cruz - Fiocruz/IOC, Instituto de Pesquisas René Rachou - IRR/Fiocruz Minas, Fundação Ezequiel Dias - Funed, Universidade Federal de Alfenas - Unifal/MG, Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP, Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, Centro Universitário – Uninta/CE, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, Instituto Adolfo Lutz - IAL, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP, Universidade Federal do Delta do Parnaíba - UFDPar, Universidade Federal de São João Del-Rei – UFSJ/MG.

Instituições Colaboradoras
Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais - Fhemig, Faculdade Tecnologia Eduvale - AVARÉ - Fatec Eduvale, Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte - SMSBH, Laboratório Nacional Agropecuário - MG - Lanagro/MG, Secretaria da Saúde do Estado de Minas Gerais - SSAUDE/MG, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará – Unifesspa.

Instituições Colaboradoras Estrangeiras
The University of Melbourne, Université Montpellier 1 - UM1, Osaka University, Istituto di Scienze e Tecnologie della Cognizione - Sede Centrale, National Institutes of Health - NIH, Centers for Disease Control and Prevention - CDC, Cornell University, University of California - UC Irvine.

INCT NANOBIOFAR

Foto2 INCT Para se ter uma ideia do número de cientistas envolvidos no Nanobiofar, nesta foto, feita durante um Simpósio internacional, na UFMG, está grande parte dos pesquisadores brasileiros e estrangeiros - Crédito: Arquivo Nanobiofar -- CLIQUE PARA AMPLIAR A FOTOCoordenado pelo professor Robson Santos (na foto, ao centro, de terno preto e gravata vermelha), do departamento de Fisiologia e Bioquímica do ICB UFMG, o Instituto Nacional em Ciência e Tecnologia em Nanobiofarmacêutica visa à criação de uma plataforma científico-tecnológica baseada em nanotecnologia e conceitos terapêuticos inovadores para o desenvolvimento e caracterização de medicamentos baseados em nanofármacos e nanovetores de alto valor agregado.

O cientista explica que a ênfase inicial do trabalho será o tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, especialmente cardiovasculares, maior causa de mortalidade no país e no mundo. Segundo ele, o Nanobiofar vai agregar competências provenientes de diferentes áreas de conhecimento permitindo uma atuação em estágios críticos do desenvolvimento de um medicamento, incluindo produção de modelos animais de doenças, obtenção de novos fármacos, desenvolvimento de novas formulações e realização de ensaios pré-clínicos e clínicos.

“A experiência adquirida até aqui será facilmente transferida para outros compostos, não se limitando a esses medicamentos, mas identificando outros novos alvos terapêuticos”, afirma o cientista, destacando, como exemplo, a possibilidade de testar novas rotas de administração de nanocompostos, que podem ser por inalação ou uso tópico - de passar no local afetado.

Ele também lembra que o objetivo geral inclui ainda a formação de recursos humanos com alto grau de qualificação, comunicação efetiva com a sociedade, por meio de plataformas digitais, podcasts, seminários, simpósios, etc, e a realização de rodadas de negócios para transferência de tecnologias para o mercado.

A rede internacional envolve pesquisadores e profissionais altamente qualificados - 25 bolsistas de produtividade do CNPq, sendo 15 de nível 1 -, responsáveis pela publicação de mais de 2000 artigos científicos em periódicos internacionais, nos últimos cinco anos, e por mais de 90 patentes depositadas. Além disso, a equipe participou da formação de centenas de doutores e mestres, sendo alguns desses professores de universidades públicas do país. “O pilar deste INCT é a ciência básica e sua potencial translação para produtos e processos que possam melhorar a vida da população”, afirma Robson Santos.

INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS NO INCT NANOBIOFAR
Executora/Sede
Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.

Laboratórios Associados
Unifesp, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM, Universidade Federal de Goiás - UFG, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – UFCSPA.

Instituições Colaboradoras Estrangeiras
Yale University, Université de Montreal, McGill University, University of California, University of Southern Denmark, University of Miami - Leonard M. Miller School of Medicine, California Institute of Technology - Caltech, University of Pittsburgh, Katholieke Universiteit Leuven.

Artigos publicados em periódicos de alto fator de impacto (FI)
Nature Reviews Immunology, Nature, Cell, Science, Nature Reviews Cardiology, Physiological Reviews, Nature Reviews Nephrology, Circulatio, Gastroenterology, Annual Review of Immunology, Gut, Journal of the American College of Cardiology, Circulation Research, Brain Behavior and Immunity, Nature Communications, Hepatology, Cardiovascular Research, PNAS, Redox Biology, Journal of Physiotherapy, ACS Applied Materials & Interfaces, Hypertension, JCI Insight, British Journal of Pharmacology, Frontiers in Immunology, Journal of Environmental Management, Biology of Sex Differences, Molecular Metabolism, Expert Opinion on Drug Delivery e Free Radical Biology & Medicine.

INCT BIODIVERSIDADE

Foto 3 INCB.BIoNa foto, em um momento de descontração, a equipe de coordenação do INCT Biodiversidade reúne alguns dos pesquisadores mais conceituados na área, e busca prospectar novas tecnologias e soluções inovadoras para o país - Crédito: Arquivo OBB -- - CLIQUE PARA AMPLIAR A FOTOO INCT Observatório da Biodiversidade Brasileira vai se dedicar ao estudo dos seis biomas do país: Amazônia, Cerrado, Pantanal, Caatinga, Pampa e Mata Atlântica. O objetivo é monitorar biomas extremamente ameaçados em um território continental, e trazer esperança para que o país comece a se aproximar dos compromissos estabelecidos nas ações globais pela Terra, possa gerar ganhos tanto para a sociedade, quanto para o ambiente e a economia, promovendo a prospecção da biodiversidade e de novas tecnologias.

A dizer de uma maneira prática, se busca produzir resultados de pesquisa que possam orientar a tomada de decisões relacionadas à conservação da biodiversidade, com a prevenção ou a restauração de áreas degradadas nos diferentes biomas; o estudo integrado de espécies; a prevenção de novas zoonoses, surgimento de doenças ligadas à conversão da terra; a segurança hídrica e alimentar, o ecoturismo de fato sustentável, assim como diversas outras questões do interesse do setor industrial.

Para tanto, o trabalho será desenvolvido em conjunto com representantes de vários setores da sociedade, redes e sistemas de pesquisa brasileiros e internacionais. A proposta é levar à adoção de políticas públicas integradas que coloquem a biodiversidade e o bem-estar humano como centrais para o futuro do país. E que o uso dos recursos naturais possa deixar de ser tão lesivo ao meio ambiente, assim como ao “desenvolvimento econômico e à sociedade como um todo”, ao contrário da crença corrente.

Segundo o coordenador do projeto, professor Geraldo Wilson Fernandes (na foto, ao centro, de camiseta preta), do departamento de Genética, Ecologia e Evolução do ICB UFMG, mesmo o Brasil sendo o país com a maior biodiversidade do mundo, as iniciativas nessa área ainda operam de forma individual e desarticulada. “A criação deste observatório é crucial para entender e manejar a maior diversidade de espécies e paisagens do planeta, especialmente em um momento crítico de mudanças globais”, afirma. Segundo ele, é necessário criar as transições sustentáveis, baseadas em biodiversidade e beneficiando mais pessoas. "Ao se conectar aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU, aproximando o Brasil do compromisso com os desafios de redução da pobreza, o observatório será um indutor de melhor equidade social, adaptação e mitigação de mudanças climáticas e conservação e recuperação dos ecossistemas", declara o coordenador.

INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS NO INCT BIODIVERSIDADE
Executora/Sede
Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.

Laboratórios Associados
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA, Instituto de Pesca – IP, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe, Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Museu Paraense Emílio Goeldi,

Instituições Colaboradoras
Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – Unirio, Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Uerj, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, Universidade do Estado de Mato Grosso – Unemat, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Universidade Federal do Tocantins – UFT, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS, Universidade Federal do Vale do São Francisco – Univasf, Universidade Federal de Sergipe – UFS, Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, Universidade Federal do Paraná – UFPR, Universidade de Brasília – UnB, Universidade Anhanguera – Uniderp.

Instituições Colaboradoras Estrangeiras
Florida State University, University of East Anglia, Universidad Politécnica de Madrid, Universidad Nacional del Litoral, University of Nottingham, Université d'Angers, Universidad Nacional de Córdoba, Universidad de la Republica Uruguay, Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas, S. S. Research Foundation-SSRF, King's College London.

 

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