Menu

Imagem.monkeypox.14.07.2022.UFMG.Brasil

Identificado em laboratório de biossegurança nível 3 e pela primeira vez visualizado por microscopia eletrônica no país, isso permitirá melhor compreensão da doença no Brasil

 

Um grupo de cientistas mineiros, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB UFMG) e da Fundação Ezequiel Dias (Funed), anunciaram, nesta quinta-feira, dia 14, o isolamento e a microscopia eletrônica de uma amostra positiva de monkeypox, confirmado também por abordagem molecular (PCR). Os resultados foram realizados em conjunto nos dois centros de pesquisa, em um processo conhecido como contraprova, tendo sido validado em ambos.

O isolamento de um vírus é um método específico para o diagnóstico e fornece evidências de sua presença em amostras clínicas. No caso de vírus infecciosos isso é importante também porque permite sua manipulação sem risco de contaminação das equipes de pesquisa, que poderão estudar suas características biológicas e imunológicas e daí buscar desenvolver vacinas e testes de novas drogas antivirais, dentre outras possibilidades de avanço no manejo da doença.

Os responsáveis são os professores Erna Geessien Kroon, Giliane de Souza Trindade e Jônatas Santos Abrahão, do Laboratório de Vírus do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, centro de referência na pesquisa de poxvírus na América Latina, em parceria com o Serviço de Virologia da Fundação Ezequiel Dias (Lacen MG). O microbiologista Flávio Guimarães Fonseca, do Centro Nacional de Vacinas da UFMG e também do Laboratório de Virologia Básica e Aplicada do ICB UFMG, integra a equipe, que tem apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), por meio da Câmara Pox, afiliada à Rede Vírus - MCTI (Saiba mais).

O PROCESSO

Com vasta experiência em pesquisas virológicas, em especial com poxvírus, e tendo atuado em diferentes crises sanitárias, os cientistas destacam não se tratar ainda de um estudo, mas de um fruto do trabalho de contraprova que vem sendo realizado desde os primeiros sinais da chamada “varíola dos macacos”, em busca de certificar o diagnóstico do vírus . “Essa parceria entre o LacenMG/Funed com as Universidades, principalmente a UFMG, tem sido de fundamental importância para o avanço nos diagnósticos e nas pesquisas de ponta realizadas no estado de Minas e no Brasil, auxiliando os gestores nas tomadas de decisão", afirma Felipe Iani, chefe do Serviço de Virologia da Funed.

“Desde o primeiro momento o Laboratório de Vírus tem sido parceiro da Funed, para que fosse possível o diagnóstico precoce do monkeypox em nosso Estado, quando ele chegasse”, afirma Giliane Trindade, do Laboratório de Vírus da UFMG. O Laboratório capacitou a equipe da Funed e forneceu amostras-controle e células, os insumos iniciais para os testes moleculares para detecção de ortopoxvírus, causador da varíola bovina, e para o qual já existe um protocolo aprovado.

Segundo a professora, o procedimento da Funed foi o comum nesses casos de surtos. “A amostra recebida por eles foi compartilhada conosco. Os mesmos testes diagnósticos realizados lá, na Fundação, foram feitos aqui no laboratório de referência em Poxvírus do ICB UFMG, para contraprova do resultado”, explica Giliane Trindade. Todos os testes de isolamento e PCR desta amostra foram feitos duas vezes, ou seja, foram positivos nos dois laboratórios. A partir daí foi possível à Funed, com apoio do Ministério da Saúde, estabelecer protocolos mais eficazes para garantir a qualidade dos diagnósticos feitos em Minas.

NB3 E CT VACINAS

Certificado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), o isolamento do vírus monkeypox foi realizado por membros do Laboratório de Vírus junto à equipe do Laboratório de Biossegurança Nível 3 (Conheça o NB3) ou laboratório de contenção, espaço multiusuários que se destina a pesquisas com vírus, bactérias, fungos e outros microrganismos causadores de doenças transmitidas pelo ar. As imagens de microscopia eletrônica foram feitas pela equipe do Centro de Microscopia da UFMG, em conjunto com o professor Jônatas Abrahão.

Todo esse trabalho foi feito em parceria também com o CT vacinas, Centro Nacional de Vacinas da UFMG, que extraiu o DNA do vírus e fez a PCR confirmando o diagnóstico por biologia molecular. “Quando o surto começou na Europa, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações montou a Câmara Pox/RedeVírus MCTI, e o Centro se adiantou e encomendou os insumos para os testes moleculares”, afirma Giliane Trindade.

A DOENÇA

Causada pelo monkeypox vírus, muito parecido com o da varíola humana, a doença tem sintomas como febre, dores de cabeça e no corpo, além de fadiga, lesões cutâneas e inflamação de linfonodos. Ela pode ser transmitida por contato direto com secreções respiratórias, lesões na pele, além de fluídos corporais e objetos contaminados. A principal recomendação é para isolamento de pessoas infectadas para evitar a transmissão. As medidas preventivas incluem higiene frequente das mãos e evitar o contato com seres humanos e animais infectados.

 

(Marcus Vinicius dos Santos - ICB UFMG)

 

 

MAIS INFORMAÇÃO PARA A IMPRENSA

Assessoria de Comunicação Social e Divulgação Científica do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG - (31) 99131 9115

Assessoria de Comunicação da Fundação Ezequiel Dias (Funed) -

Pesquisar

Instagram Facebook Twitter YouTube Flickr
Topo