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WhatsApp Image 2022 06 14 at 18.14.22Laboratório de Biologia Integrativa do ICB UFMG recebe financiamento do Reino Unido e se une a outros dois projetos de vigilância genômica

 

O surgimento de novas variantes e um novo aumento no número de casos positivos de covid-19 no Brasil faz persistir os desafios no enfrentamento da pandemia. Além de coordenar o Observatório de Vigilância Genômica de Minas Gerais (OViGen-MG), o Laboratório de Biologia Integrativa do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG acaba de receber financiamento do Sistema de Saúde do Reino Unido para a construção da Nova Plataforma de Avaliação de Variantes (NVAP).

A parceria vai garantir o fornecimento de todos os insumos necessários, durante seis meses, para realizar o rastreamento das amostras de SARS-Cov-2. As amostras, com diagnóstico positivo, serão fornecidas pelo Laboratório Hermes Pardini, empresa mineira de exames diagnósticos que atua nas 27 capitais e em diversas cidades do interior de Minas e de outros estados brasileiros.

O primeiro lote de amostras será composto por cerca de 16 mil amostras positivas, coletadas no período de novembro de 2021 a fevereiro de 2022. A expectativa é sequenciar cerca de 5 mil amostras positivas por mês. A logística de entrega dos kits necessários foi planejada para ocorrer nos próximos dias, quando os testes começarão.

“O grande diferencial dessa iniciativa é que seremos capazes de mapear muito além da região Sudeste e das capitais, onde os atuais estudos de genômica estão concentrados. Com isso, vamos poder aprimorar os estudos realizados em todas as regiões do país, inclusive no interior”, afirma o líder do Laboratório, o biólogo Renato Santana de Aguiar, professor adjunto do Departamento de Genética, Ecologia e Evolução. Ele relata ainda que o projeto visa o treinamento em bioinformática de alunos de pós-graduação em diferentes áreas, para que eles também possam analisar os dados em grande escala e interpretar esses testes com vistas à saúde pública, além dos exames de biologia molecular.

APOIO DOS BRICS E MAGAZINE LUÍZA

Outro projeto para aumentar a vigilância genômica, iniciado no começo de maio, tem financiamento do CNPQ e de um fundo de fomento à pesquisa dos BRICS, bloco de países de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Essa iniciativa permite que o Laboratório de Biologia Integrativa do ICB UFMG processe o RNA viral das amostras recebidas do Hermes Pardini e, com a mesma técnica possa selecionar as amostras mais elegíveis para sequenciamento no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Até o momento, foram processadas 1.250 amostras.

WhatsApp Image 2022 06 14 at 18.15.35Renato Santana, a esquerda, comemora com outros pesquisadores do LBI o recebimento do sequenciador doado pelo Grupo Mulheres do Brasil O terceiro projeto do qual participa o laboratório do ICB é considerado como “muito importante” por Renato Santana “pelo ineditismo e compromisso social que ele expressa”. Coordenado pela médica Ester Cerdeira Sabino, professora da Faculdade de Medicina da USP, o objetivo deste projeto é fomentar o protagonismo transformador das mulheres também na pesquisa.

Realizado pelo Grupo Mulheres do Brasil, financiado pela empresa varejista Magazine Luiza, “além da compra de sequenciadores de DNA [foto ao lado] para equipar laboratórios sem expertise em genômica, esse projeto também pretende capacitar profissionais para criar a estrutura de vigilância genômica onde ela ainda não existe”, afirma o pesquisador da UFMG. Serão sequenciados cerca de 100 amostras por mês, em todas as capitais do Brasil.

“O principal objetivo de todas essas inciativas é ampliar o monitoramento, tanto em caráter regional quanto nacional”, destaca Santana. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o sequenciamento de pelo menos 5% dos genomas de SARS-cov-2 dos casos positivos. “No Brasil este percentual não chega a 1%. Aumentar essa testagem é necessário para aumentar a probabilidade de identificar uma nova variante na medida em que ela está aparecendo na população, mesmo que em baixa frequência”, explica.

 

 

 

 

Redação: Dayse Lacerda e Marcus Vinicius dos Santos
Vídeo: Henrique Castanheira
Assessoria de Comunicação Social e Divulgação Científica do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais | | (31) 3409 3011 | www.icb.ufmg.br | Belo Horizonte. MG. Brasil.

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