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Seminários NAPG Cartaz Áreas úmidas de importância internacional atraem aves aquáticas de regiões do Brasil e aves migratórias vindas do hemisfério-norte rumo ao sul

O movimento de aves aquáticas e aves migratórias em lagoas temporárias de Lagoa Santa, Região Metropolitana de Belo Horizonte, é o tema da 8ª edição do Seminários NAPG, no dia 24 de fevereiro, às 17h. Quem falará sobre o assunto no evento com transmissão pelo Youtube é o professor José Eugênio Cortes Figueira do Programa de Pós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre.

O Lund-Warming, situado na Área de Proteção Ambiental (APA) Carste de Lagoa Santa, é um dos Sítios Ramsar, áreas úmidas de importância internacional reconhecidas por sua biodiversidade de animais e plantas, entre outras características, e possui dezenas de lagoas temporárias. Elas se formam em depressões onde o calcário é a rocha-matriz, em anos de muita chuva.

Essas lagoas atraem aves aquáticas que vem de outras regiões do estado e do Brasil, sendo algumas migratórias vindas do hemisfério-norte, rumo ao sul. Nas lagoas com maiores espelhos d’água, que são as mais estáveis, a abundância e a riqueza em espécies de aves são maiores e os grupos que exploram os mesmos recursos alimentares são mais variadas.

Por outro lado, quando a seca avança, as áreas dos espelhos d’água e suas profundidades diminuem e as aves as abandonam e passam a ocupar outras ainda com água. À medida que secam seus leitos expostos são progressivamente colonizados por vegetação campestre que alimenta veados, capivaras e até cavalos e gado, ao passo que aves que caçam insetos, aranhas, anfíbios e cobras tornam-se mais frequentes. Isso irá perdurar até que as chuvas retornem enchendo as lagoas e substituindo a vegetação e a fauna campestre pela vegetação aquática, peixes, anfíbios, insetos e moluscos que serão caçados por garças, socós, maçaricos, marrecos, mergulhões, colhereiros, jaburus, etc., totalizando mais de 50 espécies.

Sítios Ramsar

Ao todo, existem hoje 2414 Sítios Ramsar, sendo 27 no Brasil, dois em Minas Gerais: o de Lagoa Santa e o Parque Estadual do Rio Doce com inúmeras lagoas perenes cercadas de Mata Atlântica. Além da biodiversidade, as áreas de importância internacional são reconhecidas também por seu valor científico, histórico, cultural e paisagístico, ecoturismo, produção de alimentos etc.

Há milhares de anos os maciços calcários contíguos a essas lagoas eram usados pelos paleoíndios como abrigo e local de caça, se aproveitando da fartura de alimentos propiciada pelos ciclos de cheias e secas das lagoas. Eles se registraram em desenhos rupestres junto com símbolos indefinidos e animais que caçavam, como peixes, veados e porcos-do-mato, e também aves aquáticas associadas a lagoas cheias e a lagoas secando.

SERVIÇO
Seminários NAPG - ICB UFMG (8ª Edição)
Dinâmica das aves das lagoas temporárias do Carste de Lagoa Santa
Prof. José Eugênio Cortes Figueira – Programa de Pós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre

24/02/2022 - 17 horas
Certificação - Haverá emissão de certificado para os participantes presentes no evento.
Transmissão ao vivo, aberta e gratuita
www.youtube.com/napgicbufmg

 

Redação: Dayse Lacerda – Jornalista na ACBio ICB UFMG.

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