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SantuzaSantuza Teixeira, além da Academia Brasileira de Ciências e de figurar entre as 50 pesquisadoras que mais formaram profissionais no Brasil, agora ocupa uma cadeira na Academia Mundial de Ciências - Foto: Reprodução TV UFMGSantuza Teixeira se destaca na área de Parasitologia Molecular e contribuições para estudo das doenças parasitárias

A professora Santuza Maria Ribeiro Teixeira, titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG acaba de ser eleita para The World Academy of Sciences (UNESCO-TWAS). Ao todo, sete pesquisadores brasileiros estão entre os novos membros da Academia Mundial de Ciências, dois deles da UFMG: ela e o professor Ado Jório, do Departamento de Física.

Mineira de Belo Horizonte, a professora se destaca por suas pesquisas em Parasitologia Molecular e contributos para o estudo das doenças parasitárias. “Esse reconhecimento me deixa tranquila de ter feito as escolhas certas e atuado de forma a contribuir pelo menos um pouco para o avanço do conhecimento científico na minha área”, revela sobre como recebeu a notícia sobre a eleição.

Atualmente, a professora se dedica “quase que 100% aos projetos de vacina de Covid-19, mas com a volta dos alunos e pesquisadores em maior número aos laboratórios foi possível começar a retomar os projetos sobre doença de Chagas”. Santuza foi chefe de departamento na UFMG, chefe do Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) do Parque Tecnológico de Belo Horizonte, presidente da Sociedade Brasileira de Protozoologia e professora residente do Instituto de Estudos Interdisciplinares Avançados na UFMG.

Para a pesquisadora, a ciência nunca se mostrou tão importante para a sociedade como agora. “A ciência sempre será a força que move a nossa civilização adiante e o fato de vivermos hoje um período com pessoas negacionistas em posições de comando não significa que esteja desvalorizada”, avalia, considerando importante a projeção da UFMG e dos cientistas mineiros no cenário científico mundial. Na análise de Santuza, “a ciência continua muito valorizada no panorama mundial e, infelizmente, o Brasil, por conta das escolhas que fizemos, vai ficando pra traz apesar dos esforços imensos dos nossos cientistas”.

MULHER NA CIÊNCIA

Primeira mulher a se tornar professora titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG, Santuza Teixeira é membro titular da Academia Brasileira de Ciências e bolsista de pesquisa do CNPq. Ela figura entre as 50 pesquisadoras que mais formam novos cientistas no Brasil. “Meu sonho é poder ver chegar o dia que não será mais importante o fato de ser homem ou mulher para uma pessoa receber um prêmio como esse”, aspira.

A eleição para a TWAS ocorre por meio da indicação do nome do cientista pela Academia de Ciências de cada país. Além disso, são analisados os dados mais relevantes da carreira, com peso para o número de trabalhos produzidos e, sobretudo, a quantidade de trabalhos realizados em parceria com grupos de cientistas de outros países. “Acho isso fundamental: a ciência, para ser boa, tem que ser global!”, considera Santuza.

Durante a sua 15ª Conferência Geral da TWAS, no início de novembro, a Assembleia elegeu 58 novos nomes, dos quais 20 são mulheres, representando 34% da nova classe. Com a eleição, a Academia passa a ter um total de 1.343 membros.

SAIBA MAIS SOBRE SANTUZA RIBEIRO TEIXEIRA

Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade de Brasília (1982), possui mestrado em Ciências Biológicas (Biologia Molecular) pela Universidade de Brasília (1985) e doutorado em Bioquímica pela Université de Lausanne, na Suíça (1990). Realizou estágio de pós-doutorado na Universidade de Iowa (1991-1996) e licença sabática na Universidade de Maryland (2008), nos Estados Unidos. Desde 2013 é Professora Titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais e membro do INCT Vacinas. Foi pesquisadora do Howard Hughes Medical Institute (International Research Scholar), Chefe do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG e Presidente da Sociedade Brasileira de Protozoologia (SBPz). Atualmente é a Coordenadora do Centro de Tecnologia em Vacinas (CT-Vacinas), no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec), bolsista de produtividade 1-B do CNPq e Professora Residente do Instituto de Estudos Avançados Interdisciplinares da UFMG (IEAT). Depois de participar do consórcio internacional que sequenciou o genoma de vários protozoários parasitos, participou de diversos outros estudos de genoma com grupos nacionais e internacionais e teve seus estudos de Parasitologia Molecular voltados para regulação da expressão gênica, interações parasito-hospedeiro, descoberta de antígenos, variabilidade genética e reparo de DNA em Trypanosoma cruzi, o causador da doença de Chagas e em Leishmania spp, causadora de diferentes formas de leishmaniose. Para realizar esses estudos, o seu grupo desenvolveu métodos e ferramentas moleculares de manipulação de genomas de parasitos, incluindo a implementação da tecnologia de edição gênica baseada em CRISPR/Cas9.  Fonte: Departamento de Bioquímica e Imunologia do ICB

 

Redação: Dayse Lacerda – ACBio ICB UFMG

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