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Vacina.Cadê a minha
Talvez seja razoável dizer que foi apoteótico: após cerca de 10 meses de esforço concentrado e que movimentou bilhões de dólares em investimentos e parcerias de cientistas de diferentes regiões o mundo conta com uma meia dúzia de vacinas. E o número está crescendo...

No começo da pandemia era impensável, mas o prazo médio de produção de uma vacina foi reduzido significativamente: de uma média entre 8 e 15 anos para cerca de 8 a 15 meses. E isso se tornou possível muito em função da tecnologia e do avanço da ciência, tendo como motivação a enorme necessidade de um imunizante que permitisse ao mundo voltar a girar a economia e a vida.

Agora que as vacinas começaram a ficar prontas um outro desafio se mostrou enorme. Para que a descoberta possa ser efetiva para debelar a pandemia, os estudos precisam continuar intensos, ao mesmo tempo em que são necessárias muitas fábricas capazes de produzir doses suficientes para todos os bilhões de terráqueos. O mundo todo está investindo no desenvolvimento de vacinas, incluindo laboratórios de pesquisa no Brasil. Afinal, a demanda mundial é enorme no sentido de que diferentes povos possam voltar a viver uma vida mais livre e em segurança.

O Governo Federal garante que irá adquirir todas as vacinas aprovadas no país, mas uma série de fatores éticos, políticos, comerciais e logísticos tendem a atrasar aquisições que não foram iniciadas meses atrás, na incerteza. Países mais pobres terão dificuldade de manter o ritmo que a doença exige. O jornal The Economist ("Waiting games", 28/01/2021), prevê que só no final de 2022 o Brasil deverá ser capaz de começar a implantar uma vacinação em massa. Ainda que isso não se confirme, que alguma ação governamental possa reverter essa expectativa, não seria mais prudente que aqueles que puderem se vacinar agora aproveitem a oportunidade?

Boas novas

Também há boas notícias. Segundo o jornal Le Monde (Dez/2020) cerca de 250 projetos de vacina contra o coronavírus estão sendo desenvolvidos mundo afora. O gráfico abaixo, do Conselho de Relações Exteriores dos Estados Unidos (em "What Is the World Doing to Distribute covid-19 Vaccines?", de Corine Felter), numa tradução livre, algo como “Líderes de candidatos a vacina covid-19", mostra a fase em que o estudo se encontra, considerando resultados positivos para o final de 2020.

Leading COVID 19 Vaccine CandidatesComo cada pessoa só pode ser considerada imunizada após receber duas doses, considerando as doses já adquiridas precisamos ainda de mais umas 300 milhões de doses. Dada a dimensão do nosso país e a logística necessária, até o final de janeiro de 2021 apenas aproximadamente 1% dos brasileiros havia sido vacinada.

Em janeiro de 2021 um grupo de pesquisadores da UFMG fez um encontro online para analisar a pandemia, suas saídas e, claro, a vacinação. Você pode assistir a este encontro em vídeo disponível neste link. A UFMG e diversos centros de pesquisas do Brasil iniciam estudos clínicos com o objetivo de desenvolver um imunizante verde e amarelo (Veja notícia anteriore desta série de dois textos). A OPAS, Organização Panamericana de Saúde, publicou uma página web atualizando orientações.

No Instagram do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG estão disponíveis milhares de posts como forma de combater também a desinformação e as notícias intencionalmente fraudulentas, as fake news.

Previna-se da epidemia de desinformação selecionando bem as informações que consome. Especialmente as que vai compartilhar em suas redes sociais, para não espalhar fake News. Dê preferência especialmente a universidades e a reconhecidos divulgadores de ciência que publiquem reguarmente informações a partir de fontes seguras e dirigidas à população, e que realmente vão te informar. Força e consciência.

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Colaboraram com este texto os professores - Santuza Maria Ribeiro Teixeira, Departamento de Bioquímica e Imunologia do ICB e coordenadora do CT-Vacinas UFMG. Erna Geessien Kroon, Departamento de Microbiologia do ICB e membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Sérgio Costa Oliveira, titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia do ICB. Flávio Guimarães da Fonseca, Departamento de Microbiologia do ICB e Presidente da Sociedade Brasileira de Virologia.

 

Redação - Sônia Pinto de Carvalho, professora do ICEX UFMG e Marcus Vinicius dos Santos, jornalista do ICB UFMG. Arte de Anderson Rodrigues.
Este texto integra a Especialização em Comunicação Pública da Ciência Amerek, sob orientação da professora Verônica Soares da Costa.

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