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DSC 67061Os professores Fernanda Almeida e Enrrico Bloise, em torno da doutoranda Thaís de Mérici, e ao lado de uma das colaboradoras do estudo, Thaís Santos. Foto: Henrique Castanheiras/ICB UFMGA cafeína é uma substância muito usada por mulheres grávidas, não apenas como um hábito muito comum, especialmente em Minas Gerais, mas também como um meio de reduzir os sinais de sonolência e fadiga durante a gestação. Além do costume do “cafezinho”, a cafeína também é encontrada em chás, chocolate e várias bebidas comuns no dia-a-dia.

No caso de mulheres grávidas, uma pesquisa experimental desenvolvida no Instituto de Ciências Biológicas da UFMG mostra que pode não haver uma dose segura para a ingestão de cafeína. Desenvolvida pela nutricionista Thaís de Mérici e Paula, sob orientação dos professores Fernanda Almeida e Enrrico Bloise, do programa de Pós-graduação em Biologia Celular, a pesquisa ganhadora do prêmio YW Loke New Investigator Travel Award 2019, no congresso da Federação Internacional das Associações de Placenta, na Argentina, parte do pressuposto de que a ingestão da cafeína pode comprometer o desenvolvimento folicular ovariano, fetal e placentário.

Para avaliar essa hipótese os cientistas testaram a ingestão das atuais doses consideradas “seguras” na gestação, bem como doses mais altas. Diante da impossibilidade de fazer esses testes em seres humanos, foram feitos em camundongos prenhes, da linhagem Swiss e C-57 Black.

“Nossos resultados mostraram que as doses atualmente recomendadas de cafeína podem não só causar uma redução dos pesos fetal e placentário, mas também alterar toda a vascularização da placenta e, consequentemente, favorecer a ocorrência de uma enfermidade conhecida como da Restrição Intrauterina de Crescimento (RIUC)”, afirma Thaís de Mérici. No estudo, os fetos oriundos de mães que consumiram doses moderadas de cafeína (3 xícaras de café ao dia) sofreram essa restrição intrauterina.

Com base nesses e em outros resultados, o grupo de pesquisadores do Laboratório de Biologia Estrutural e Reprodução do ICB conclui que a dosagem "segura" de cafeína durante a gestação precisa ser urgentemente reavaliada na prática clínica com pacientes humanos. Eles observam que os cientistas já sabem que camundongos apresentam uma menor sensibilidade a estas substâncias quando comparados à sensibilidade humana, mas defendem que, enquanto isso não acontece, seria sensato que mulheres grávidas evitassem o consumo de café e dos outros produtos que contêm cafeína.

“Esse cuidado extra poderia prevenir doenças e condições de saúde futuras e, com isso, reduzir tanto a necessidade de tratamentos complexos de custo elevado, quanto também poderia permitir uma melhor qualidade de vida para os filhos dessas mulheres”, afirma Thaís de Mérici. Segundo a pesquisadora, tanto animais quanto humanos acometidos por RIUC podem desenvolver doenças crônicas de difícil tratamento, como diabetes, dislipidemias, obesidade, síndrome metabólica, câncer, doenças cardiovasculares dentre outras. Embora mais comuns em adultos, esses problemas poderiam ter sua origem ainda na vida intrauterina e estarem associados ao mau funcionamento placentário, à alimentação materna inadequada e à ocorrência de RIUC.

SERVIÇO

O consumo de doses consideradas seguras de cafeína durante a gestação altera a biometria fetal e a morfologia placentária em modelos murinos

Pesquisa de doutorado da mestranda Thaís de Mérici Domingues e Paula

Orientadora: Profa. Fernanda Almeida

Co-orientador: Prof. Enrrico Bloise

Alunos de Iniciação científica envolvidos: Lucas Cardoso, Guilherme Gonçalves, Luís Belotto, Felipe Prado, Hortência Oliveira.

Demais participantes: Dr. Fernando Felicioni, Ms. André Caldeira-Brant, Ms.Thaís Santos, Dr. Hélio Chiarini-Garcia, Dr. Gustavo Menezes.

 

CONTATOS PARA A IMPRENSA

Profª. Fernanda Almeida – (31) 3409 2992
Thaís de Mérici Domingues e Paula – (31) 3409 2994 (Doutoranda)

 

MAIS INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA

Assessoria de Comunicação Social e Divulgação Científica do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais
Jornalista responsável: Marcus Vinicius dos Santos
| www.icb.ufmg.br | (31) 3409 3011 |

 

 

Foto: Henrique Castanheiras/ICB UFMG

Legenda: Os professores Fernanda Almeida e Enrrico Bloise, em torno da doutoranda Thaís de Mérici, e ao lado de uma das colaboradoras do estudo, Thaís Santos

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