Foto: Marcus Vinicius dos Santos/ACBio/ICBA vice-presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), a deputada federal Jô Moraes, do PCdoB/MG, esteve em visita oficial ao ICB nesta segunda, 8.

Desde o incêndio na estação de pesquisa brasileira Comandante Ferraz, na Antártica, a deputada tem se dedicado a aumentar a visibilidade das pesquisas brasileiras na região, buscando mostrar aos parlamentares a necessidade de uma sistemática apresentação de emendas orçamentárias para o Programa.

Ela foi recebida pelo vice-diretor do ICB Carlos Augusto Rosa, e pelo professor Luiz Henrique Rosa, do Departamento de Microbiologia, quando conversaram sobre formas de apoiar os projetos da UFMG junto ao ProAntar e analisaram juntos a situação das verbas para pesquisa no país, em especial nas Universidades.

Luiz Henrique coordena o Laboratório MycoAntar. Ele conta que há 12 anos seu grupo está presente no continente antártico, coletando amostras de solo e de rochas, sedimentos marinhos, água do mar e de lagos, plantas, liquens, algas, gelo e neve, em busca de fungos capazes de produzir substâncias bioativas que possam ser usadas como protótipos para o desenvolvimento de fármacos de interesse na saúde humana e pesticidas menos tóxicos para uso na agricultura.

As coletas são realizadas com o apoio logístico da Marinha do Brasil e acontecem no verão antártico, que vai de outubro a março. O Tratado Antártico, de 1959, estabelece que o continente está reservado unicamente para pesquisas científicas, fins pacíficos e preservação ambiental. 

"Os substratos coletados no continente são trazidos para o Brasil processados no laboratório de Microbiologia do ICB com o intuito de isolar fungos", explica, chamando a atenção para o fato de que essa busca pode levar vários anos.

"As substâncias poderão ser usadas, por exemplo, no combate a pragas agrícolas ou no tratamento da dengue, zika, leishmaniose ou Chagas", resume, além de outras doenças negligenciadas - causadas por parasitas -, e que são comuns entre pessoas de baixa renda.

Carlos Augusto afirma que a Diretoria do Instituto está buscando melhorar a captação de recursos necessários para garantir as devidas condições de ensino e pesquisa. 

"Emendas parlamentares, coordenadas por políticos  que compreendem a importância do ensino superior para o devido desenvolvimento nacional, são ótimas oportunidades, e estaremos envidando todo o esforço para realizar as propostas e sugestões que a deputada nos trouxe", comemorou. Novos encontros estão agendados.