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Das 7 vencedoras do prêmio L’Oreal For Women in Science 2017, duas são do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG. Na categoria Química, a pesquisa da professora Rafaela Salgado, do Laboratório de Biologia Computacional de Proteínas, foi reconhecida na busca por novos fármacos para tratamento e cura de Zika e doença de Chagas.

Já a pós-doutoranda em Biologia Celular Fernanda Tonelli, levou o prêmio na categoria Ciências da Vida. Sua pesquisa usa uma espécie de peixe, a tilápia-do-Nilo, como biofábrica para a produção de substâncias, como o hormônio do crescimento humano (rhGH).

Em parceria com a Unesco e com a Academia Brasileira de Ciências, segundo os organizadores do L’Oreal For Women in Science este é o primeiro prêmio científico dedicado exclusivamente a incentivar a mulheres. Anualmente são realizadas as edições nacionais e regionais e as vencedoras concorrem à edição mundial chamada de Rising Talents. Em 19 edições, 6 brasileiras já estiveram entre as vencedoras da edição internacional.

Conheça um pouco mais do trabalho dessas jovens e promissoras pesquisadoras.

Fernanda Tonelli. Foto arquivo pessoalReduzindo gastos com benefícios

“Pacientes que sofrem com a deficiência de hormônio de crescimento (GH), Síndrome de Turner ou insuficiência renal grave realizam tratamento com hormônio de crescimento humano recombinante (rhGH)”, afirma Fernanda Tonelli (foto). “A ideia é modificar o DNA de tilápias-do-Nilo, fazendo com que elas produzam o rhGH e liberem na urina. Desta forma, será possível obter a proteína sem sacrificar o animal e com redução de custo do processo de purificação.

Em geral, a substância é produzida por meio de técnica que usa bactérias ou leveduras no processo”, explica a pesquisadora, que quer encontrar uma alternativa capaz de diminuir custos e acelerar o processo de produção da proteína. Para se ter uma ideia da importância desse projeto, apenas em 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou mais de R$125 milhões com a importação do medicamento.

“Este prêmio não só é um sinal de que a pesquisa que desenvolvemos atende a uma necessidade e possui potencial inovador, como também será muito importante para que possamos dar continuidade à pesquisa, nesse período de parcos investimentos”, comemora.

 

Rafaela Salgado. Foto Camila Fernandes ICB UFMGNovos medicamentos

Na busca por tratamentos mais eficazes para doenças negligenciadas, a equipe da professora Rafaela Salgado usa técnicas de desenvolvimento racional de fármacos. Ou seja, antes de levar determinado composto a teste experimental, no laboratório, os pesquisadores fazem simulações computacionais para avaliar a atuação de algumas moléculas na inibição da produção de proteínas essenciais para o desenvolvimento da Zika e das doenças de Chagas e do Sono, africana. “Se conseguirmos inibir a produção dessa proteína essencial ao desenvolvimento dessas doenças, talvez possamos conseguir matar o patógeno e curar a doença”, explica a professora do ICB.

Desde que veio para a UFMG, há 6 anos, ela incluiu diversas outras doenças em seu estudo. O custo de tamanha valentia é alto por isso ela vê o recebimento do prêmio com olhos ainda mais especiais. “Nos últimos 3 anos os financiamentos diminuíram e as dificuldades aumentaram, de maneira geral”, afirma, lembrando que historicamente as dificuldades são ainda maiores para os pesquisadores mais jovens. “Mesmo quando há financiamento disponível, ele é direcionado majoritariamente para grupos mais bem estabelecidos”, observa.

Atentos a isso, os organizadores do prêmio limitam o tempo necessário de doutoramento para poder participar. “Essa edição era só para quem obteve doutorado a partir de 2010”, destaca Rafalea. Mineiramente, ela relata que o valor da premiação é compatível à faixa B do CNPQ ou a um Projeto Pesquisador Mineiro da Fapemig.

Mulheres na Ciência
“Por algum motivo, as mulheres desistem mais da carreira científica. Se a gente for olhar, existem vários programas de pós-graduação onde a participação de mulheres é pequena. Pelo que eu percebo, geralmente no início da carreira tem uma equidade maior, e na medida que vai acontecendo a progressão, vai acontecendo esse fenômeno de mais homens atingirem as posições mais altas”, arrisca a professora do ICB.

Fernanda Tonelli concorda. “Vejo este prêmio também como uma forma de reforçar a capacidade intelectual feminina e incentivar a mulher, que desde antes de Marie Curie, tem feito importantes descobertas que levaram à melhora da qualidade de vida humana e ao avanço da ciência, em várias áreas”, salienta.
Rafaela destaca ainda que, desde que recebeu o prêmio, várias mulheres já entraram em contato com ela destacando o caráter inspirador da iniciativa. “A gente precisa de mais iniciativas como essas, que reconheçam e incentivem as mulheres”, declara.

 

CONTATOS PARA ENTREVISTAS
Rafaela Salgado - Departamento de Bioquímica e Imunologia - ICB UFMG - (31) 3409 3031

Fernanda Tonelli - Programa de Pós-graduação em Biologia Celular - ICB UFMG - (31) 3409 2774

 

 

 

MAIS INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA
Assessoria de Comunicação Social e Divulgação Científica
Redação: Camila Fernandes, bolsista Fump UFMG
Jornalista responsável: Marcus Vinicius dos Santos
Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais
Av. Presidente Antônio Carlos, 6627. Pampulha. Sala 173. Bloco J1.
CEP 31.270-901. Belo Horizonte. MG. Brasil.

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