Revista de Psicofisiologia, 2(1), 1998

Ontogenia: do nascimento à velhice

6.3) Biologia do envelhecimento

O processo de envelhecimento é chamado de senilidade. Caracteriza-se por um declínio gradual no funcionamento de todos os sistemas do corpo cardiovascular, respiratório, geniturinário, endócrino e imunológico, entre outros. A crença de que a velhice está associada, invariavelmente com profunda debilidade intelectual e física, entretanto, é um mito. A maioria das pessoas retem suas capacidades cognitivas e físicas em um grau notável.

Os vários decréscimos relacionados com a velhice não ocorrem de modo linear. Nem todos os sistemas orgânicos deterioram-se na mesma proporção, nem seguem um padrão similar do declínio para todas as pessoas. Cada pessoa está geneticamente dotada de um ou mais sistemas vulneráveis, ou um sistema pode tornar-se vulnerável por causa do estressores ambientais ou mau uso intencional, por exemplo, exposição excessiva a raios ultravioleta, tabagismo, álcool. Além disto nem todos os sistemas orgânicos deterioram-se ao mesmo tempo. Em vez disso, qualquer um dos vários sistemas orgânicos começa a deteriorar-se, o que, então, leva à doença ou à morte. "Cada velho constrói sua própria velhice."

Em geral, o envelhecimento de uma pessoa ocorre nas suas células. Sabe-se que cada célula possui um tempo de vida geneticamente determinado, durante o qual pode replicar-se um número limitado de vezes, depois do que, morre. Isto pode ser precipitado por erros genéticos adquiridos e a morte celular programada se tornar prematura. Com a idade, ocorrem mudanças estruturais nas células. No sistema nervoso central, por exemplo, as modificações celulares relacionadas ao envelhecimento ocorrem nos neurônios, que apresentam sinais de degeneração. Na senilidade quando há grave perda da memória e perda do funcionamento intelectual, com sinais de degeneração muito mais severos, devido à degeneração neurofibrilar, é mais comumente conhecida como doença de Alzheimer.

Alterações na estrutura do DNA e RNA também são encontradas nas células que envelhecem, sua causa tem sido atribuída a programação genotípica, raios X, produtos químicos e alimentares, entre outros. Fatores genéticos têm sido implicada em transtornos que geralmente ocorrem em idosos, tais como hipertensão, doença das artérias coronárias, arteriosclerose e doença neoplástica.

Não existe provavelmente uma causa única para o envelhecimento. Todas as áreas do corpo são afetadas. Segundo alguns autores, envelhecimento são as complexas manifestações que levam ao encurtamento da expectativa de vida; soma das alterações biológicas, psicológicas e sociais que, depois de alcançar a vida adulta e ultrapassar a idade de desempenho máximo leva a uma redução gradual das capacidades de adaptação e desempenho psicológico do indivíduo.

Do ponto de vista físico podemos observar:

  1. diminuição da altura, relacionado com a diminuição dos discos vertebrais, um fator da curvatura da coluna.

  2. Atrofia dos aparelhos locomotores, prejudicando o apoio e aumento dos tecidos conjuntivo e adiposo.

  3. Alterações na pele e embranquecimento dos cabelos;

  4. Diminuição contínua da capacidade funcional dos órgãos dos sentidos.