COMO SE CONSTRUIU UM CENTRO DE 
FISIOLOGIA E BIOFÍSICA NO ICB-UFMG


Fernando Pimentel-Souza
61 anos, Titular de Neurofisiologia e decano dos
Professores do Depto. de Fisiologia e Biofísica, ICB, UFMG.
    O Departamento de Fisiologia e Biofísica foi criado pela reforma universitária em 28 de novembro de 1968, juntamente com o Instituto de Ciências Biológicas (ICB), no espaço da ex-Cátedra de Fisiologia da Faculdade de Medicina-UFMG, por ser a mais ampla e experiente. A ela se agregaram docentes e equipamentos de outras Cátedras de Fisiologia, extintas nas outras Escolas da área da Saúde e Humanas, psicoterapeutas da Psicologia Médica, e em 1971 um grupo de Biofísica, oriundo da Cadeira de Física Biológica da Faculdade de Medicina. Assim em 1971 contávamos ao todo 31 docentes.

    O embrião do atual departamento começou a ser formado a partir de março de 1960, quando o Professor Wilson Teixeira Beraldo assumiu o cargo de professor interino da Cátedra na Faculdade de Medicina, devido a aposentadoria compulsória do Professor Otávio Magalhães no ano anterior, por indicação oficial do Professor Baeta Vianna, do qual havia sido assistente em 1944. Beraldo participara da descoberta da bradicinina em 1948 como colaborador dos Doutores M Rocha e Silva, do Instituto Biológico, e G Rosenfeld, do Instituto Butantan, ambos de São Paulo, e ganhou notariedade internacional. Beraldo em 1958 defendeu a livre docência na USP-SP, e em 1962, fez concurso para Catedrático na UFMG, assumindo de vez a liderança dos destinos da Fisiologia na UFMG (Freire-Maia, 1980).

    Beraldo foi integrando os assistentes de outras Cátedras de Fisiologia e afins, como GP Alvarenga (da Psicologia Médica da Faculdade de Medicina e Professor interino de Psicologia na Ciências Humanas), W Dias da Silva (da Histologia da Escola de Veterinária) e F Alzamora (da Bioquímica da Faculdade de Medicina, que retornou dum estágio de 4 anos nos EUA em 1962), antes mesmo que ocorresse a criação do departamento. Até 1970 já tinham estado na Fisiologia mais de 25 estagiários, a saber: professores: 1) MACL Beker, HMS Gonzaga e W Faria da Fisiologia da Faculdade de Farmácia-UFMG, 2) AD Azevedo e GM Lima Jr da Fisiologia da Faculdade de
Odontologia-UFMG, 3) H Thiessen e M Chamone de UFSC, 4) S Gerken da História Natural da Faculdade de Filosofia-UFMG, 5) AD Fernandes da Faculdade de Medicina-UFMG, 6) J Simões Jr. da UFBA, 7) JKA Souto da UFAM, 8) JWC Batista da UFPI, 9) CM de Almeida da UFRN, 10) FEP Marques, bolsista da CAPES, LR Capelo, bolsista do CNPq, e JHL Cardoso da UFCE, 11) SL Calixto, bolsista da CAPES, da UFPE, 12) EG e MG Lyra da UFES, 13) JMM Lessa da UFAL e 14) F Branco da Faculdade de Odontologia de Uberaba e Uberlândia e os doutorandos: ACB Campos, ACS Melo, E Van den B Matos e IC Costa da UFCE. O "doutorado" antigo era apresentado e defendido sem maiores exigências de pesquisa original e aprovação em disciplinas, mas hoje só podem ser aceitas através de um curso competente, credenciado pelo CFE, e que exige pelo menos
três anos em dedicação exclusiva, ou por notório saber, quando o candidato já possui um
excelente currículo (CFE, 1974).

    A ligação de Beraldo com São Paulo foi importante pela parceria e amizade com cientistas paulistas como: M Rocha e Silva, G Rosenfeld, JM Campos, E Prado, O Baeta Henriques, C Timo-Iaria e G Malnic, além dos mineiros, que lá fizeram carreira como CR Diniz, JL Prado, S Baeta Henriques e JR do Valle e outros. Colaborou também com colegas do próprio ICB, sobretudo aqueles que estagiaram nos EUA como M Mares-Guia, A Neves, CR Machado, G Gazzinelli, J Pudles, W Tafuri e muitos outros. Conseguiu da Fundação Rockefeller, EUA, equipar a pesquisa e o ensino e pagar salários em tempo integral, regime que ainda não havia sido implantado devido ao imobilismo do MEC, para viabilizar a carreira de seus 7 assistentes: L Freire-Maia, F Alzamora, R do Carmo, J Weinberg, M Horta, L Araújo e G Siqueira, que começou como técnico. Os equipamentos conseguidos marcaram uma época de grande tranformação, porque apoiaram de maneira sustentada hábitos para executar pesquisa e para ministrar muitas aulas práticas, bem elaboradas e operadas pelos próprios alunos.

    Além disto, Beraldo participou da revitalização da Sociedade de Biologia de Minas Gerais, onde se apresentavam e discutiam trabalhos de pesquisa e se especulavam teorias. Em 1969 sua equipe organizou o IX Congresso Latino-Americano de Fisiologia em Belo Horizonte. Escreveu com seus colaboradores os primeiros livros de Fisiologia feito por autores brasileiros, abordando todos os sistemas, em dois volumes 1968 e 1970. Nas décadas seguintes Beraldo acabou coroando sua carreira no cume, como Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências, Presidente Honorário da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Pesquisador IA do CNPq e Professor Emérito do ICB-UFMG.
 

a) Pesquisa: pré-história

    Após a reforma de 1968 o MEC passou a contratar os professores em tempo integral e dedicação exclusiva, apesar de faltar ainda o "esprit de corps" por não terem se profissionalizado, o que foi sendo assimilado nas décadas seguintes (Pimentel-Souza, 1980). A dedicação e vocação de Beraldo serviram de referência para quem queria se dedicar à pesquisa e à docência. A infra-estrutura foi se completando pouco a pouco. A maioria dos nossos equipamentos era constituida de banhos de músculos lisos e quimógrafos, que prestaram muitos serviços aos ensaios biológicos de diferentes drogas farmacológicas ou isoladas do organismo ou extraidos de venenos de animais e plantas.
Lembro-me bem que Beraldo e seus discípulos, após montarem o músculo liso num banho
onde se colocavam drogas, tinham uma certa paciência "nonchalante" de tamborilar na
lateral do aquário para apressar o fenômeno lento, por se tratarem de vísceras e muitas
vezes drogas como bradicinina ou similar. Hoje já não se fazem mais pesquisadores como
antigamente! Ha! Faltam-nos a saudosa fleugma "britânica", a que Beraldo integrou
perfeitamente bem em Millhill, para gozar com serenidade os frutos obtidos. A pesquisa
dependia muito da criatividade ou do "insight" da interação de drogas do pesquisador,
divertindo-se Rocha e Silva em troçar com os fisiologistas que ciência deles era um ramo
da Farmacologia.

    Poucos pesquisadores podiam se equipar diferentemente, ora com aparelhos ocasionais, provenientes de convênios binacionais para que o Brasil recebesse o pagamento de dívidas vencidas, geralmente da Europa de Leste, muitas vezes inadequados e ultrapassados, ora com outros mais adequados conseguidos como "enxoval" duma bolsa no exterior e, enfim, com aqueles construidos com a engenhosidade local de nossos eletrônicos P Henrique, Ireno, Machadinho e Alfredo, torneiros-mecânicos, Beker, Mário, Pádua, Gonçalves, Zacarias e Pereira, e hialotécnicos, os irmãos Ildeu e Zezé, João Daniel e Vilanni e os técnicos Welbi e Wellington.

    A produção de artigos científicos completos de pesquisa e divulgação e de avaliação acadêmicas e institucionais, publicados em revistas internacionais e nacionais, foi tomada como um indicador razoável desta atividade pioneira em Minas Gerais (Figura 1). Vê-se uma evolução amplamente favorável de 1960 a 1997, salientada pelo aumento considerável da área sombreada abaixo da curva, totalizando 322 trabalhos. Vamos examiná-la por décadas:

Figura 1: Produção de artigos completos de pesquisa, revisão e divulgação e de avaliações acadêmica e institucional (atrás) de 1960 e 1997 e Dissertações de Mestrado (147) e Teses de Doutorado (4) (à frente) de 1973 até 1997. Para os anos de 1998 a 2000 completaram-se os dados pela média da década de 90 até 97.

Grafico 1 
    Efetuou-se a publicação de 23 artigos, com média de 2,3 artigos/ano, de forma oscilante, mostrando dois picos nos biênio 60-61 e 65-66 (Fig. 1). A publicação das outras cátedras de
Fisiologia em diferentes escolas era rara, como de resto também ocorria na Faculdade de Medicina, antes de 1960. No todo havia em atividade 30 docentes dispersos, a maioria contratada com 12 horas semanais, mas só cerca de 11 reuniam condições de se dedicaram à pesquisa como profissão junto à Beraldo. Assim, a média de produção por docente-pesquisador/ano foi de 0,21.

    O primeiro agrupamento de publicações de artigos do biênio 60-61 teve um total de 11 artigos, que refletiu muito ainda as colaborações de Beraldo com colegas de São Paulo (4 artigos) e R. do Carmo no exterior (2 artigos), ambos totalizando 54,5% das publicações. Já no biênio 65-66 publicaram-se 8 artigos, refletindo muito a produção de Beraldo e colaboradores na UFMG, Freire-Maia e Dias da Silva, estes últimos tendo estagiado por 2 e 3 anos respectivamente nos EUA, totalizando 5 artigos, 62,5% das publicações. No fim da década perdemos do Carmo para o Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ para trabalhar em depressão alastrante com Aristides Leão e Martins-Ferreira.

    Com a publicação de 67 artigos houve um aumento de 191,3% sobre a década anterior, refletindo a integração do departamento. A produção nessa década, embora ainda oscilasse muito, o fazia agora sobre um platô, mantendo a média em 6,7/ano (Fig. 1). A média de artigos/docente-pesquisador/ano subiu para 0,34. O quadro do departamento começou a década com 31 e terminou com 29 docentes, dos quais cerca de 60% tinham conseguido o contrato de dedicação exclusiva, incluindo pelo menos 20 horas semanais à pesquisa, arriscando viabilizar uma nova carreira de pesquisador, mas com muitas incertezas.

    Docentes se aperfeiçoaram: Heneine e Costa Cruz nos EUA, Weinberg no Canadá e nos EUA, Rodrigues no Canadá, e Azevedo na Inglaterra. Em 1972, Dias da Silva transfere-se para o Instituto Butantan e depois USP, mas neste ano se contrata Pimentel-Souza proveniente da UFRJ e da Universidade de Paris. Em 1979, Beirão transfere-se para a Bioquímica da UFMG.

    O pico de publicação de 10 artigos em 1971 mostra muito da atividade de Beraldo, Freire-Maia e Alvarenga, com 80% do total do ano. Depois há o máximo de 16 artigos em 1976, dos quais 5 foram de Pimentel-Souza e 4 de Freire-Maia, ambos totalizando 53,6% do ano. Em meados da década vários docentes começam a obter incentivos de bolsas de pesquisa do CNPq para complementar salário e auxílios financeiros para pesquisa no CNPq, FINEP, e Pró-Reitoria de Pesquisa da UFMG e pela pós-graduação pela CAPES para realização de teses. A participação em Congressos nacionais e internacionais começou a ser rotina com ajuda daquelas instituições.

    Com a publicação de 109 artigos houve um aumento 62,7% sobre a década anterior, com média de 10,9/ano, oscilando menos, evoluindo em dois platôs diferenciados, sendo o mais destacando no final da década entre 86-89 com 14,7 artigos/ano (Fig. 1). O quadro docente se restabelece em 31 docentes, em reconhecimento da nossa boa utilização da capacidade docente instalada, apesar da queda de cerca de 30% do corpo docente na UFMG pela imposição do MEC. Alcançamos 84% do quadro docente em dedicação exclusiva (25) e a produção de artigos por docente-pesquisador/ano de 0,44. A produção de 86 a 89 passa também a ser mais distribuida entre um número maior de autores. Além dos destaques de Beraldo, Freire-Maia e Pimentel-Souza, aparecem ainda produtivos: Heneine, Weinberg, Alzamora, Gonzaga, Siqueira e Araujo, entre os antigos professores, e R. Santos, Coimbra, Pesquero, Andrade e Marubayashi entre os novos.

    Em 1980 Pimentel-Souza defende doutorado por notório saber na Escola Paulista de Medicina e em 1983 foi a vez de Weinberg. Em 1983 R. Santos obtem o segundo doutorado do departamento por curso credenciado, seguido em 85 por Yamasaki e em 86 Gonzaga, Reis, Marubayashi e Sumitani, todos na USP, e em 89 Vieira na UFRJ, pois até então só contávamos com Doutores à moda antiga. Os frutos positivos da política empreendida decididamente a partir de 1982 na qualificação docente sob a chefia de Alzamora, corroborado pela CPPD-UFMG e Edward Felix na Diretoria do ICB, quando contratamos de uma só vez Coimbra, com o primeiro doutorado do departamento por curso credenciado, e 4 doutorandos da USP-RP, e em 1984 Pesquero, doutor pela EPM, elevou a 43% a porcentagem de doutores no quadro a partir de 1986 (Fig. 2). Em 1989 Campagnole já foi contrata com doutorado e pós-doutorado. Consolidam-se colaborações com E. Krieger (então já na INCOR, SP), H. Megliorini, J.A. Rodrigues e L.J. Greene, todos da USP-RP, Paiva, da EPM, e J. Guimarães, UFRJ e agora no Rio Grande do Sul, que
continuaram dando suporte aos seus ex-orientados, além de McCann da Universidade do Texas, EUA.
 

Figura 2: Composição da qualificação docente, mostrando os percentuais de doutores no quadro permanente (acima) e de professores substitutos provisórios no total de docentes (abaixo). Para os anos de 1998 a 2000 completaram-se os dados pela média da década de 90 até 97.

Grafico 2

    A partir de 1986 para pós-doutorado Pimentel-Souza ficou afastado 1,5 mes, Gonzaga 2 anos, R. Santos 3 e Campagnole 2 nos EUA e Coimbra 2 na Suiça. A partir de 1985 Andrade afastou-se por 8 anos na Inglaterra, Silva por 3 anos na USP-SP, Vieira 2 anos na UFRJ e Marubayashi por 1 na USP-RP para o doutoramento. Lima Jr afastou-se por 4 anos a partir de 87 para o mestrado na UNESP. Em 1987 perdemos prematuramente Freire-Maia, esteio de nossa produção científica e cultural, que se aposentou, ingressando na Farmacologia do ICB-UFMG. Nesta década sofremos uma sobrecarga didática com tantos afastamentos, mas nos sentimos recompensados pelo aumento de produtividade científica e qualificação docente, em parte aliviada pelos auxílios financeiros, que obtivemos de convênios FINEP e da agência estadual FAPEMIG, cobrindo as carências do CNPq, depois de uma fase profícua de fomento.

    Em 02/07/87 foi fundado o Centro de Bioterismo (CEBIO) com a finalidade de proporcionar
criação e fornecimento padronizados de animais para pesquisas para todos os departamentos necessitados, proveniente da expansão do Biotério da Parasitologia, do qual saiu seu primeiro Diretor, Leógenes Pereira, e o segundo foi Campagnole, da Fisiologia. Em 1988 sob a coordenação de Pesquero é fundado o Centro de Radiobiologia do ICB (CERAD) com a finalidade de: fazer dosimetria, tomar medidas de segurança e proteção, estudar a radiação ambiental nos laboratórios de pesquisa e prestar serviços à comunidade.

    Ocorreram grandes mudanças, ameaçando a tendência crescente de produção científica,
que volta a cair em 1991, devido à maciça aposentadoria e demissões de antigos
professores, em 1990, 3, e em 1991, 9, dos quais apenas 2 doutores. Mas mesmo assim foi
retomado o crescimento atingindo 123 artigos em 8 anos, com média até 1997 subindo para 15,4/ano, com aumento de 41,3% sobre a década anterior (Fig. 1). O quadro de docentes
caiu para 22, dos quais apenas um não era em dedicação exclusiva, alçando
consideravelmente a publicação per capita para 0,73, o que nos dá um dos melhores
indicadores de produtividade entre instituições congêneres no país (Natali, 1994). Por
outro lado, o "turn-over" de docentes faz-se consideravelmente bem na titulação, atingindo um platô de doutores de 68% em 1992 e de 82% em 1996, mais alto que a média de
qualquer universidade no Brasil e dando sustentação à pesquisa, apesar da diminuição no
quadro em 1990, provisoriamente suprido por 25% (9) do total de docentes por substitutos exclusivos na área de ensino (Fig. 2; PRP-Unicamp, 1997). A partir de 1991 em pós-doutoramento Reis passa 2 anos no Canadá e Marubayashi 1 ano nos EUA e para concluir seu doutorado em bolsa sanduiche Martins 3 anos na Cleveland Clinic, EUA.

    Em 1997 apresentou-se um pico histórico de 24 artigos, média de 1,23
artigos/pesquisadores-ano, concentrados em 3 grupos de pesquisa: hipertensão arterial (R. Santos e Campagnole), endócrino (Coimbra, Reis e Marubayashi) e biofísica (Pesquero e
Frezard), que produziram 16 artigos, 66,7% do ano, e refletindo uma mudança no
paradigma da estrutura departamental na formação de grupos fortes e competivivos, mas
dependentes de equipamentos modernos, informatizados e caros, sobretudo devido à iniciativa de R. Santos, indo mais fundo e integrados numa nova pesquisa mais sistêmica. Isto só foi possível pelo aporte maciço, ocasional e por período maior de auxílios financeiros da FINEP, CNPq, CAPES/PROBAL e PRONEX e pela continuidade de financiamento de balcão da FAPEMIG, atingindo um montante de U$1.600.000,00 da captação em 1997 para aplicação em 3 anos.

    Sob a coordenação de R. Santos promoveram-se dois simpósios Internacionais sobre "Vasoactive Peptides" em Ouro Preto, o primeiro em 91 e o segundo em 97 no 25o aniversário de aprovação interna de nossa pós-graduação. Para preparar nossos pós-graduandos aos Congressos internacionais e nacionais, por iniciativa de R. Santos, na época Coordenador da pós-graduação, foram instituidos Encontros Anuais de Pesquisa em Fisiologia no âmbito do departamento e em 1997 estava na 6a. edição, com participação de Drs. MacCan, EUA, E.M. Krieger, Incor-SP, e Migliorini, USP-RP.

    Despontamos para o ciclo de uma nova política, necessitando de muito dinheiro para uma atividade de pesquisa de custo maior, exigente, complexa, decorrente do alto nivel de
profissionalização iniciado nas décadas anteriores. O perigo passa ser excesso de obsessão ao trabalho, "workaholics", capaz de comprometer o equilíbrio emocional dos indivíduos para suportá-la supervalorizada. Há recuo persistente das agências financiadoras federais para financiamento de balcão, só vizando apoio aos projetos especiais. Daí se questiona como fazer emergir novos grupos e manter a continuidade do trabalho dos mais antigos e experientes pesquisadores, que não se integraram nestes grupos. Pode o Brasil, com um efetivo de cerca de só 12 mil pesquisadores, dos quais só 9 mil com complemento salarial, dar-se ao luxo de prescindir daqueles, excluindo-os, quando se tem um déficit de 88.000 para atingir os 100.000, que deveria ter o país antes de realizar a abertura comercial internacional para ter o mesmo percentual de ponta relativo ao nosso PIB em relação aos EUA? Estamos num dilema:

b) Pós-graduação em Fisiologia e Biofísica

    O credeciamento do Curso de Pós-Graduação (PG) em Ciências Biológicas, área de
concentração em Fisiologia, do ICB/UFMG, em nível de mestrado foi concedido pelo
Conselho Federal de Educação em 1/10/1974 por 5 anos, aprovando os seguintes
professores de disciplinas e orientadores de tese do departamento: Fernando Alzamora,
Fernando Pimentel de Souza, Ibrahim Felipe Heneine, Lineu Freire Maia, Vicente de Paulo Costa Val e Wilson Teixeira Beraldo, além de Ângelo Barbosa Monteiro Machado, Carlos Ribeiro Diniz, Ênio Cardillo Vieira, Gilberto Belisário Campos e Hugo Pereira Godinho da UFMG, de outros departamentos da UFMG, e ainda Wilmar Dias da Silva (USP-São Paulo) e Frederico Graeff (USP-Ribeirão). Incluiram-se também C.R.S Machado, C.S. Pereira, G.P. Alvarenga, J.A. Carneiro Viana, J. Martins Ferreira Neto e S. Megale da UFMG como responsáveis por outras disciplinas. Nota-se que o departamento propriamente dito só contribuiu com 6 professores titulados e experientes (CFE, 1974). Em 1990 a Câmara de PG da UFMG autorizou a criação de mais uma área de concentração no curso, em Farmacologia, iniciando assim uma nova parceria.

    A formação de recursos humanos do nosso curso para a Universidade Brasileira pode ser avaliada pelo número crescente de professores, pesquisadores e Mestres titulados, que se encontram hoje em várias Universidades e Escolas isoladas de Minas Gerais, públicas ou particulares, Goiás, Espírito Santo, Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará, Piaui, Alagoas e Paraíba e instituições como Fiocruz e Cemig, provenientes do trabalho da feitura 151 teses, das quais 4 em nivel de doutorado até 1997 e mais 2 no 1o. semestre de 1998. No quinquênio 1991-1994 foram apresentados mais de 400 trabalhos em eventos científicos nacionais e internacionais e a média da década é de 10 teses por ano, que vieram num crescendo (Fig. 1). A maioria de nossos ex-alunos tornaram-se catalisadores de trabalhos de pesquisas e ensino em suas regiões. Deve-se ressaltar que nossas dissertações de
Mestrado sempre exigiram por nossa tradição que fossem realizadas pesquisas científicas originais, ao contrário de meras monografias bibliográficas, admitidas noutros cursos e no Doutorado antigo. Os prêmios e distinções recebidos por nossos professores e ex-alunos e os reiterados conceitos "A" e "B" atribuidos pela CAPES e pelo CNPq, atestam a relevância da atuação da nossa PG na área das ciências biológicas e a qualidade da produção científica da maioria de trabalhos publicados em revistas indexadas no Institut for Statistical Information (ISI).

    Contamos ainda neste período com apoio financeiro frequente da CAPES, CNPq, FINEP,
FAPEMIG e Pró-Reitoria de Pesquisa da UFMG.

    Nossa atuação no processo de desenvolvimento científico do país é importante e, por isto, estamos conscientes da necessidade de aperfeiçoamento contínuo. A criação duma massa crítica de atividades é fecunda para todos progredirem. A contratação, nos últimos anos, de novos professores, todos eles com titulo de Doutor por curso credenciado (Fig. 2), a formação e o aperfeiçoamento contínuos de nossos professores em cursos de doutoramento e estágios em outras instituições de ensino e pesquisa, nacionais e estrangeiras e a participação em nosso curso de especialistas de outros departamentos da UFMG, do Brasil e do estrangeiro são elementos que nos levam a crer que as perspectivas do curso são altamente promissoras, aliadas à parceria com nossos professores, pós-graduandos, alunos e funcionários, na manutenção dum ambiente cada vez mais excitante e criativo. Hoje mais da metade dos doutores já fizeram ou fazem o pós-doutorado. Uma consequência natural foi a progressão do nosso curso para o nível de doutorado em 1993, contando já com 19 orientadores e professores, todos doutores e experientes, do próprio departamento, com aumento de 216% sobre o do credenciamento em 1974, que são: Adelina Martha dos Reis, Alvair Pinto de Almeida, Andrea Siqueira Haibara, Candido Celso Coimbra, Edyr Rogana, Fernando Pimentel de Souza, Frédéric Jean George Frézard, Jorge Luiz Pesquero, Leida Maria Botion, Ligia Araujo Naves Kushmerick, Maria Aparecida Ribeiro Vieira, Maria Carolina Doretto Ramirez, Maria de Fátima, Maria José Campagnole dos Santos, Miguel José Lopes, Robson Augusto Souza dos Santos, Silvia Passos Andrade, Umeko Marubayashi e Wilson Teixeira Beraldo.

    O Doutorado visa formar pesquisadores independentes, que possam conduzir suas investigações originais sem a tutela diária do Orientador, ao contrário do se verifica geralmente no nível de Mestrado (Giannotti, 1986). Naturalmente, para um recém-doutor se tornar produtivo serão necessários uns 10 anos de enraizamento. Para suportar tais encargos contamos atualmente com 21 linhas de pesquisas consolidadas no curso, a saber: Angiogênese, Peptídeos Vasoativos, Regulação Neuro-humoral da Pressão Arterial, Hipertensão Arterial Experimental, Biofísica Molecular, Efeitos da Poluição Sonora na Saúde em Geral e no Sono, Eletrofisiologia, Estrutura e Função de Proteínas, Farmacologia Bioquímica e Molecular, Farmacologia da Inflamação e da Dor, Farmacologia de Toxinas Animais, Fisiologia Renal, Neuroendocrinologia, Endocrinologia da Reprodução, Neuroquímica, Nutrição e Desenvolvimento do Sistema Nervoso Central, Receptores Adrenérgicos e Arritmias Cardíacas, Secreção Gástrica, Sistema Calicreina-cinina, Sistema Tonina-Angiotensina e Química e Farmacologia de Venenos Animais, baseadas em 31 orientadores do próprio curso, em grande evolução desde o credenciamento em 1974.

    Uma política mais consistente de intercâmbio com especialistas de outras instituições de ponta, nacionais e estrangeiras, tem se implantado. Em 1972 JI Johnson da Michigan State Univ., EUA, participou de experiências de mapeamento cerebral na UFMG a convite de Campos e Pimentel-Souza e colaborou até a publicação em 80. De 1974 a 1976 contamos com o pesquisador visitante O Catanzaro da Universidade de Buenos Aires. Em 1976 o Professor J.B. Jardim da USP-RP ministrou a disciplina "Análise de Comportamento", a convite de Pimentel-Souza.

    A partir de 1991 estiveram no Departamento a fim de ministrar a disciplina Tópicos Avançados em Fisiologia CH Block, DB Averill, JM Brum e PPES Senanayake da "Cleveland Clinic Foundation", EUA, e S Mukaddam-Daher da Université de Montreal. Em 1996 contamos com a presença de importante pesquisadora na área de peptideos natriuréticos, J Gutkowska, também de Montreal, estas últimas ligadas às pesquisas de Reis.

    Em 1996 e 1997, Martins retorna por 2 temporadas curtas de 2 meses na Universidade de Akron, EUA, tendo sido retribuido por igual número de visitas de A. Milsted, que orientou Neves em bolsa sanduiche de doutorado defendida em 1998 aqui e enviou técnicos especializados para montagem de pesquisa avançada.

    De 97 a 98 com apoio da CAPES, DAAD e FAPEMIG concretizou-se um forte intercâmbio com o "Max-Delbruck Center for Molecular Medicine", sendo M Bader, T Walther, G Wallukat, O Baltatu e S Hoffman recebidos na UFMG e Pesquero, R. Santos e Campagnole por mais de uma vez e os doutorandos Fontes, Passaglio, Couto, Alzamora, Moura e Lopes em Berlim.

    Enfim, consolidamos a possibilidade de intercâmbio com Instituições de renome nacional (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Escola Paulista de Medicina, Instituto do Coração, Instituto de Biofísica-UFRJ) e internacional (Michigan State University, Cleveland Clinic Foundation, National Institute of Health e Universidade de Akron, EUA; Hôtel-Dieu Hospital, Montreal, Canadá; CERN-Bron, França; e Max-Delbruck Center, Berlim), onde nossos docentes estagiaram e mantém vínculos estáveis com pesquisadores seniores no exterior.

    As Figuras 2 e 3 mostram uma evolução de interação positiva entre os três primeiros fatores, já constatados por Silva e Melo na UFMG (1982), apesar de muitas vezes aparecerem em picos dessincronizados, alternando produção de teses e artigos, mas mantendo patamares crescentes e com menos variabilidade. Inicialmente a produção científica e a titulação dos docentes propiciou deslanchar a pós-graduação. Esta por sua vez dinamizou os laboratórios com a colaboração de pós-graduandos, que supriram a falta de técnicos e fortaleceram a produção científica, melhorando inclusive a titulação docente internamente. Entretanto, a qualificação dos docentes mais antigos não produziu os dividentos esperados, uma vez que muitos foram aposentados precocemente, forçados pela equivocada política federal nas IFES. Felizmente a abertura do departamento para a contratação de novos doutores surtiu efeito, especialmente das Universidades paulistas, com os quais mantivemos estreita colaboração, permitindo-nos superar as dificuldades e propiciar benefícios a todos pela capacidade adquirida de titular e contratar posteriormente  docentes mineiros, de outros estados e países e de receber estagiários.
      O ensino tradicional apresentava graves defeitos, a saber: superproteção na aprendizagem desde o Jardim da Infância até a Universidade. A participação do aluno é mínima, o verbalismo do professor é máximo. Os trabalhos práticos, quando existentes, são transformados em rotina cansativa e sem atrativos. O sucesso do professor é protegido pela facilidade de expressão e pelo poder de sedução. As aulas são dadas de maneira
esquemática, resumida e bem arrumada. O aluno toma notas simplificadas, repetindo
exatamente as palavras do professor. Nos exames, as perguntas formuladas são
praticamente as mesmas, de acordo com o que foi dado em aula, de maneira
empobrecedora. A maioria dos alunos não vai preocupar-se em pesquisar as fontes
bibliográficas, permanecendo em atitude mental passiva, podendo o curso todo ser feito
somente com as famosas apostilas.

    Em 1964, o Dr. EM Bridge, da Organização Mundial de Saúde, ministrou na Faculdade de Medicina da UFMG um curso de dinâmica de grupo, inspirando uma técnica de ensino
chamada "Ensino não-diretivo" e prometia sanar as falhas do ensino tradicional (Beraldo e
Alvarenga, 1966, 1983; Nascimento et al, 1973). Essa técnica foi implantada na Cátedra
Fisiologia daquela Faculdade em 1966. Os resultados foram bastante animadores, embora uma experiência semelhante realizada na Cátedra de Psicologia Médica, da mesma Faculdade, dando alto grau de liberdade dos alunos, redundasse em fracasso (Alvarenga e Castanheira, 1971). A Cátedra de Fisiologia da Faculdade de Medicina envolveu 11 docentes, que lecionavam para 160 alunos/semestre, apresentado uma relação aluno-semestre/docente de 14,5, índice considerado bastante favorável. Além de Beraldo e Galeno, da Cátedra de Psicologia Médica, participaram 2 dos antigos assistentes de Magalhães: Rocha e Santa Rosa, e os 7 novos.

    O ensino não-diretivo baseou-se na teoria de aprendizagem de Gestalt de Lewin (1965) e no método não-diretivo proposto por Rogers (1951, 1966), com técnicas de psicoterapia de grupo. O aluno deve ser levado à autoanálise, à autoexploração de suas potencialidades. Procurou-se desenvolver no aluno o pensamento reflexivo e a criatividade para a formação
da sua personalidade, criando novos hábitos e atitudes, despertando o interêsse para o
estudo e a meditação e o desenvolvimento do "insight", intuição. O aluno, pelo próprio
esforço, procura ativamente solução para o problema que o preocupa. Entretanto, por falta
de desenvolver-se melhor instrumento para avaliar a eficiência do novo método, baseou-se na opinião dos alunos para o julgamento do curso como um todo.

Alguns requisitos essenciais para o sucesso do método não-diretivo foram:

    Ao se formar o Departamento de Fisiologia e Biofísica na UFMG em 1969 o alunado foi muito ampliado, cerca de 1.200 por semestre distribuidos em cerca de 13 disciplinas, contando então só com 25 docentes em atividade, elevando a relação aluno-semestre/docente para 32, mais do dobro do que na década anterior na Cátedra de Fisiologia da Faculdade de Medicina. Daí para frente passávamos a assumir compromisso díspares. De um lado, aceitávamos trabalho em dedicação exclusiva com o MEC para desenvolver pesquisa, com uma infra-estrutura limitada e com recursos financeiros escassos para acompanhar o rápido desenvolvimento científico no mundo, e com cobrança crescente de resultados na UFMG, CNPq e CAPES. De outro lado, uma minoria de docentes ainda ousava inspirar-se no método não-diretivo, procedendo um GD cansativo para ambas as partes, que muitas vezes não funcionavam, por não cumprir os itens necessários ao ensino não-diretivo: preparação de docentes e motivação de alunos. Uma das excessões era Alzamora, considerado entre os professores treinados no método não-diretivo como o que melhor concebia e executava a tarefa. Que o digam seus alunos! Em 73 Pimentel-Souza editou um bloco de 91 questões de neurofisiologia para facilitar os GDs. Mas os GDs eram gradualmente substituidos por aulas teóricas, em turmas cada vez maiores de 40 a 80 alunos, quando atingimos 1200 alunos/semestre com 30 docentes ativos e uma relação aluno/docente de 40, 2,7 vezes maior do que na década de 60, obrigando-nos ao retorno caótico ao ensino tradicional. O livro do Beraldo e colaboradores se desatualizou rápido demais e era necessário recorrer a novos livros textos, muitas vezes específicos e mais atualizados em cada sistema.

    Sob determinação do MEC a partir de 1971, foi-se implantando uma reforma de ensino integrado e programado no ICB, na gestão Cisalpino sob a coordenação pedagógica da Professora Maria Lisboa, da FAE-UFMG. Tentou-se estruturar disciplinas comuns num ciclo básico para todas as diferentes áreas da saúde e biológica, para responder a demanda em massa. Só funcionava para alguns, que foram mantidos, mas para o Curso Médico foi considerado perda de tempo e logo suprimido. Por outro lado, mesmo querendo adotar o método não-diretivo, no nosso departamento tornava-se inviável pela sobrecarga didática, havendo semestres consecutivos de média bem superior a 10 horas semanais em sala de aula, apesar de evasões de alguns espertalhões. Ainda por cima tínhamos de competir na pesquisa e a pós-graduação incipiente, sobretudo comparadas com as universidades mais avançadas, USP (São Paulo e Ribeirão Preto) e Escola Paulista de Medicina, onde os encargos didáticos eram bem menores, para não falar nas do exterior (Veloso, 1988; Ashworth, 1989; Pimentel-Souza , 1989).

    Nascimento et al (1973) aplicaram o método não-diretivo simplificado em 3 Faculdades de
Medicina (S. José do Rio Preto, SP, Ciências Médicas, BH, e Itajubá, MG) de 1969 até 1972. Os GDs já passaram a ter de 18 a 26 alunos. Mas, o processo de avaliação de todo o curso foi o mesmo considerado precário pelos autores do novo método, isto é, aplicação de questionário subjetivo de opinião de aluno sem nenhum método de controle de confiabilidade, calculando aritmeticamente um percentual, cujo resultado era julgado satisfatório somente pelo valor absoluto elevado. Como não há controle de variáveis poderiam estar captando outros fatores: melhor auto-imagem e disponibilidade do aluno, maior promoção para os alunos do interior ou de escola menos ranqueada terem aulas com
aqueles professores profissionais do ramo, ambiente de menor estresse, maior dedicação por falta de programas alternativos desconcentradores etc. Eu próprio e vários colegas do Departamento tivemos ocasião de verificar "in loco" a validade destas alternativas no ensino nas Faculdades de Medicina de Itajubá, Montes Claros e Pouso Alegre, sob a égide da Fundação do Departamento.

    Em 1979 Alzamora, Costa-Cruz e Heneine escrevem um capítulo cada no livro texto de Química Fisiológica de EC Vieira e colaboradores. De outro lado, as aulas práticas continuaram resistindo bravamente à massificação do ensino com as "soluções temperadas" do Zé Costa e com os velhos equipamentos da década de 60, cuidados ciumentamente pelo Darcy, cabendo a cada professor orientar o grupo para tirar mais proveito dos fenômenos observados. Inovações foram feitas com criatividade de alguns docentes, como o estimulador de pulsos elétricos do Álvaro, substituindo a velha bobina farádica.

    Os testes de avaliação do processo foram tão simplificados e popularizados, que os alunos perceberam que poderiam manipular os professores por deterem o poder de avaliar os docentes. Aí o feitiço virou contra o feiticeiro! Isto mereceu por parte de Pimentel-Souza uma investigação, comunicada na SBPC em Brasilia (Pimentel-Souza, 1974; 1984; 1996 a, b, d; 1997e). Desta forma abrimos franco para a crítica contumaz de um pacto corrupto, englobando generalizações de acomodação e conservadorismon na relação docente-aluno até aposentadoria especial. Fomos submetidos na mídia a um fogo cruzado dos inimigos da universidade, principalmente as federais, muitas vezes para destrui-las a serviço de ideais excusos, neoliberais ou conservadores, não se importando com argumentos falseados de produtividade (Castro, 1985, 1998; Giannotti, 1985, 1986; Durham, 1986, 1996, 1998; Coelho, 1988; Castro et al, 1996, 1997), sem enxergar a necessidade vital de melhorá-las apesar dos erros, visando o crescimento do país e qualidade de vida, e justificado pelo pouco apoio praticamente concentrado numa única década de investimentos (Pimentel-Souza, 1980, 1984, 1989; Beirão et al, 1983; Schwartz, 1984; Frota-Pessoa, 1985; Veloso, 1988; CPPD, 1989; Pimentel-Souza e Pavan, 1998). É lamentável que Durham, em que até nos inspiramos no combate ao corporativismo interno, tenha ficado mais sensível à contabilidade dos governos Collor-FHC, revitalizando a autocracia dos favorecidos banqueiros e multinacionais, antes, durante e após ocupação de postos de responsabilidade no MEC e permanecido insensível àquilo que lembra Alves (1998), de que o ministro da Educação é a pessoa mais importante do governo, dado à nobreza e importância de sua atividade-fim. Durham e Castro, ensemismados com suas formulações bitoladas, parecem não terem aprendido como as IFES evoluiram, cujos resultados palpáveis somaram aos das universidades estaduais paulistas, concentrando 86% dos Doutores e outro tanto da produção científica do país, num total de 6.000 artigos/ano, significando envolvimento de cerca de 5.000 docentes-pesquisadores tão produtivos quanto os de nosso departamento, só em ciência pura indexada no ISI (CNPq, 1998). De outro lado, deve haver outro contingente equivalente de qualificados, como os das ciências agrárias, com qualidade nas ciências aplicadas e de divulgação, deserdados do CNPq simplesmente porque não portam certificado ISI, que só contribui para o conhecimento da humanidade, sem dar retorno à Comunidade local. Outros 10.000 docentes em tempo parcial só tem mesmo obrigação com ensino e 4.000 com administração, não negando que haveria ainda cerca de 18.000 para sanear. Não se justifica esta caça às bruxas por causa desta minoria, ainda mais que não se pode dar um remédio amargo ao ponto de matar o doente, comprometendo irreversivelmente gerações com o desastre desta política do governo, pois nosso futuro só será promissor com o crescimento prioritário do ensino superior, ciência e tecnologia, corrobrando Krieger em 1997 na Academia do Terceiro Mundo refutando tese de FHC de prioridade absoluta ao ensino básico (COPEA, 1998). Mas aquela filosofia, implantada por um grupo no BID, foi transplantada ao MEC, onde militam e militaram altos funcionários do BID, que ditam diretrizes alienantes nos seus altos cargos no governo federal (Castro et al, 1997).

    O ensino integrado e programado foi aos poucos sendo adaptado a cada curso. Aproveitando desta revisão as escolas profissionais empreenderam inultimente um movimento de contra-reforma universitária, com o saudosismo das Escolas profissionalizantes autônomas no velho e ultrapassado estilo da Universidade de Coimbra (Beirão et al, 1983; Freire-Maia, 1983, 1988; Pimentel-Souza, 1989). Os cursos básicos possuiam cada vez docentes mais capacitados cientificamente, conhecedores em boa parte da epistemologia do conhecimento de suas áreas, pois eram também criadores do saber, e certamente podem esclarecer cognitiva-experimentalmente os seus alunos em: como se chegou àquela conclusão e quais os pontos ainda questionados e não resolvidos. À diferença das décadas anteriores, em que a maioria dos professores desconheciam a origem do conhecimento por eles ministrados e tentavam adivinhar o que se encontravam escrito nos livros textos, geralmente traduzidos de autores estrangeiros, e nem concebiam como vieram a resultar tais conclusões. Por deficiência de conhecer um pouco de filosofia e metodologia de ciência faziam uma tremenda confusão nos seus ouvintes e com suas próprias convicções de fé pessoal, procurando muitas vezes nas entrelinhas dos livros a verdade a ser revelada. Como costuma lembrar Beraldo: o bom professor não é aquele que aprende na véspera o que vai ensinar ao aluno, entendendo que o professor-pesquisador estuda sempre com o compromisso de atingir a compreensão e a dúvida epistemiológica.

    As escolas profissionais tiveram suas crises aguçadas, pois seus docentes esperavam ter seu "affair" em parte resolvido pelo professor das áreas básicas lecionando fisiopatologia e alguns aspectos de terapêutica. Mas, isto se tornava cada vez menos possível ao competente profissional da área básica, que, além de atrair cada vez menos profissionais liberais e mais biólogos e farmacêuticos, seu desafio maior era acompanhar a evolução acelerada das descobertas científicas e atualizar os alunos. Para criar atrativos aos alunos deveria, sim, mostrar o alcançe dos novos mecanismos e as consequências de seus desvios de função. Por outro lado, os docentes das áreas profissionais tinham grande dificuldades de atualização, especialmente nas áreas básicas, por ficarem divididos em absorventes atividades particulares e uma dedicação apenas parcial à universidade (Freire-Maia, 1988).

    Os docentes da área básica tornaram-se cobrados demais para serem mais competitivos, com exigências crescentes de produtividade científica, sendo arrastados para um ensino onde se acelerou o aumento da relação do número aluno/docente, revigorando-se o ensino conservador e inferior de aulas teóricas em anfiteatros cheios e submetidos à mesquinhez dos orçamentos do MEC. Esta instituição continua perdida até hoje na sua orientação didática, embora editando regras autoritárias, arbitrárias e inócuas, que só funcionam de acordo com a conveniência, a ver o caso de credenciamento de novas universidades, objeto de demissão recente de Gianotti do CFE (Rossetti, 1998a). De outro lado, esta crise vem confirmando as previsões de Pimentel-Souza (1989) de que se está chegando ao limite da capacidade docente em dedicação exclusiva ao se exigir mais de nove horas de aulas semanais em 30 semanas por ano para ensinar bem 24 alunos e ainda manter uma
produtividade científica razoável capaz de manter bolsa de pesquisador do CNPq, critério
ISI, num regime de austeridade financeira crescente (Freire-Maia, 1983, 1988).

    Em 1984 Heneine e colaboradores transformam a velha apostila de biofísica num livro.
Nos anos subsequentes Beirão e Pesquero efetuaram uma profunda revisão deste texto.
Em 1987 Heneine se aposenta depois de gozar de algumas licenças-prêmio. Entre 85-88
Pesquero e Barbosa promovem uma profunda reformulação da disciplina de Biofísica,
revitalizando bastante as aulas práticas e mudando o programa.

    Em 1997 o Departamento ofereceu semestralmente 31 disciplinas de graduação para cerca dos mesmos 1.200 alunos de graduação de 71, mas melhoramos o alunado com o jubilamento dos cronicamente repetentes, abrimos 2 turmas noturnas e lecionamos 20 disciplinas na PG para 51 pós-graduandos e 10 alunos em matriculas isoladas. Na década procurou-se sempre contratar quadros mais qualificados, mas tivemos que arcar com o sacrifício dos professores substitutos e do ensino da graduação. Para treinamento de monitores e bolsistas de iniciação científica temos patrocinado cursos de verão para dezenas de alunos de graduação com auxílio de pós-graduandos, sendo nesta última vez sido anunciado com sucesso pela Internet na sua 6a. edição, afluindo candidatos de todo o Brasil. Por outro lado, reforçamos pedidos de recursos para melhor equipar as aulas práticas.

    Com o uso de equipamentos áudio-visuais, vídeo-show, confecção de material didático com "softwares" avançados, como já em parte está acessível na nossa pós-graduação, está em curso uma revolução para melhorar a qualidade do ensino. Para aumentar o alcance de público começa-se a usar e a pensar na Internet, em tele-cursos e tele-conferências pela TV interativa. Por outro lado, só a instrumentalização do ensino não afeta o âmago da questão, teremos que possuir quadros cada vez mais qualificados, aliados a uma formação pedagógica, científica e cultural mais amplas.

    Diante do retrocesso do ensino cognitivo-experimental e a persistência de avaliações subjetivas ineficazes de cursos por alunos do processo pedagógico no todo, ainda encampadas pelo ICB, UFMG e MEC (Pimentel-Souza, 1996d), alguns docentes realizaram experiências isoladas para melhorar a qualidade pedagógica do ensino. No Departamento de Fisiologia e Biofísica, Pimentel-Souza retomou em 1990 o espírito do ensino centrado no aluno, desta vez baseado em trabalho síntese de cerca de 50 psicopedagogos americanos e no construtivismo de Piaget (Piaget, 1969; Bloom et al, 1973 a e b; Flavell, 1975), resumidamente disponível na Internet. A importância desta abordagem transcende os meandros da aprendizagem apenas cognitiva-experimental, não prevista no ensino não-diretivo, procurando dotar o aluno de uma "filosofia de vida" consistente, motivando-o a integrá-lo na comunidade. Portanto, é formadora do ser humano e da cidadania também, ajudando a buscar uma sociedade moderna e participativa, não se prendendo ao processo de instrumentalização para otimizar a aprendizagem apenas cognitiva-experimental, criando o que Paulo Freire chamou de "conectividade" (Rossetti, 1998b).
 

    Esta área é de longe a menos desenvolvida no departamento. Em parte isto é consequência das características da área de ciências básicas, menos aplicadas, e também duma pedagogia de ensino concebida de forma escolar. Mas os questionamentos atuais sobre o financiamento público demandam uma retribuição permanente à sociedade e consultoria, o que em parte já começa a ser assumido pelos nossos docentes. Por exemplo, em 1992 Pimentel-Souza publicou com colaboradores da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de
Belo Horizonte um livreto de educação ambiental sobre Poluição Sonora, sob a coordenação de M Andrés, ex-Secretário da pasta, dirigida para o ensino fundamental, mas ao alcance também dos "adultos avançados e sensíveis", como se refere Ângelo Machado. Vários professores do Departamento, incluindo Beraldo, Freire-Maia, Pimentel-Souza, R. Santos, Campagnole, Coimbra, Reis e Pesquero sempre atenderam às solicitações de conferências e participação em mesas-redondas em assuntos científicos, universitários e sociais. Na mídia, escrita, televisada e radiofônica o destaque é para Pimentel-Souza em 180 eventos nestas décadas, das quais as dos 2 últimos anos podem ser encontradas nas suas páginas na Internet.

    Esperamos apoio no atual Reitorado e Diretoria do ICB, pois há possibilidade de ampliar consideravelmente a disponibilidade de conhecimento à sociedade e ao cidadão comum, conforme já estão lançando mão algumas universidades de ponta nos EUA, como Yale, Tufts, MIT e começar a ministrar telecursos, onde no enderêço: "Distance Education and Training Control" na Interntet:www.detc.org/direct.html#Nutrition, já se listam 70 instituições em funcionamento, a maioria nos EUA. Isto constituirá uma revolução pelo alcance e solução para a demanda de aprendizagem em massa, pois atingirá milhares e milhares de pessoas de vários níveis, extra-muros da universidade, que a fará finalmente se encontrar com o seu papel de prestar serviços de extensão adequados para retribuir seu custeio público. O Departamento já conta com 4 sítios na Internet, tendo a de
Pimentel-Souza mais de 600 páginas de conteúdo de própria lavra e colaboradores, disponibilizando gratuitamente resultados de seus quase 40 anos em pesquisa científicas e tecnológicas, em ensaios, auto-ajuda e reflexões, já ultrapassando 1500 consultas em 6 meses (Pimentel-Souza, 1997 c, d, e, f; 1998), graças à infra-estrutura de informática da rede do ICB implantada na gestão Ramon Cosenza.
 

    Os cargos administativos no início da década de 70 eram privilégios dos titulares da época e Doutores à moda antiga, com grande tradição autocrática, que dominavam as Câmaras departamentais. Assim, a escolha do administrador sempre teve uma dose de acomodação
para conciliar os interesses corporativos, com raras excessões como Beraldo. Por exemplo, a carga didática da PG não era considerada no rateio dos docentes, arcando estes ainda com a sobrecarga muitas vezes de mais de 50 horas semanais de tabalho para fazer sobreviver a PG. A reforma introduzida nos anos 80 atenuou este aspecto, no momento em que ascendiam novos doutores e titulares concursados, deixando os dirigentes com menos autoridade. Ainda hoje, não nos desembaraçamos de muita burocracia, continuando os cargos administrativos enfadonhos e espinhosos, agravados com a formação narcisista de docentes e funcionários, acompanhados pela ingenuidade e ausência dos alunos, por não termos formado ainda uma escola-cidadã para ajudar a construir uma sociedade participativa.

    Para mudar tal situação houve um grupo de vanguarda e visão, que lutou em várias instâncias universitárias. Apesar da UFMG ter tido sempre uma preocupação de avaliação, somente após a criação da CPPD em 1981, se deu início a uma nova trajetória de avaliação docente mais séria, aos niveis universitário, departamental e docente, atenuando o corporativismo departamental. Os relatórios docentes passaram a ser cobrados anualmente, exigindo-se o melhor aproveitamento de no mínimo 40 horas semanais de trabalho e dedicação exclusiva para a maioria, o que resultou em aumento crescente da produtividades científica e uma carga mínima de ensino, sob pena de não receber promoção horizontal. A nível departamental gozamos do reconhecimento das nossas atividades pela CPPD, avaliadas por relatórios institucionais, que integram aqueles da UFMG posteriormente. Com isto recebemos realocações de vagas docentes perdidas.

    Entretanto, houve extrapolação do rigor pelas exigências bitoladas de produtividade, tanto na Câmara departamental, quanto na Congregação do ICB, enquanto na UFMG já se andava em direção contrária, especialmente pela política de descentralização de muitas avaliações, que voltaram às mãos corporativas. Mas a Congregação do ICB aumentou a cobrança para cada docente publicar pelo menos 1 artigo indexado no ISI de 3 para 2 anos, independente da forma em que foi feito. Ora, sabemos que este critério baseado num rigor quantitativo cego, por exemplo a indexação no ISI, faz-se em detrimento da qualidade. Einstein publicou um dos seus mais relevantes trabalhos de relatividade em forma dum resumo. Strauss (1993) reforça esta conclusão que os melhores artigos por índice de impacto são de autores que produziram 3,7 menos na década no Canadá. Mesmo o índice de impacto não é bom referencial (Linardi et al, 1996). Isto tem levado à crítica à ênfase
excessiva à produtividade elitizada e aos resultados absurdos, que advêm do afã de se produzir a qualquer custo. Na USP, que ficou atrasada na avaliação, ocorreu exageros na tentativa de recuperar o tempo perdido na gestão Goldemberg, produzindo a celeuma do conhecido "livro negro", obra de muita difamação. Atualmente a USP parece estar encontrando seu melhor caminho por uma avaliação de pares externos mais abrangente e qualitativa. Além de melhor avaliação devemos requerer equidade no julgamento de publicações de pesquisas, indexadas ou não no ISI, e principalmente as aplicadas e pedagógicas, de divulgação de pesquisas e de conhecimento e de ensino não escolar, que tornam imprescindíveis à nossa sobrevivência na sociedade como instituição-cidadã. Mas para isto é preciso avaliar qualidade, mesmo sendo indexado no ISI.

    Vários docentes do Departamento tem ocupado cargos importantes dentro da UFMG, a saber: Beraldo, membro do Conselho de Pesquisas; Rodrigues, membro da CEPE; Costa-Cruz, Pro-Reitor de Pesquisa, membro deste Conselho e Vice-Diretor do ICB, e Pimentel-Souza, membro na gestão de implantação da CPPD, e atualmente Pesquero, Vice-Diretor do ICB.

    Os docentes e alunos do departamento participaram ativamente dos debates e das comunicações científicas das Reuniões Anuais da SBPC, FESBE, salientando especialmente da Sociedade Brasileira de Fisiologia (SBFis) e de Neurociências e Comportamento (SBNeC), Sociedade Brasileira de Hipertensão e Sociedade Brasileira de Biofísica. Durante 1975, Freire-Maia e Pimentel-Souza revitalizaram a Sociedade de Biologia, MG, cujos resumos das comunicações foram todas publicadas na Ciência e Cultura. A seguir os dois assumiram de 76 a 79, respectivamente a presidência e a
secretaria-geral da SBFis, recebendo das mãos do C. Timo-Iaria, que a fez sobreviver após a cassação do A. Carvalho da Silva, relançada após a fundação por Thales Martins em 1957 no Rio de Janeiro. Em abril de 1979 realizamos o 1o. Congresso específico de Fisiologia, o Xo. da SBFis, sob a coordenação de C Timo-Iaria, M Rocha e Silva Jr, P Guertzenstein e OU Lopes. Publicamos trimestralmente o Boletim Informativo com os volumes 2, 3 e 4, num total de 9 números, em que contou muito da história da Fisiologia no Brasil, ampliou-se bastante o quadro de associados, marcamos presença em organizações de muitos eventos científicos na SBPC. Contamos com a eficiência de secretária Maria José Campos, também do Centro de Estudo e Pesquisa Neuro-Muscular, fundado em 76 por Pimentel-souza em colaboração com G Campos e seus residentes em Neurologia: RM Machado e GP Sousa, da Faculdade de Medicina da UFMG, apoiado pelo governo de Minas. Pimentel-Souza participou também da fundação da Sociedade Brasileira de
Psicobiologia (SBPb) com E. Carlini, J. Mansur e outros e posteriormente a SBNeC.

    Em 1981, Pimentel-Souza foi eleito membro fundador da Comissão Permanente de Política Docente (CPPD) da UFMG, quando se fez a instalação da CPPD e foi executado importante processo de ampla estruturação da carreira docente e sistema de avaliação de todas atividades individuais e departamentais, que se tornaram exemplares entre as universidades no Brasil até hoje.

    Por outro lado, a administração interna sofreu uma grande remodelação, procurando dar
autonomia aos docentes e alunos para resolverem seus pequenos problemas (xerox, feituras de manuscritos, figuras e diapositivos, usos de retro- e -projetores, aparêlhos de vídeo e vídeo-show etc). As secretarias de administração (Regina, Janua e Roberto) e da pós-graduação (Maria Célia) passaram a trabalhar informatizadas e adquiriram rítmo próprio.

6) CONCLUSÃO:  A constituição do Departamento de Fisiologia e Biofísica, tal qual ele é hoje, só foi possível com a dedicação, suor, seriedade e idealismo de muitas pessoas, umas mais envolvidas, e que muitas vezes não aparecem no primeiro plano neste trabalho, pois a ênfase foi dada no debate de conceitos e suas realizações como meta. A todos nossos agradecimentos na certeza de termos construido um grande Centro, que abre perspectivas alviçareiras para os desafios do próximo milênio, diante das grandes transformações sociais e científicas, que demandarão mais conhecimento, ciência, tecnologia e sobretudo sabedoria e equilíbrio para prestar um serviço histórico à nossa sociedade e à humanidade.

Agradecimentos: aos Professores RAS Santos, JL Pesquero, L Freire-Maia e SP Andrade do ICB e aos secretários RS Freitas e MCS Costa do Departamento pelas ajudas prestadas.

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Observação: 11 das 15 citações de Pimentel-Souza estão disponíveis na Internet.

8) ANEXO: Relação de professores e funcionários que pertenceram ao quadro do Departamento de Fisiologia e Biofísica, ICB-UFMG, da sua criação oficial 1968 a 1997:


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