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Pesquisador fala sobre o papel da biotecnologia na preservação da natureza
28/04/2003

A biotecnologia aplicada à conservação de espécies silvestres é o tema da palestra que o biólogo Fabrício Santos*, da UFMG, faz na sexta-feira, dia 9 de maio, no Biowork V, workshop internacional que deve reunir cerca de 500 pesquisadores da área de biotecnologia, para debater contribuições e reflexos sociais da área.

Como a biotecnologia pode colaborar para a preservação da natureza?
Fabrício
- Qualquer esforço feito para a preservação da natureza que minimize a ação danosa de nossa espécie sobre o ambiente e a biodiversidade é extremamente válido. É bom frisar que estas ações devem ser utilizadas para permitir a evolução natural das várias espécies nos seus ecossistemas.

Que ferramentas a biotecnologia utiliza com este fim?
Fabrício -
Para fins de diagnósticos do grau de extinção em que se encontram as diferentes espécies, podemos hoje utilizar metodologias parecidas com as usadas nos testes de paternidade. Estas ferramentas de caracterização da diversidade genética podem revelar o status de conservação de cada espécie em perigo e, a partir disto, propor estratégias de manejo específicas para cada uma. Para algumas espécies,
essa é, a médio prazo, a única alternativa de preservação, visto que o
homem têm acelerado o processo de extinção destas, principalmente pela
destruição de hábitats.

A tecnologia da clonagem pode ajudar a salvar espécies da extinção na natureza?
Fabrício
- A clonagem é a multiplicação de um único genoma e poderá ser útil para fazer clones para distribuição entre zoológicos com finalidades de educação ambiental, por exemplo. Dificilmente a clonagem poderá ser usada para restabelecer uma população natural, pois para que uma espécie persista na natureza a médio e longo prazos é necessário que esta haja diversidade genética suficiente, principalmente para evitar problemas relacionados ao pequeno número de indivíduos. A melhor forma de
retardar ou evitar a extinção a curto prazo é preservar condições naturais para que a espécie sobreviva - e a clonagem está longe de ser um processo natural.

Que outra contribuição a biotecnologia pode trazer à preservação da natureza além do diagnóstico e minimização da extinção?
Fabrício
- Sabe-se hoje que a biodiversidade, ou seja, a diversidade de espécies que existem na natureza, é de enorme potencial econômico. Se houver um uso adequado da biodiversidade para fins de prospecção biotecnológica - a chamada bioprospecção -, isto deverá chamar a atenção para que se preserve aquilo que ainda não se conhece e pode revelar inúmeros fármacos, cosméticos e até produtos alimentícios. No entanto, é bom não confundir a bioprospecção auto-sustentável com algumas formas "exploratórias" da biodiversidade que não garantem sua própria preservação ou que não levem em conta o conhecimento tradicional das tribos indígenas, tal como vários exemplos de patentes de produtos da biodiversidade, feitos a partir do conhecimento indígena.

*Fabrício R. Santos é biólogo e doutor em bioquímica pela UFMG. Tem pós-doutorado em Genética Evolutiva na Universade de Oxford (Reino Unido). Professor e pesquisador da UFMG desde 1997, onde estuda evolução molecular e diversidade genética na espécie humana e na fauna silvestre brasileira. É responsável pelo Laboratório de Biodiversidade e Evolução Molecular do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG.

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