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11 a 14 de outubro de 2006
Estalagem das Minas Gerais
Ouro Preto - MG - Brasil

ESTUDOS BIOANTROPOLÓGICOS NO CEMITÉRIO DO ENGENHO SÃO JORGE DOS ERASMOS

RIBEIRO-DOS-SANTOS, Ândrea KC 1; MORAIS, José Luiz 2; MARINHO, Anderson NR 1; SANTOS, Sidney EB 1; PIEDADE, Silvia Cristina 2.

1. Laboratório de Paleogenética, Universidade Federal do Pará; 2. Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo.

akely@ufpa.br

O sítio histórico-arqueológico Engenho São Jorge dos Erasmos, localizado na cidade de Santos, Estado de São Paulo - Brasil, representa um dos primeiros empreendimentos agro-industriais do império português em terras brasileiras, construído provavelmente por volta de 1534 por Martim Afonso de Sousa e sócios. Apresenta além dos dispositivos habituais para processamento de açúcar, uma capela, cemitério e instalações para trabalhadores, muitos dos quais escravos. Durante a escavação entre os anos de 2002 e 2003 foi identificada, por meio de análises antropológicas, a presença de pelo menos dois grupos étnicos enterrados no local, índios e negros, o que demonstra a utilização do cemitério por um longo período de tempo. Procurando o melhor entendimento sobre a ocupação do engenho por indivíduos de diferentes etnias (índios, negros e brancos), além das análises arqueológicas e antropológicas, utilizamos a investigação a partir de DNA para essas amostras. Para isso foi escavada uma área de 15 m² onde foram registradas trinta e três ocorrências de ossos humanos assim distribuídos: dezenove indivíduos, sendo dezoito adultos e uma criança, além de quatorze conjuntos considerados ossos esparsos, compostos por ossos longos, em sua maioria sem conexão anatômica e com datação radiocarbônica de 310 + 40 AP (Beta 196465). Para análise de DNA foram coletados cinco fragmentos ósseos e dentes de diferentes indivíduos do sítio histórico-arqueológico Engenho São Jorge dos Erasmos. Todos os procedimentos para evitar contaminação foram realizados. O material foi limpo e imerso em solução quelante antes do processo de extração e purificação (IQ, Promega). Em seguida foi realizada amplificação por PCR e sequenciamento no aparelho ABI 3130 (Applied Biosystems). Adicionalmente, todos os resultados obtidos foram comparados com as seqüências das pessoas que participaram do enterramento e das análises em questão. Das cinco amostras processadas, em quatro foram observadas um total de 14 mutações, que identificaram três haplogrupos ameríndios (Haplogrupo A, C e D). Apoio Financeiro: FINEP, FAPESP, UFPA e MAE-USP.