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11 a 14 de outubro de 2006
Estalagem das Minas Gerais
Ouro Preto - MG - Brasil

COMPOSIÇÃO GENÉTICA DE QUATRO COMUNIDADES REMANESCENTES DE QUILOMBOS BRASILEIRAS COM BASE EM MICROSSATÉLITES E MARCADORES INFORMATIVOS DE ANCESTRALIDADE

Pedrosa, MAF 1,2; Pereira, RW3; Grattapaglia, D 1,3 Klautau-Guimarães, MN2 Oliveira, SF 2

1. Programa de Pós-Graduação em Biologia Molecular, Universidade de Brasília, Brasília/DF, Brasil; 2. Laboratório de Genética, Departamento de Genética e Morfologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade de Brasília, Brasília, Brasil; 3. Programa de Pós-Graduação em Ciências Genômicas e Biotecnologia, Universidade Católica de Brasília, Brasília/DF, Brasil.

silviene@unb.br

No Brasil existem na atualidade comunidades rurais semi-isoladas identificadas como remanescentes de quilombos, formadas principalmente por escravos fugidos durante o período colonial brasileiro. Em decorrencia do isolamento parcial e apesar dos eventos estocásticos a que estas populações estiveram, e ainda estão, submetidas, espera-se que essas comunidades apresentem uma composição genética predominantemente africana e preservem, em parte, a história da migração africana para o Brasil. O presente trabalho teve como objetivo estimar a composição genética atual de quatro comunidades Remanescentes de Quilombos - Kalunga, Mocambo, Rio das Rãs e Riacho de Sacutiaba - utilizando nove marcadores informativos de ancestralidade (AIMs) autossômicos e oito do tipo microssatélites. A análise de mistura genética, utilizando o programa Admix 3, foi realizada para cada comunidade utilizando os dados dos marcadores microssatélites e dos AIMs separadamente e em conjunto. As estimativas de mistura genética realizadas utilizando os AIMs e os microssatélites diferiram significativamente entre si. Essas diferenças podem ser decorrentes de vários fatores, como as características de cada tipo de marcador e a seleção das populações parentais. Rio das Rãs e Kalunga foram as comunidades que apresentaram maior contribuição africana enquanto Riacho de Sacutiaba e Mocambo apresentaram altas estimativas de contribuição européia, maiores do que a africana quando considerou-se as estimativas obtidas com os dados de marcadores microssatélites. Porém, os resultados da análise utilizando apenas os AIMs indicaram que todas as comunidades, em especial Rio das Rãs e Kalunga, apresentaram uma forte contribuição africana em sua composição seguida pela européia, que foi também alta principalmente em Riacho de Sacutiaba e Mocambo. A contribuição ameríndia foi também bastante importante na formação do remanescente Mocambo, de acordo com o obtido com a utilização dos marcadores AIMs. As estimativas de mistura obtidas utilizando o conjunto de marcadores microssatélites e AIMs foi similar àquelas usando apenas os marcadores AIMs. Os resultados aqui apresentados corroboram os relatos históricos de que os remanescentes de quilombos não foram fundados exclusivamente por afrodescendentes, bem como da ocorrência de fluxo gênico ao longo da história dos mesmos. Apoio Financeiro: CNPq, FINATEC, Fundação Cultural Palmares.