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11 a 14 de outubro de 2006
Estalagem das Minas Gerais
Ouro Preto - MG - Brasil

RELAÇÕES ANTROPOLÓGICAS E EVOLUTIVAS ENTRE POPULAÇÕES BRASILEIRAS E EUROPÉIAS INFERIDAS POR MARCADORES DO CROMOSSOMO Y

Guerreiro-Junior, VF; Salzano, FM; e Bortolini, MC.

UFRGS, Rio Grande do Sul, Brasil.

vguerreirojr@yahoo.com.br

A América pós-colombiana sofreu profundas modificações, especialmente no seu contingente populacional. Além da ocupação do continente por portugueses, posteriores levas de imigrantes de outras origens européias também desempenharam um papel fundamental na formação cultural e genética das diversas populações sul americanas contemporâneas. Além disso, a população brasileira originou-se inicialmente através de um acentuado cruzamento assimétrico entre três maiores grupos geográficos continentais (ameríndios, europeus e africanos). Basicamente são os estudos com marcadores de linhagens uniparentais, tais como o cromossomo Y e o DNA mitocondrial que têm evidenciado esta característica, revelando que cruzamentos gênero-étnico-preferenciais desiguais ocorreram em muitas regiões, o que resultou numa grande heterogeneidade nos níveis da ancestralidade encontrados ao longo do país. Neste trabalho genotipamos uma amostra de cidade de Porto Alegre (N=203) com relação a 12 Y-SNPs e comparamos estes resultados com aqueles obtidos para outras populações brasileiras e européias. Os dados indicam que a freqüência de cromossomos Y classicamente associados a populações de origem européia está presente em mais de 60% da amostra. Destaca-se o haplogrupo R1b3* (um subtipo de P*) encontrado numa freqüência de 51%, evidenciando que o componente ibérico está tão associado a esta população quanto aquela que a originou, pois este cromossomo está presente em 51% e 57% nas populações ibéricas e da ilha de Açores, respectivamente. Vale destacar que foram casais açorianos os fundadores de Porto Alegre. Já o haplogrupo J*, freqüente em populações mediterrâneas, foi encontrado numa freqüência de 10% na amostra de Porto Alegre. Investigações anteriores na região sul do Brasil, envolvendo um menor conjunto de marcadores, mostraram que a freqüência do haplogrupo P* varia de 73% a 96% e no Brasil como um todo em torno de 58%. Os resultados apresentados aqui apontam à necessidade de investigação mais aprofundada dos cromossomos de origem européia na população brasileira geral, estratificando o haplogrupo P* a fim de estabelecer comparações mais precisas entre as freqüências destes nas populações brasileiras e européias.