Afinidades biológicas de crânios do final do Pleistoceno/
início do Holoceno da Savana de Bogotá, Colombia: inferências sobre a dispersão
da morfologia Paleoamericana na América do Sul
Neves, W.A. 1, Hubbe, M. 2, Correal, G. 3.
1 LEEH, IB-USP, São Paulo, Brasil; 2 IIAM-UCN, San Pedro de
Atacama, Chile; 3 MHN-UNC, Bogotá, Colombia.
mhubbe@ucn.cl
Durante as duas últimas décadas, estudos de morfologia
comparativa dos remanescentes ósseos humanos mais antigos das Américas
demonstraram que a morfologia craniana dos Paleoíndios era bem distinta daquela
observada atualmente nos Ameríndios e nos grupos humanos do Leste Asiático.
Tais resultados sugerem, dentre outras coisas, que as Américas foram
colonizadas por duas populações biológicas distintas durante o término do
Pleistoceno/início do Holoceno. Porém, com a exceção de Lagoa Santa (Minas
Gerais) onde crânios humanos deste período são abundantes, remanescentes
paleoíndios são raros nas Américas, tornando problemáticas as considerações
acerca da dispersão geográfica da morfologia paleoamericana. Entretanto, na
América do Sul, existe outra região arqueológica importante, além de Lagoa
Santa, que permite uma análise aprofundada da variabilidade morfológica dos
primeiros americanos: a Savana de Bogotá, na Colômbia. No presente estudo são
analisados 17 crânios humanos datados entre 10 e 6 mil anos AP, exumados de 4
sítios da Savana de Bogotá. O material colombiano foi comparado com séries
representativas da variabilidade mundial para testar a hipótese de que a morfologia
paleoamericana estava dispersa por todo o Novo Mundo, reforçando assim a
proposta baseada em indivíduos isolados. As afinidades biológicas de Savana de
Bogotá foram avaliadas através de dois testes estatísticos distintos: Análise
de Componentes Principais e Distância de Mahalanobis. Em ambos os casos, os
resultados gerados mostram uma grande afinidade entre Savana de Bogotá e Lagoa
Santa, assim como com séries Australomelanésicas e Africanas. FAPESP
04/01321-6.
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