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11 a 14 de outubro de 2006
Estalagem das Minas Gerais
Ouro Preto - MG - Brasil

Condições de saúde bucal em uma população pré-histórica litorânea

Bastos, M.Q. 1,2; Gomes, M.M. 1,3; Rodrigues-Carvalho C. 1.

1 Museu Nacional/UFRJ; 2 Universidade Candido Mendes; 3 Colégio Pedro II
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muriloquintans@gmail.com

O presente trabalho apresenta o detalhamento das condições dento-patológicas na série esquelética humana recuperada no Sambaqui Zé Espinho, Guaratiba, Rio de Janeiro. Tal estudo integra o projeto Saúde e Estilos de Vida em Populações Pré-históricas Litorâneas do Estado do Rio de Janeiro (apoio FUJB), cujo objetivo principal é investigar a variabilidade das condições de vida e saúde em grupos sambaquieiros. O sítio Zé Espinho apresenta datações entre 1.180 +/- 170 a 2.260 +/- 160 AP (Kneip & Pallestrini, 1987), é uma coleção esquelética constituída de 24 indivíduos, dentre os quais apenas 17 apresentaram condições de análise. Foram registrados o grau de desgaste dentário, a ocorrência de cavidades periapicais, cáries e perdas dentárias em vida. A série foi dividida de acordo com os agrupamentos sugeridos pelos dados arqueológicos, considerando primeiramente dentro deste sítio, os sub-sambaquis A e D e posteriormente considerando dois momentos distintos de ocupação do sítio. As camadas II e III dos sub-sambaquis A e D representariam um momento de ocupação anterior, sem cerâmica, e as camadas I dos dois sub-sambaquis um momento de ocupação posterior, com presença de cerâmica. Considerando-se a divisão pelos sub-sambaquis A e D, observou-se certa variabilidade entre as camadas de cada sub-sambaqui. As camadas aglutinadas em cada um dos momentos de ocupação apresentaram-se homogêneas. Porém, foi verificado uma diferença significativa no percentual de perdas dentárias em vida (por indivíduo), que aumenta no último momento de ocupação. Embora a presença de lesões cariosas seja desprezível (apenas um caso não conclusivo) e os demais indicadores não apresentem variações significativas entre os dois momentos de ocupação, sugere-se que ocorreu uma efetiva mudança no perfil dento-patológico do grupo. Todavia, não há elementos para sugerir uma relação direta entre a presença de cerâmica no sítio e uma mudança no padrão alimentar.