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11 a 14 de outubro de 2006
Estalagem das Minas Gerais
Ouro Preto - MG - Brasil

Estresse físico na pré-história: análise da área de fixação do ligamento costoclavicular na série do sambaqui Zé Espinho, Guaratiba, Rio de Janeiro

Lindenberg P. N. 1, 2 , Rodrigues-Carvalho C. 1.

1. Museu Nacional/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil; 2. UNIGRANRIO, Duque de Caxias, Brasil.

claudia@mn.ufrj.br

No presente trabalho realizou-se a análise de desenvolvimento e reações ósseas na área de fixação do ligamento costoclavicular em clavículas de esqueletos humanos recuperados no sítio arqueológico Sambaqui do Zé-Espinho (Guaratiba no estado do Rio de Janeiro), com o objetivo de avaliar o estresse físico decorrente de movimentos do ombro. Esta série já havia sido objeto de estudo em trabalho anterior sobre marcadores de estresse ocupacional revelando predomínio de graus de robusticidade entre moderado (masculinos) e leve (femininos) nas áreas de fixação muscular e grande solicitação dos músculos peitoral maior (masculinos) e pronador quadrado (femininos). Para a presente análise foram considerados todos os indivíduos adolescentes e adultos que apresentaram ao menos um fragmento de clavícula que contivesse a área de fixação do ligamento costoclavicular. Foram analisados ao todo, 11 indivíduos (3 femininos e 7 masculinos). A série foi dividida de acordo com as subunidades arqueológicas previamente identificadas, a saber: “sambaqui A” e “sambaqui D”. O desenvolvimento da referida área foi classificado de acordo com quatro graus de intensidade (de ausente a intenso), outros sinais de reação óssea na área foram descritos. Os resultados gerais sugerem diferenças no desenvolvimento das áreas de fixação do ligamento costoclavicular entre os dois “sambaquis”, sendo estas mais acentuadas no “sambaqui A”. Os homens apresentaram uma tendência a um maior desenvolvimento, em conformidade com o esperado. Assimetrias no desenvolvimento dessas regiões foram verificadas em 6 dos 10 indivíduos que apresentaram as duas áreas de fixação. Estas foram predominantes entre masculinos do “sambaqui A”. Tal assimetria não era esperada uma vez que estudos posteriores vêm sugerindo que movimentos bilaterais envolvendo o ombro e braço eram mais freqüentes do que movimentos unilaterais. Uma re-análise detalhada dos dados de robusticidade muscular dessa série será efetuada a seguir, para detalhar esta questão.