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11 a 14 de outubro de 2006
Estalagem das Minas Gerais
Ouro Preto - MG - Brasil

O Povoamento das Américas: Uma Abordagem Multidisciplinar

Hilton P. Silva
Silva H.P. 1, Rodrigues-Carvalho C. 1

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Museu Nacional/UFRJ, Rio de Janeiro

hdasilva@acd.ufrj.br

Já há vários anos o Setor de Antropologia Biológica do Departamento de Antropologia do Museu Nacional/UFRJ (SABMN) vem realizando uma série de atividades de pesquisa e divulgação voltadas para as discussões sobre as origens e a diversidade biocultural dos primeiros povos que chegaram ao continente Americano. Uma dessas atividades foi a realização do livro 'Nossa Origem: O Povoamento das Américas, Uma Abordagem Multidisciplinar'. Nele é demonstrado como a perspectiva multidisciplinar contribui para o entendimento das complexas questões relacionadas à origem dos primeiros americanos. No século XIX Peter Lund (1801-1880) encontrou no Brasil os registros humanos mais antigos, contemporâneos com a megafauna pleistocênica. No século XX achados arqueológicos como o de “Luzia”, em Lagoa Santa, MG, comprovaram a grande antiguidade da ocupação do continente e, juntamente com técnicas recentes de reconstituição facial a partir de material ósseo, que os primeiros habitantes não se pareciam fisicamente com os grupos indígenas atuais. A complexidade e variabilidade das línguas faladas pelos Ameríndios cria uma série de barreiras para sua organização de forma simplificada e cronológica; no entanto, assim como os geneticistas, os lingüistas continuam a procurar formas de contribuir para uma síntese teórica sobre o povoamento pré-histórico das Américas. Hoje as ferramentas da genética e da biologia molecular nos permitem ver detalhes em nossa árvore genealógica com os quais nem sonhávamos 20 ou 30 anos atrás e na medida em que novos marcadores são usados, as respostas ficarão potencialmente mais claras. Da mesma forma, a paleoparasitologia, assim como a biogeografia, também têm trazido informações importantes, permitindo conhecer mais sobre a ecologia e as rotas migratórias das primeiras populações americanas. Todas essas especialidades têm contribuído substancialmente para as teorias explanatórias sobre o período de chegada, a origem e a diversidade dos nativos do continente. No entanto, somente trabalhando em conjunto, de forma multidisciplinar, será possível fazer inferências mais realistas sobre os processos e mecanismos de ocupação das Américas. Olhando para os achados da América do Norte e do Sul sabemos que ainda há muito a ser feito e que pesquisas isoladas não serão capazes de fornecer todas as respostas. O que conhecemos até o momento é apenas a ponta do iceberg e é isso que torna o desafio do trabalho multidisciplinar tão excitante.